Monday, December 28, 2009

Visita a Gravatá

No último dia do ano, fui fazer uma visitinha a Gravatá, incentivado por Aninha Marques, atualmente fazendo locução na Rádio Metropolitana em Vitória de Santo Antão. Obrigado!
O centro da cidade estava movimentado, mas sem barulho, sem papel pelo chão, feira de mangalho, e outras poluições ambientais. No céu, parecia estar ligado um gigantesco condicionador de ar natural, promovendo abraços refrigerantes em cada esquina. Um cheiro de quintais, de jardins, de flores, frutas e folhas, revesando com um gustativo aroma de carne na brasa, frituras, doces, saladas, sucos, fustigando a língua, assanhando o estômago e provocando a imaginação.
Sentamo-nos por trás da igreja, naquela Varanda histórica, para degustar umas cevadas. Num instante anoiteceu. As luzes acenderam, e a cidade foi ficando iluminada, dando vontade de botar cadeira na calçada, para ver o povo passar, inalar o perfume das meninas. Mulheres que têm um jeito, uma pele e um rosto que só tem naquele lugar. Daí, eu chamar Aninha Marques de "um souvenir gravataense nas manhãs vitorienses". Arrisco até a repetir que quando envelhecer, vou morrer em Gravatá. Quero morrer sem alvoroço, para sentir calmamente a emoção derradeira da travessia final.
Depois, tomei o ônibus na rodoviária. Rodoviária é morada de saudade, inspira todo homem. E retornei para Vitória, mimado pelo balanço da viagem, meio entre dormindo e acordado, sem distinguir direito o que era sonho e o que era realidade. Tanto que saltei em Pombos.
- Professor, isso aí é Pombos.
- Desculpe, condutor, eu sou de Vitória - e reingressei no veículo, que mais parecia um edifício desfilando pela rodagem.
Sosígenes Bittencourt

Fala, Vitória

A RUA DA ÁGUIA

Outro dia, por ocasião de lenga-lenga no Orkut sobre a obstrução do centro da cidade pelas Feiras Livres, citaram a Rua da Águia. Como residi na Praça 13 de Maio, durante a primeira década de minha existência, fiz as seguintes alusões.
A Rua da Águia é a rua que mais tem nome em Vitória de Santo Antão. Ela já se chamou Rua Alexandre Luna, mudado para Rua André Vidal de Negreiros, atendendo também pelo nome de Barateiro e Rua da Maçonaria.
Quando menino, morei na Praça 13 de Maio, onde temos o Grupo Escolar Cardeal Roncalli, de frente para a antiga Feira das Panelas, hoje totalmente murado por barracas de alvenaria. Quando ali habitei, os feirantes punham suas frutas e verduras no chão, negociavam e depois recolhiam tudo. No Domingo, nós podíamos ouvir o ruído dos sapatos, ao caminhar por ela. Inclusive, o eco de nossos passos, caminhando pela Praça da Bandeira. Naquele tempo, podia-se recitar Castro Alves: A praça é do povo, como o céu é do condor.
Sosígenes Bittencourt

Saturday, December 26, 2009

Quadro de Frases


O mau exemplo dos governos termina sendo imitado pelos seus governados.
Maquiavel

As ideias de um filósofo mirim

Vinícius Bresser Grünwald, o Vico, tinha apenas 4 anos quando aprendeu que o Natal era muito mais do que um dia bom para ganhar presentes. Assim que soube do significado religioso da comemoração, filosofou sobre aquele que, até então, era o seu personagem preferido: o Papai Noel. “Ele parece Deus. Mas não é. Ele tem botas. Deus é descalço.
E Vico passou a colecionar tiradas dignas de registro. Certa vez, ao descobrir que seu ‘bingulim’ não tinha osso, começou a esticar e a puxar aquela delicada parte do corpo. Imediatamente, foi advertido pela mãe: “Vico, para com isso, vai acabar se machucando!
Em um lampejo freudiano, o pequeno filósofo, agora com 8 anos resumiu décadas de estudos psicanalíticos: “Mãe, você está falando isso porque você é menina e não pode fazer igual, você está com inveja do meu ‘bingulim’”, disse. Ponto para ele.
Mãe do garoto, a jornalista Deborah Bresser conta que após ouvir tantas ‘pérolas’ em casa resolveu reuni-las no livro ‘Vico, o Filhósofo‘, lançado semana passada.
Para o psiquiatra Içami Tiba, o livro pode ser um incentivo para os pais que ainda não prestam atenção naquilo que seus filhos dizem. “Ao ouvir as crianças, os pais podem descobrir talentos e tendências. Durante a infância, temos de ter o direito ao prazer da divagação. Ela é muito reveladora”, fala.

