Não há resposta dada pelos policiais do 5º Batalhão da Polícia Militar de Mato Grosso que os inocente. Numa simulação de seqüestro, os policiais, que deveriam estar com balas de festim nas armas, estavam com munição real. Como resultado, mataram um menor de 13 anos e feriram mais 9 pessoas. No mínimo, esses policiais deveriam saber que não era uma ação verdadeira, era uma simulação. Se disserem que não sabiam que as armas estavam municiadas com projétil verdadeiro, por que, ao primeiro disparo, não suspenderam a simulação? Pois, a partir do primeiro tiro e da constatação de que as balas eram verdadeiras, a seqüência de disparos caracterizará Dolo Eventual, vez que se tratava de profissionais que tinham absoluta noção do risco a que submetiam suas vítimas. Alegar que os policiais municiaram suas armas com balas verdadeiras, pensando serem de borracha, é injustificável. Ademais, por que não atiraram na direção deles próprios, acertando logo pessoas que apenas assistiam à simulação, inocentes e desarmadas? Imagine se não estivessem fazendo uma apresentação no Mutirão da Cidadania, no bairro Jardim das Flores, na presença de autoridades, como o prefeito Adilton Sachetti e, pelo menos, 500 pessoas. As provas são insofismáveis, contundentes, materiais e testemunhais. Se o mutirão era de cidadania, impõe-se refletir sobre o fato, ressaltando o direito que o menor tinha de viver, e o dever que os policiais tinham de preservar a vida. Infelizmente, a condenação dos policiais não trará o desaparecido ao mundo, contudo, que não sobrevenham subterfúgios absolutórios. A morte do estudante Luis Henrique, de 13 anos, simboliza a morte de qualquer um menor em tais circunstâncias. Sempre que tomba uma criança, no palco do descuido ou da perversidade, as famílias estremecem, imaginando que o sinistro não é privilégio de ninguém. Sosígenes Bittencourt
Wednesday, May 30, 2007
Morte em Mutirão da Cidadania
Monday, May 28, 2007
Aliviando a Bagagem
A esteira não é aquela do aeroporto; é a da mente. E as malas que agarramos não são feitas de couro; são feitas de encargos.
A valise de culpa. O baú de descontentamento. A mochila de ansiedade e a sacola de aflição. Acrescente uma pasta de perfeccionismo, uma mala postal noturna de solidão, e uma saca de medo. Não admira que estejamos tão cansados ao final do dia.
Para onde nos voltarmos para obter ajuda? Que tal darmos uma olhada num velho amigo, o Salmo 23...
O Senhor é o meu pastor;
Nada me faltará.
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte,
Não temeria mal algum,
Porque Tu estás comigo;
Usando estes versos como um guia, Max Lucado conduz-nos a um útil inventário das nossas cargas. Possa Deus usar este Salmo para lembrar a você de largar as cargas que nunca lhe foram destinadas.
Friday, May 25, 2007
Gêmeos
Tuesday, May 22, 2007
Fala, Vitória
O mês de Maio sempre foi um mês dedicado à mulher. Mês de Maria, de se celebrar o namoro e o noivado, místico período entre os prazeres da carne e o sacrifício do espírito, o desregramento e a temperança, a fornicação e a castidade. Mês de se respeitar a mãe e desobedecer-lhe. Recebido com ovação, o Papa veio condenar tudo que é vontade do corpo e seduz o cérebro. Lembra-me O Êxtase de Santa Teresa D’Ávila, trespassada pela seta de um anjo, magnificamente burilada por Bernini, no século XVI. Quem danado agüentava, em Vitória de Santo Antão, embora calma, sem os agitos nem a desobediência reinante de hoje, controlar-se, com a popularização da minissaia? De repente, quando não se podia ver um tornozelo, lá estavam os joelhos das meninas do Colégio Municipal e do Colégio das Freiras à mostra. Naquele tempo, o desejo vinha embalado pelas músicas de Roberto Carlos, Renato e seus Blue Caps e The Fevers, o que emoldurava o apetite com uma vaga sensação de amor. Ninguém sabia exatamente o que estava acontecendo, porque a Medicina ainda não mapeara o cérebro e a endocrinologia cabia em algumas folhas de caderno. Mas, só Deus sabe o quanto a enxurrada de hormônios fustigava a pele da adolescência de tanta emoção. Os namoros eram na calçada, fiscalizados, com hora marcada. Cinema, só com acompanhante, geralmente um irmãozinho bobo, comedor de bombom, mas fuxiqueiro, cujo perigo residia em contrariá-lo. Os cinemas eram o calorento Cine Braga e o inesquecível Cine Iracema, espaçoso, onde se podia procurar um lugar mais reservado para beijar. Todo mundo ficava tomado, neste mês de maio, de uma expectativa de noivado, casamento e maternidade. Festejava-se a mãe, a namorada e se fazia plano para o futuro. Chegávamos a imaginar como seriam nossos filhos. Se pareceria com a mãe ou seria uma escultórica mistura dos olhos de um com o nariz do outro. Eita, mundo velho!
