Monday, February 28, 2011

Márcio, Verônica e paixão

Verônica acusa Márcio de não trabalhar, virar um monstro quando usa cocaína, espancá-la nas horas vagas e dorme agarradinha com o seu algoz. Não desgruda de quem descreve como psicopata.
Márcio morre de ciúme de Verônica porque Verônica é uma fankeira cobiçada, de pele aveludada, cabelos alegóricos e dança com as coxas roliças de fora.
Verônica diz que não consegue deixá-lo porque o ama. Ama o seu brucutu de estimação. Deve ser a tal da paixão. Quem dorme com o seu carrasco amoroso, pode estar dormindo com o seu futuro assassino.
Márcio aparece todo queimado, cheio de bolhas, com os olhos arregalados, acusando Verônica de tê-lo torturado com o filho e o padrasto.
Verônica diz que é mentira, que ele antes de ir para a delegacia, passou na sua casa e, como de hábito, passou a mão no que era dela, como se não fosse seu marido, fosse um ladrão.
Márcio está sendo tratado numa Unidade de Terapia Intensiva, todo tostado e doido para ver Verônica.
Verônica está chorando, aperreadíssima, clamando por justiça, mas, sobretudo, pela perspectiva de perder Márcio para sempre.
O sofrimento não é maior pelas agressões, pelas marcas indeléveis das brutalidades, pela vergonha, é misericórdia e saudade, o melodramático saldo da paixão.
Verônica é a ninfa de Márcio. Márcio é o galã de Verônica. São os olhos do coração.
Quem sofre de paixão, também chora ao ver a agonia de Verônica, e Márcio todo queimado, de olhos esbugalhados, na televisão.
Apaixonado abraço!
Sosígenes Bittencourt

Resenha Esportiva

CAMPEONATO PERNAMBUCANO
Tem torcedor muito animado, mas eu acho muito bom ter cautela. Eu não vejo time bom nesse campeonato. Tudo pode acontecer. Parece que os grandes clubes pernambucanos estão eternamente de ressaca, ainda não digeriram o peru do Natal. Sinceramente, é cada pelada desgraçada.
CAMPEÃO BRASILEIRO DE 1987
Quanto ao título de Campeão de 1987 arrumado para o Flamengo, é mais uma falta de vergonha das autoridades brasileiras. É uma nação de bananas, onde o poder é manipulado nas barbas da Justiça e ninguém bota moral. E há comentaristas no Sul que ainda têm a disfarçatez de dizer que é só dar uma Taça ao Flamengo para acabar com a discussão. Pergunta a João Havelange quem foi Campeão de 1987. Consulta a FIFA. É numa hora dessa que sentimos vergonha de ser brasileiro, me desculpem a franqueza. É por isso que um arranca-toco qualquer, confiante na impunidade, acelera o automóvel sobre uma passeata de ciclistas, enquanto na Europa um motorista morre de medo de atropelar um gato.
Esculhambado abraço!
Sosígenes Bittencourt

Saturday, February 26, 2011

A ilusão de Kadafi

Kadafi se diz democrata porque foi eleito por um povo alienado, em eleições de cartas marcadas. Agora, pede socorro ao mundo, quando a internet encheu a juventude de esperança, encantada com a liberdade. Assustado com o perigo de ter que prestar contas dos 80 bilhões de dólares que ensacou, confundindo dinheiro público com patrimônio particular, inventa que os revoltados são manicacas de Osama bin Laden. Enfraquecido militarmente e encurralado, quer que os norte-americanos botem os manifestantes pra correr. Menospreza a esperteza ianque. Diz que quer salvar a Líbia, atirando no povo. Mas, a manada popular reage ferozmente, reeditando o velho adágio latino: Patria cara, carior libertas - "A pátria é querida, mas a liberdade é mais querida." As mulheres, enclausuradas nos vestidos, de nariz ameaçado pelo facão da Sharia, veem, pelo buraco da internet, que a fantasia pode se tornar realidade, espiando pessoas nuinhas suspirando no coito. Proibidas de sentir prazer, condenadas ao silêncio, gelam de emoção. É um frisson coletivo.
Vamos ter ilusão, mas Kadafi é um sonâmbulo, nem parece que vai morrer. Os ditadores são assim, andam empedernidos, inspirados, embevecidos com o poder, como se a morte não passasse de uma assombração. Agora, aqueles que lhe outorgaram tanta autoridade e realeza, o ameaçam de dar uma pedrada na cabeça, chutá-lo que nem a um rato, entumescidos de raiva, danados da vida.
Liberado abraço!
Sosígenes Bittencourt

Thursday, February 24, 2011

Morte de Geane - 08/04/2007

O seu rosto esmaecido nesta foto transparece que minha amiga já não habita este mundo. Contudo, revê-la era tudo o que eu queria. Ah! como seria bom que os mortos voltassem por um minuto, para nos revelar seus segredos. Com o mesmo ar, a mesma voz, o tom, o gosto, aquele vestido.