Wednesday, December 23, 2009

Nascimento de Jesus

O dia 25 do mês TIVET (dezembro), do calendário hebraico e babilônico, dia comemorado com festas oriundas da Grécia e de Roma, onde todo o povo participava, era o "Dies Natalis Invictis", comemoração do Solistício de Inverno, O Nascimento do Sol. No ano 343 d.C., o papa Júlio I, no Concílio de Serdica, transformou a festa do "Dies Natalis Invictis" em festa da cristantade, para comemorar o nascimento de Jesus.
No primeiro século d.C., o nascimento de Jesus era comemorado no mês ADAR (fevereiro e março).
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Papai Noel foi um bispo holandês de nome Nicolau, que, na noite fria de 25 de dezembro, em Amsterdan, saía do palácio episcopal, levando às costas um saco cheio de brinquedos, batendo às portas das residências, para distribuí-los com as crianças, em comemoração ao nascimento de Jesus.

Canção pra Papai Noel em Crise


Botei meu sapatinho
na janela do quintal.
Papai Noel levou
meu sapato de Natal.
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, December 22, 2009

Fala, Vitória

Eduardo entre Elias e Aglailson em Vitória
Este é um sanduíche meio indigesto. O governador Eduardo Campos entre dois políticos desavindos, da derradeira campanha para prefeito em Vitória de Santo Antão, o atual prefeito Elias Lira e o ex-prefeito José Aglaílson. Eduardo veio entregar 458 casas populares e inaugurar o prédio da Ciretran. Como batessem boca, o governador teve que conter a arenga.
A impressão que temos é a de que o povo é menos importante do que seus Representantes. O que configura uma inversão da idéia de Democracia, onde todo poder emanaria do povo e em nome do povo deveria ser exercido. O que vemos é a população dividida em dois exércitos, insuflados pelos gladiadores que disputam o trono municipal. Quando, ao longo de décadas, abanam no rosto das gerações o que fizeram pelo povo, impõe-se a pergunta: E por que o povo anda numa pindaíba desgraçada? É muita benfeitoria e muito pouca serventia. As vaias dirigidas aos políticos é uma prova de que a democracia não se resume às eleições, ela é um processo e, como tal, não pode ser estanque. Ademais, na Era da Informática e da transparência global, fica cada vez mais difícil manter as oligarquias, escamotear verdades, camuflar-se. Os partidos políticos viraram buquês de letras, e o consumismo relegou as ideologias. A Esquerda e a Direita já não se matam pelo poder, entram em conchavo. E o Capitalismo, tal como o Comunismo, virou estátua de sal, como sucedeu a Lot, petrificada na contemplação do passado. O período é de transição, para alimentarmos um resquício de otimismo, em busca de outros "ismos".
Sosígenes Bittencourt

Monday, December 21, 2009

Retrospectiva

Há 22 anos
No Natal é preciso um certo cuidado. O menino Jesus está na lapinha, e a rua cheia de Judas Iscariotes.
De Pacote Econômico em Pacote Econômico, os ministros vão embrulhando o povo.
O sexo ficou para a cama, e os segredos do amor, para o coração.
Quem estiver atacado de amnésia, deverá estar esquecido de muita coisa que não vale a pena lembrar.
Se Deus fosse como os homens imaginam, Ele seria injusto.
(Dezembro - 1987)
Há 21 anos
Havia tanto devoto na procissão de Santa Luzia, que a vista não alcançava.
O presidente da República vai extinguir 6 ministérios. Tomara que não crie um para extingui-los.
Que ninguém, no próximo ano, contraia o vírus da aids, necessite de cirurgia pelo Inamps, nem receba a visita de um pistoleiro de aluguel.
Quando o ministro Maílson da Nóbrega quis dividir o pão com o povo, o povo levou o pitoco.
Cozinheira disse que viu o psiquiatra ser assassinado com o maior destempero.
(Dezembro - 1988)
Sosígenes Bittencourt

Friday, December 18, 2009

O costureiro do Diabo

Nem o conde Drácula, o demônio romeno que chupava sangue para sobreviver, acusado de sacrificar 30 mil almas, bulia com criança. Nem os diabólicos rituais vodu, onde se espeta agulha em boneco, bole com criança. Mas, em Ibotirama, na Bahia, padrasto engole corda de catimbozeira e enfia agulhas no corpo do enteado, apaixonado por uma vizinha. A idéia das sessões abracadabrantes era se vingar da mãe do menino e um pedido para os amantes ficarem juntos. As aplicações eram praticadas em rituais ditos religiosos. Confusão generalizada, manipulação do Capeta, artimanhas do Fute. Nem a mãe da criança constituía obstáculo à amigação daqueles fantoches de Satanás, nem religião alguma abençoa assassinos. A polícia prendeu o trio sanguinário, com o cuidado de evitar que a população esquartejasse o ‘costureiro do diabo’. As mulheres alinhavaram defesa, mas o assassino sustenta que foi influenciado por uma e ajudado por ambas. É o fim do mundo. Crianças herodianamente sacrificadas em nome de safadezas carnais de infanticidas covardes e desalmados. Títeres movimentados pelos carretéis do Cão. Agora, não tem costura que ajeite seus destinos. Nem amigação, nem macumba, nem liberdade. Além do perigo de serem ‘empalados’, como fazia o vampiro da Transilvânia com suas vítimas, enfiando-lhes estacas no ânus. Ou, à moda brasileira, morrerem no toro de pau, como quadrúpedes em matadouro medieval.
Sosígenes Bittencourt

