O sábio e a paciência

“Conta, a lenda, que um velho sábio, tido como mestre da paciência, era capaz de derrotar qualquer adversário. Numa tarde, um homem, conhecido por sua total falta de escrúpulos, veio desafiar o mestre.
E o homem não poupou insultos, gritou tantas ofensas. O sábio permaneceu impassível. No final da tarde, já exausto e humilhado, deu-se por vencido. Impressionados, os alunos perguntaram ao mestre como ele suportar tanta indignidade. O mestre perguntou:- Se alguém chega até você com um presente e você não o aceita, a quem pertence o presente? A quem tentou entregá-lo, disse um aluno.O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos. Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os conduzia.
A sua paz interior e seu equilíbrio emocional dependem exclusivamente de você. Ninguém pode lhe tirar. Só se você permitir.”
Realmente, o ódio é de quem o possui, assim como a paz é de quem a tem. Costumo dizer que sou preguiçoso para odiar. Porque odiar dá muito trabalho. Ademais, quem seleciona suas ocupações, não se gasta em odiar. Odiar é um péssimo investimento. E se eu não consigo guardar dinheiro, por que guardaria ódio? Aliás, tem detalhe. Ninguém é rico pelo que tem, nem pobre pelo que não tem, mas pela noção que tem do que tem. Senão um rico jamais se suicidaria, nem haveria lavadeiras felizes.
Sosígenes Bittencourt