Sunday, February 28, 2010

Estudando Português


Perda ou perca?
As duas, cada uma com seu sentido. Elas são palavras parônimas e costumam ser indevidamente empregadas uma pela outra. Entretanto, se estivermos atentos para seus significados, não há razão para as confundirmos. Vejamos:

Perda - Substantivo que significa "privação de alguém ou de alguma coisa que se possuía", como em "Houve perda de receita no último ano" e "Júlio entristeceu-se com a perda do amigo".

Perca - Flexão do verbo "perder" na primeira e terceira pessoas do singular do presente do subjuntivo e primeira e terceira pessoas do singular do imperativo: "Você quer que eu perca a partida, não é?" e "Não perca a esperança".
Prof. Paulo Hernandes
Use "perca" ou "perda" de acordo com a oração.
Não desejo que ele ( ) a fortuna.
Isso é ( ) de tempo.

Conversa de bêbado

-Professor, aqui vende-se lapada de cana?
-Não, senhor, vende-se cana e dá-se lapada.

-Minha mulher é a mulher mais linda do mundo!
-Isso é você quem diz!
-Eu não, quem diz é ela.

No elevador:
-O senhor vai para qual andar?
-Qualquer um. Errei o prédio.

-Êi, Zé, acorde!
-Não posso!
-Por quê?
-Eu não estou mais dormindo!

Dois bêbados:
-Estou vendo um horror de gente junto de você.
-É homem, ou mulher?
-Tem homem e tem mulher.
-Então, leva o homem e deixa a mulher.

Thursday, February 25, 2010

Um animal em extinção

Às vezes, penso que gente educada é animal em extinção. Na cidade, há um poeta chamado Dilson Lira que, de tão educado, pede desculpas a quem lhe pisa no pé, porque o seu estava atrapalhando. E não é ficção, todos o sabem.
Observem por exemplo, essa de meu pai, septuagenário.
O telefone toca. É uma moça: - Alô! É do consultório de Dr. Estevam? Eu queria marcar uma consulta.
Meu pai: - É não, minha filha, é de uma residência. Desculpe, tá?
Já na semana passada, mataram uma jovem de 19 anos, de tiro, num bairro aqui da cidade, e o meu menino, de 12 anos, indagado sobre o fato, me respondeu: - Eu acho normal, papai.
Não preciso nem filosofar para deduzir que o meu pai é um animal em extinção, e que o meu filho já está adaptado à banalização da violência. Minhas sobrinhas já foram assaltadas, sob mira de revólver, porque meliantes queriam seus celulares. E isto aconteceu no centro da cidade.
Quando se referem ao poeta Dilson Lira, identificam-no como "Aquele velho que faz poesia".
E aqui seria bom repetir a reflexão de Vinicius de Moraes: "A esse mundo, só a poesia poderá salvar."
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, February 23, 2010

Tóquio é a maior e uma das mais fascinantes metrópoles do mundo

Tóquio é a combinação perfeita do Japão tradicional e do que há de mais moderno no mundo.
Com o equivalente à população total da Califórnia, espremida numa área um pouco menor do que o Havaí, Tóquio transformou-se, da capital destruída pelas bombas da Segunda Guerra, no coração de uma das maiores economias mundiais, em pouco mais de 50 anos. Depois de uma estagnação econômica de 10 anos, a cidade finalmente voltou a crescer, e novos projetos e construções, como o Roppongi Hills e o Tokyo Midtown, mudam a paisagem de uma cidade que nunca é igual por dois dias seguidos. E, enquanto se prepara para sua candidatura como sede olímpica em 2016, Tóquio continua sendo a combinação perfeita do Japão tradicional e do que há de mais moderno disponível no mundo.
Em Tóquio, a eficiência dos serviços urbanos e a segurança da cidade surpreendem até o mais viajado dos turistas. A cidade conta com o mais eficiente sistema de transporte do mundo, com trens, ônibus e metrôs que funcionam assustadoramente no horário, e policiais que, por causa da baixíssima criminalidade, gastam mais do seu tempo dando informações turísticas do que caçando bandidos.
Por outro lado, a modernidade desaparece nas ruelas cercadas de casas tradicionais de madeira, nos caixas eletrônicos que fecham às cinco da tarde e no comércio que ainda reluta em aceitar cartões de crédito. Para o turista, passa longe de ser uma cidade de fácil navegação: as ruas não têm nome, prédios e casas não têm números e há pouquíssimas informações em inglês. Mas, em compensação, é uma cidade limpa, segura e cheia de gente simpática e educadíssima, que sempre sai do próprio caminho para ajudar alguém perdido.