Wednesday, December 16, 2009

Fala, Vitória

LENGA-LENGA NO ORKUT SOBRE FEIRAS LIVRES E CAOS URBANO
Extirpar aquela feira do centro da cidade é obra cirúrgica de urgência, pois trata-se de um infarto no coração da cidade, a merecer uma safena administrativa, há décadas. E não é demolir as alvenarias a golpes de picareta, chamar a cavalaria, a tropa de choque, etc. É trabalho que requer planejamento, competência. Aposto como, se transferirem a feira sem deixar raízes, a população seguirá o caminho e aplaudirá a mudança. Ali não cabe remendo, arrumação. É obra renovadora, de devolução das calçadas, ruas e praças à população. Se não houvesse dado certo em outros lugares, eu estaria calado. A questão é que, quanto mais demoram a enfrentar o problema, torna-se mais difícil sua resolução.
1) Esse pecado de lotear ruas, praças e calçadas fincou suas estacas em meados do século passado. Contudo, o agravamento do caos se estabelece a partir da substituição das barracas desmontáveis em boxes de alvenaria, convertidos, posteriormente, em casinhas de boneca, motéis improvisados, grutas de comparsas, etc.
2) Carrinhos de som, ou minitrios, desfilando na orla do meio-fio, tocando "fuleiragem music" para surdo ouvir, remonta à invenção de Dodô e Osmar, uma baianada absorvida pelos moradores da Terra dos Altos Coqueiros.
Forte abraço!
Sosígenes Bittencourt

Monday, December 14, 2009

Sacaneando os ladrões

Vamos sacanear os ladrões de celulares. Se seu celular foi roubado ou furtado, além de bloquear o chip, você poderá bloquear definitivamente o aparelho. Digitando *#06#, aparecerá o EMEI com uma numeração que deverá ser comunicada à operadora. O aparelho ficará bloqueado para qualquer tipo de chip de qualquer operadora.
Dryton Bandeira
Quer dizer, é como se estivéssemos fazendo o ladrão de idiota, ao invés de sabê-lo palitando os dentes. Já não basta a contrariedade de perder um bem na maioria das vezes adquirido com sacrifício e ver nossa agenda voar pelos ares. Portanto, passem o cursor sobre a matéria, transfiram, imprimam e conduzam como um documento.
Sosígenes Bittencourt

Roubo de Celular


Se o Brasil já tem 168 milhões de celulares em uso, e todo mundo já foi roubado, quantos ladrões tem o Brasil? Segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), são 87,6 % de brasileiros portando a mesma cibergeringonça no cós da calça. Parece que a mídia encontra mais vantagem em propalar o ensaque de dinheiro público em cueca, perpetrado por políticos cara de pau, do que encarcar em cima dessa legião de assaltantes que ronda nossas pegadas. Se ninguém escapa de ser roubado, dá a impressão de que há um meliante de plantão em cada esquina e não há polícia nem penitenciária que nos proteja. Estamos ferrados. Os lugares são todo lugar. Você pode ser roubado numa zona de baixo meretrício, numa universidade, ou num velório. Assaltantes invadiram um velório e deram um rapa nos entes queridos e todos que compareciam àquele ato de fé e caridade cristã. Não respeitam vivos nem mortos.
Fica Claro que você tem que ser Vivo e não dá um Oi a um estranho.
Sosígenes Bittencourt

Wednesday, December 09, 2009

O banco não tinha fundo

Esse país é uma brincadeira. Tudo cheira a fraude. Minha mãe ficou de cabelos brancos em sala de aula e chegou em casa dizendo que o caixa do banco não tinha dinheiro para que ela realizasse um saque. Quer dizer, ela tinha dinheiro na conta, mas o banco não tinha fundo. Só faltava essa. A cada dia que passa, a frase de Bertolt Brecht está mais na moda: "O que é um assalto a um banco, comparado com a fundação de um banco?"Ademais quando se trata de salário de professor aposentado, já enfrentando os achaques da velhice e precisando tratar da saúde.
Aliás, não adianta cobrar bom desempenho de professor, se o estado não fizer a sua parte. Professores mal remunerados, ensardinhados em ônibus ou encarapitados em mototáxis, recorrendo a agiota, não têm estímulo para se reciclar nem amar ao próximo como a si mesmos. É um descalabro!
Sosígenes Bittencourt