Monday, May 21, 2007
Ray Charles
Tuesday, May 15, 2007
Fragmentos - Retrospectiva
Há 19 anos
O ano tem 1 dia dedicado às mães e 364 dedicados aos filhos.
A Reforma Agrária seria mais bem feita se nascesse da ótica do boi.
O Jogo do Bicho é a coisa mais honesta do mundo; desonestos são nossos sonhos.
Pelo preço do pão e a tarifa da conta d’água, não dá pra viver a pão e água.
Carro a álcool. Carro a gasolina. Motorista a adrenalina.
(Maio - 1988)
Há 18 anosEpitáfio para túmulo de médico: Eu sabia que a morte era um caso sem remédio.
(Maio - 1989)
Sosígenes Bittencourt
Sunday, May 13, 2007
Dia das mães
Hoje, é dia das mães.
Ontem, foi dia das mães.
Amanhã, será dia das mães.
Todo dia, todo tempo é dia das mães.
Enquanto houver uma pulsação de amor,
onde houver o ato da fecundação
será momento de se comemorar a vida.
Hoje, é dia da vida, é dia do mundo.
Não foi em vão que já se chamou a natureza
de Mãe Natureza.
Hoje, é dia do instinto,
do misterioso impulso para a multiplicação,
de toda forma de vida,
dos microorganismos, de todos os animais, dos vegetais.
Hoje, é dia das mães.
Hoje, é dia da vida.
Hoje, é dia de Deus.
Sosígenes Bittencourt
Friday, May 11, 2007
Para sempre
Por que Deus permite
Você sabe que está vivendo em 2007, quando...
1. Você acidentalmente tecla sua senha no microondas.
2. Há anos não joga paciência com cartas de papel.
3. Você tem uma lista de 15 números de telefone para falar com sua família de 3 pessoas.
4. Você envia e-mail para a pessoa que trabalha na mesa ao lado.
5. A razão porque você não fala há tempos com muitos de sua família é desconhecer seus endereços eletrônicos.
6. Você usa o celular na garagem de casa para pedir a alguém que o ajude a desembarcar as compras.
7. Todo comercial de TV tem um site indicado na parte inferior da tela.
8. Esquecendo seu celular em casa, coisa que você não tinha há 20
ou 30 anos, você fica apavorado e volta para buscá-lo.
10. Você levanta pela manhã e liga o computador antes de tomar o café.
11. Você vira a cabeça de lado para sorrir .
12. Você está lendo esta lista e concordando com a cabeça, sorrindo.
13. Você presta mais atenção no orkut da sua namorada(o) do que no que ela (ele) sente por você.
14. Você já sabe exatamente para quem enviará esta mensagem.
15. Você está tão interessado na leitura que nem reparou que a lista não tem o número 9.
16. Você retornou à lista para verificar se é verdade que falta o número 9.
Monday, May 07, 2007
Fala, Vitória
Sem vida noturna
Cadê a vida noturna de Vitória de Santo Antão? Onde comer carne na brasa com aquela cerveja com sabor de cerveja, como fazíamos em Zefinha Menezes, na zona de baixo meretrício? Onde reencontrar a paz do cabaré de antigamente? Havia normas mais rígidas do que na Praça Leão Coroado de hoje. Mulher ocupada não olhava nem de lado. Homem que levava rapariga ao quarto, para imitar o ato da procriação, não podia passar seixo. Doença que se pegava, eventualmente, curava-se com Tetrex. Ninguém portava arma de fogo, e instrumento perfurocortante era para descascar laranja. Todo mundo conhecia todo mundo, e os valentões só se engalfinhavam quando ouviam pilhéria e eram cantados para brigar. Alguns ficaram famosos por lutas históricas e cinematográficas. Mão de Onça, Didi da Bicicleta, Para-rama e Biu Laxixa. Contam que, um dia, Biu arretou-se e brigou com a população todinha, lá na Praça 3 de Agosto. Mas, era só. Ninguém vivia assustado como hoje em dia. Quando passa das 10h da noite, o povo corre para dentro de casa como baratas dedetizadas se enfiassem em suas malocas. A rua Primitivo de Miranda parece um navio que afundou. Cadê a dança no Salão Azul? Mulheres de saia, o quadril arredondado, dançarinas e amantes. Mére de Escada, Creuza Galega, Maria Guarda-Roupa, Nazid, Juliana e Monolita? Até Francisco Petrônio, com sua voz aveludada, era requisitado na radiola portátil. As composições eram verdadeiros poemas musicados. Guisado de boi sem anabolizante, com macaxeira sem agrotóxico, lá em Sitonho. Safoneiros, violonistas. Cacareco, caminhoneiro e palhaço de circo, junto com Albino Santana, relembrando modas antigas, celebrizadas por Altemar Dutra, Aguinaldo Timóteo e Nelson Gonçalves. Cervejas geladíssimas, em copo americano; não essa química rala, morna, servida em copo de matéria plástica. Cadê aquela cozinheira que gostou de um velho, lá de Caruaru, e danou-se no meio do mundo? Eita, saudade!...
Sosígenes Bittencourt