Saturday, February 20, 2010

Fala, Vitória

Carnaval 2010 - Epílogo
O que detectei, neste Carnaval, independente da discussão política em tela, é que os clubes que saíram com banda de música desfilaram com mais tranquilidade. Por exemplo, acompanhei os Monges e não percebi um insulto. Já observando os trios, a algazarra era generalizada. Cheguei a indagar o porquê das cordas, se o maior perigo estava do lado de dentro. Também não é brincadeira, você colocar mais de mil jovens carregados de hormônios, à frente de um trio elétrico, para cantar e dançar músicas como "vou te comer, vou te comer, vou te comer, vou te comer!..." Depois, me chamam de Gregório de Matos, o Boca do Inferno. Aliás, por falar em Gregório de Matos, que ridicularizava o clero e o governo baianos, a Bahia deu um show de baderna e violência, a se comprovar pelas reportagens exibidas. E, como a televisão sexualiza a adolescência e se escandaliza com a consequência, a Rede Globo terminará tendo que dizer: FALTA DE EDUCAÇÃO, A GENTE VÊ POR AQUI.
Forte abraço!
Sosígenes Bittencourt

Friday, February 19, 2010

Quadro de Frases


Case com quem você gosta de conversar.
Não acredite em tudo que ouve.
Não gaste tudo que tem.
Não durma tanto quanto quer.
Quando perder, não perca a lição.
Sabedoria Tantra

Wednesday, February 17, 2010

Nascidos sob o signo de Aquários

Robinho, Marília Pera, Orkut Buyukkokten, Oprah Winfrey, Zeca Pagodinho, Jânio Quadros, Bob Marley, Ana Paula Arósio, Daiane dos Santos, Reginaldo Rossi.

Sunday, February 14, 2010

Flashes do Carnaval 2010 em Vitória

Saí no ensaio do Boi Dela e perdi ela e o boi. Enfim, me perdi e ainda estou procurando me achar. Saí nos Monges e não levei um empurrão, mas fiquei na calçada para ver Excesso de Bagagem e ia sendo atropelado pelas cordas. Não sei pra que cordas, se os loucos estão do lado de dentro.
Contam que no desfile do ETsão o pau comeu no centro. Ainda tem gente com o cocão doendo e as costelas desaprumadas.
No Sábado de Zé Pereira, em conversa com José Marques de Senna, ele me contou que Vassourinhas era uma canção de roda alagoana que virou frevo pernambucano na inspiração de Matias da Rocha. Como Matias da Rocha adorava Joana Batista Ramos, colocou o frevo como se tivese sido criado por ambos. José Marques estava em cima do carro alegórico do Clube dos Motoristas O Cisne, de pincel na mão, dando os últimos retoques, aos 84 anos de idade. Será que pode ser chamado de carnavalesco?
O melhor do Carnaval foi o show que as orquestras e convidados deram nos palcos da Praça Duque de Caxias. A população ficou maravilhada com o espetáculo. Além de ser uma excelente opção para aqueles que não compraram kit e ficaram fora dos trios.
Quero também salientar que nunca vi tanta gente de fora, inclusive dizendo que acessaram os comentários da comunidade vitoriense no Orkut. Obviamente, porque ciberneticamente no Orkut também teve Carnaval.
Sosígenes Bittencourt