Friday, December 04, 2009

Um espetáculo vergonhoso

Se o espetáculo foi vergonhoso, o Grêmio foi o seu protagonista. Decididamente, não temos exemplo a dar às crianças. Depois de fraude no Enem, no concurso da Polícia Militar e dinheiro público ensacado em cueca de representantes do povo, o que temos mais a ensinar? E como o futebol poderia ficar fora desses maus exemplos? Aos gaúchos, os meus pêsames. Vocês não amam o seu estado. Aos torcedores do Grêmio, minha indignação. E não me venham dizer que o Grêmio não abriu, desde o momento em que dispensou os seus titulares. E para piorar a situação, a imprensa do sul teima em afirmar que o Flamengo é hexacampeão do Brasil. Uma vergonha! Defendem liberdade de imprensa e se vendem, mentem descaradamente. Desmoralizam a FIFA, a figura circunspecta de João Havelange, escandalizam para o mundo saber que somos uma nação sem vergonha. Que explicação daremos nós às crianças, depois de tamanha palhaçada? Qual o exemplo de honestidade que estaremos dando, depois de tanta falta de caráter? É bom lembrar que o Flamengo pode ter a maior torcida do país, mas ela não é maior do que as demais torcidas reunidas. O Brasil tem tudo para amanhecer indignado, principalmente os pernambucanos que viram o Sport ser campeão do Brasil em 1987 e, por isso mesmo, participar da Taça Libertadores da América.
Sosígenes Bittencourt

Dinheiro em cueca pra panetone

A cúpula do DEM, em Mato Grosso do Sul, anda dizendo que o envolvimento do governador do Distrito Federal em esquema de corrupção é um caso isolado. Mentira. Nem de filmagem seria. O mundo está cansado de saber que políticos brasileiros usam cueca como cofre portátil sem a menor cerimônia. Faz 4 aninhos que José Adalberto Vieira da Silva desfilou com 200 mil reais e 100 mil dólares na cueca no aeroporto de Congonhas. Foi uma vergonha.
Os moradores da capital federal desencadearam uma campanha contra o panetone, em protesto às explicações do governador, José Roberto Arruda, porque "o mesmo" - para usar uma linguagem policial - disse que os 50 mil reais ensacados na fralda eram para comprar panetone. O presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente, explicou que colocou o dinheiro na meia porque não tinha pasta. Pobre imprudente, só faltou dizer que não tinha dinheiro para comprar pasta.
Depois deste "cueguete", ninguém dirá que tudo neste país dá em pizza. Está fora de moda. Dir-se-á que dá em panetone.
Tudo isso é falta de educação, gente que não ouve conselho. Esses abilhudos são do tempo em que não se entrava em casa com um limão sem dar explicação. Suas genitoras que o digam. Hoje, não podem ver o que é dos outros.
Tadinhas das meninas que carregam maconha na vagina, escavacadas nas delegacias, tomando tabefe no focinho e dedada; das ratazanas de potes de margarina, dos meninos doidos que passam pedrinhas de crack nas esquinas e terminam presos, com a cabeça lascada, ou de mãos enclavinhadas sobre o peito, apodrecendo no cemitério da cidade.
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, December 01, 2009

Quadro de Frases



Os estudantes de vestibular estão carecas de saber que não se passa em vestibular sem saber.
Sosígenes Bittencourt

790 milhões para escolas técnicas

O Ministério da Educação (MEC) deve liberar até dezembro R$ 790 milhões para o programa Brasil Profissionalizado. Vinte três estados e o Distrito Federal vão receber os recursos para construção de escolas técnicas profissionalizantes ou reforma e ampliação das já existentes. De acordo com as propostas apresentadas pelos estados, serão construídas 77 escolas. Os estados do Amazonas e de Rondônia não aderiram ao programa.
Tudo isso é muito lindo. Seria muito bom que o MEC contruísse, e o estado, pelo menos, preservasse a obra de alvenaria. Ademais, escolas bem pintadas e aparelhadas não querem dizer absolutamente nada, se o ensino não for de qualidade e o aluno educado. Pasquale Cipro Neto diz que o Brasil precisa melhorar muito e o mais rápido possível. Não há ensino quando não há aprendizado. Não haverá aprendizado se o aluno não tiver educação e o professor não for qualificado. São requisitos fundamentais para o êxito do empreendimento, "conditio sine qua non" para a realização da obra. Também, a princípio, é preciso conhecer as intenções que jazem sob a obra.
Sosígenes Bittencourt