Wednesday, February 10, 2010

Carnaval de eu menino

1) Quanto ao Carnaval tradicional, penso que Vitória precisava importar mais bandas de frevo. Os músicos da cidade já estão de beiços inchados e pulmões resfolegantes. Aqui tem pouco músico para tanta agremiação carnavalesca. Nos meus idos de menino, botem "idos" nisso, vinham bandas de Glória do Goitá, Belo Jardim, Nazaré da Mata, maestro Nunes e a Banda da Polícia Militar de Pernambuco. Cada banda que trouxesse maior número de músicos e maior variedade de frevos. Na realidade, não eram bandas, eram orquestras.
2) No meu tempo de menino, o Carnaval começava no Sábado de Zé Pereira e terminava na Terça-feira Gorda, que antecedia o início da Quaresma. Hoje, dá a impressão de que começa no dia 01 de janeiro e termina no dia 31 de dezembro. Basta alguém fazer aniversário que tocam Vassourinhas e os convidados caem no frevo. Sou orgulhoso de ser pernambucano, porque O FREVO é a única música genuinamente nacional, sem influências alienígenas e nascida entre Olinda e Recife. A única observação que faço é sobre a violência. Basta observar que, antigamente, usava-se lança-perfume em quantidade, um líquido à base de cloreto de etila, acondicionado sob pressão em ampolas de vidro ou metal - cheirosíssimo! - e ninguém dava uma tapa num gato. Hoje, usa-se "loló", um tubinho desse tamanhinho, e é um arranca-rabo em cada esquina. Infelizmente, somos obrigados a encarar essa dura realidade.
3) Quando eu era menino, as orquestras do Leão e do Camelo mediam força na Praça Duque de Caxias. O estandarte do Camelo havia sido confeccionado por PEDRO RAMALHO, e o estandarte do Leão por HONÓRIO TUNGÃO. Aí, a torcida do Camelo cantava:
"A bandeira do Leão foi feita de algodão
da ceroula velha de Honório Tungão."
E a torcida do Leão respondia:
"A bandeira do Camelo foi feita de retalho
da cueca velha de Pedro Ramalho."
Bom Carnaval!
Sosígenes Bittencourt

Beyoncé

Esta é a insuportavelmente beijocável Beyoncé. E nem precisava tanto, bastava-lhe a boca. Cantora, compositora, dançarina e atriz estadunidense, fogosa que nem uma rumbeira, se amostrando no Brasil, o melhor lugar do mundo para se amostrar.

Tuesday, February 09, 2010

Quadro de Frases



São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.
Carlos Pena Filho

No Pagode

O que eu acho, quanto a esses grupos de Pagode, é que eles deveriam tocar mais baixo para que nós pudéssemos entender o que cantam.
Outro dia, de braços com uma morena adjetiva, perguntei-lhe o que eles estavam cantando. Aí, ela me deu a seguinte explicação: - Professor, isso não é para ninguém entender, não, é para dançar.
Sosígenes Bittencourt

A obra maldita

Em solenidade na Academia Brasileira de Letras, Marcos Vinícios Vilaça lembrou a frase de Joaquim Nabuco: "Acabar com a escravidão não basta. É preciso acabar com a obra da escravidão". A frase de Nabuco, repetida por Vilaça na ABL, mostra a grandeza do maior de todos os pernambucanos que morreu há exatos 100 anos. Ele foi político que ousou pensar, intelectual que não se omitiu em agir, pensador e ativista com causa, principal artífice da abolição do regime escravocrata no Brasil. Mas, apesar da vitória conquistada, reconhecia que a tarefa libertária não estava conquistada.
A obra da escravidão continua viva, sob a forma da exclusão social: pobres, especialmente negros, sem terra, sem emprego, sem casa, sem água, sem esgoto, muitos, ainda, sem comida, sobretudo sem acesso à educação de qualidade.
Se estivesse vivo, Nabuco olharia ao redor e se ressentiria de uma obra incompleta porque nós, seus sucessores, não fizemos o que ele defendia nas campanhas para deputado por Pernambuco: dar terra aos escravos e educação para os filhos deles. Sem isso, 121 anos depois da Abolição, o Brasil continua um país escravocrata.
Cristovam Buarque

Monday, February 08, 2010

Morte de Alcides

Polícia procura dupla que matou universitário no Recife
RECIFE - Um dia depois do sepultamento do estudante de biomedicina Alcides do Nascimento Lins, 22 anos, morto na noite de sábado no Recife, a Polícia Civil de Pernambuco ouviu hoje as quatro principais testemunhas do crime: as três irmãs e a mãe do rapaz. Elas estão sob a proteção da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, depois de afirmarem terem sido ameaçadas de morte. Alcides, que estudou durante toda a vida em escolas públicas e vinha de família muito humilde, ganhou notoriedade na mídia nacional depois de passar em primeiro lugar no vestibular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 2007. Filho de uma catadora de lixo, o jovem iria se formar no final deste ano e já planejava iniciar um mestrado.
Mônica Bernardes - Agência Estado
Às vezes, dá a impressão de que Alcides só nasceu para servir de exemplo e nada mais. Exemplo como filho, irmão, amigo e estudante. Exemplo de superação e de que nem tudo está perdido. Pois, antes de se formar, já trabalhando e prometendo dias melhores para sua mãe e seus irmãos, teve sua vida ceifada por alguém que não teve um ceitil de misericórdia, no momento de decidir por não matar alguém que não era o alvo de sua ira.
A morte de Alcides aumenta a responsabilidade das autoridades, porque nos apavora. Porque Alcides morreu em casa, na cabeça da mesa, estudando para fazer o seu futuro e não era quem os assassinos procuravam.
Sosígenes Bittencourt

Friday, February 05, 2010

Carnaval e tradição

Quando vejo gente jovem dizendo que não troca o FREVO por outro ritmo, no Carnaval, penso que é de família tradicionalmente pernambucana e que nasceu ouvindo o som da Terra dos Altos Coqueiros. VASSOURINHAS, por exemplo, com as 8 variações para sax-alto, de Felinho, gravado pela Rosenblit, em 1961, é uma obra de arte, um clássico. Tanto que ninguém consegue executá-lo tal e qual. Eu o considero o segundo Hino do Estado de Pernambuco. Os europeus enlouquecem quando saltam no porto, em Recife, e ouvem nosso ritmo e nossa dança. Até ensaiam alguns passos, inundados de testosterona, carnavalizados e sexalegrados.
Forte abraço!
Sosígenes Bittencourt

Wednesday, February 03, 2010

Quadro de Frases

Ao paquerar todas as mulheres, conserve a sua direita.
Para-choque de caminhão

Corrupção e Violência

Para 69,4% dos brasileiros, a corrupção está aumentando no Brasil. E para 22,9%, a violência e a criminalidade são os problemas que mais incomodam os brasileiros.
Mas, é aqui o dado mais importante da pesquisa, realizada pela Confederação Nacional dos Transportes e Instituto Sensus (CNT/Sensus), ou seja, os entrevistados também foram questionados quanto a confiança em INSTITUIÇÕES. A maioria (69,8%) disse confiar sempre nas Forças Armadas e 9,3% no Congresso Nacional.
E aí, meus diletos internautas, por que não perguntaram se eles seriam a favor da extinção do Congresso Nacional? Com a palavra, Cristovam Buarque, que fora criticado, outro dia, quando levantou a hipótese de um plebiscito sobre o assunto. Enfim, qual seria o regime ideal? Costumo dizer que o brasileiro não aguenta Ditadura nem respeita a Democracia. É feito aluno indisciplinado. Se o professor é duro, reclama de dores nas costas; se é mole, sacode o sapato na bandeira nacional.
Sosígenes Bittencourt

Monday, February 01, 2010

Estudando Português

pára-choque, parachoque ou para-choque?

· Sendo elemento de composição (ou falso prefixo), significa "aquilo que protege contra, que apara". O Acordo Ortográfico vigente eliminou o acento desse elemento, e algumas palavras também perderam o hífen. Eis as palavras formadas com para-:
· Com hífen: para-brisa, para-choque, para-lama, para-raios, para-sol.
· Sem hífen: paraquedas, paraquedista, paraquedismo.
A palavra apresentada, portanto, tem de ser escrita com hífen e sem acento: para-choque
Prof. Dílson Catarino

Capiba no Céu

Lourenço da Fonseca Barbosa
* Surubim: 1904
+ Recife: 1997
Capiba chega ao céu.
Sorridente e de braços abertos, penetra sem kit
no bloco de Nelson Ferreira, Irmãos Valença e Felinho.
Ao som de Vassourinhas, de Matias da Rocha e Joana Batista,
os anjos danam-se a frev(o)ar e plumas caem.
Vem um ente traquinas e seringa cloreto de etila no ar.
O folguedo, alegre e saltitante, vai circulando um salão de nuvens
e volatiliza-se sob uma neblina de papéis picados.
Sosígenes Bittencourt