Conheci Geane num comício. Era uma época de campanha política. Mais nova, tinha 4 filhos menores, oriundos de Catende, onde convivera com o pai das crianças. Pouco conhecida, residia na Vila Mário Bezerra, com sua mãe. Desde que a coloquei para distribuir a microrrevista Fragmentos, começou a ficar muito íntima no centro da cidade. Simpática e prestativa, levei-a para os lugares que frequentava, sempre recebendo elogios pela sua participação, muito embora não fosse um contrato de trabalho, mas uma parceria, não havendo vínculo empregatício nem remuneração estabelecida. Aos poucos, fui descobrindo-lhe alguns dotes, como cortar cabelo e dançar. Uma das reclamações que ouvia de sua mãe, dona Rode, era de que não gostava de estar em casa, quando tinha 4 menores para cuidar. Naturalmente, passara um bom tempo de sua adolescência enclausurada, sem tempo de se divertir, e agora havia surgido uma oportunidade. Em resumo, depois que passou a namorar um velho amigo meu, continuou querendo levar uma vida muito solta, embora enfrentando severas reclamações do seu companheiro. E de tantas andanças, tanta ânsia por diversão, perde a vida, abraçada com o seu irmão, num desastre de motocicleta, em cima da pista. Contam que ia para uma festa no Cabo de Santo Agostinho. Contam que, quando já estava sem vida, o seu celular tocava; era o seu companheiro, querendo saber onde ela estava. Sabe-se que colidiram com um caminhão.
Não tive outra alternativa. Ainda de madrugada, fui vê-la na casa funerária. Depois, velar-lhe o corpo em sua casa e pervagar a via do sepultamento. A caminhada foi longa, sob o mesmo sol que a aqueceu tantos dias, pelas ruas que atravessou tantas vezes. Ainda agora ouvimos o repicar das colheres de pedreiro e o murmúrio de dor de sua mãe. Adeus, Geane.
Sosígenes Bittencourt

Fala, Vitória

BOTANDO PRA SE LEMBRAR
Todo Carnaval, boto pra me lembrar de gente que desapareceu daqui, por morte, ou sumiço, e era a cara da cidade. Por exemplo, quem pode ver a saída do Bloco ETsão, sem se lembrar de Dezinho Sapateiro? E quando me lembro de Dezinho, vem logo a figura de Zé Oião, casado com Socorro, o maior jogador de Sinuca da cidade, que morreu dançando no Clube Abanadores O Leão. Lembro-me de Mizura, fantasiado de bebê, de calua, de marinheiro; Geraldo Lima, corado e vociferante na calçada da PITÚ Lanches; Tonho Tripa, carregando uma récua de bêbados numa fubica; Manoelzinho de Horácio, caneiro velho. O médico que lhe tirou o baço e deu-lhe um ano de vida faleceu, e Mané viveu para lá dos setent’anos. Quem não se lembra do afrescalhadíssimo Brigitte? Uma vez, por excesso de galinhagem, tomou uma surra do irmão que ficou com um defeito no focinho. Lucinha Freire, Ladjane Duarte, Dinha e Bete Ferraz - eu era louco por essas meninas - Rubenite, Doraci Barbosa, toda mimosa na calçada do Banco; Maria Betânia, saudabilíssima, parecia uma propaganda de tonificante; Graça Arruda, de pernas adjetivas e cabelão; principalmente Buga, de Luiz Cassanique, baixinha e gordinha, parecia uma almofada, a minissaia inaugural do Colégio Municipal. Êita mundo velho sem porteira! E quem se lembrar de mais gente, pode telefonar, que eu aqui vou atrás do bloco de quem ficou, porque a festa não tem hora pra acabar.
Carnavalesco abraço!
Sosígenes Bittencourt

Wednesday, February 23, 2011

FRAGMENTOS

A paciência é a maior das virtudes.
Porque não há nenhuma outra virtude em que não haja paciência.
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, February 22, 2011

Kajuru e a esperança

Diabético, cego de um olho, queixando-se de impotência sexual, magro e abatido, Kajuru volta à Televisão. Além das doenças, Kajuru também foi vítima de sua língua afiada, o que o manteve desempregado e liso, pelos inimigos que colecionou nas emissoras por onde passou. Contudo, Kajuru ainda é um dos melhores comentaristas de futebol da mídia. Outro dia, olhou para a plateia e saiu-se com essa: Chega um homem e diz "perdi a esperança". Vem Deus e diz "perdi um homem".
Alguém perguntou pela autoria da frase, no Yahoo, e alguém explicou: Ôi, Colega! Perder a esperança é morrer! Deus, com certeza, não perderá este homem! O trará para junto de Si!
Sosígenes Bittencourt

Internet e Ditaduras


Não tem Ditadura nem Reinado que se segure com a internet no ar. Por isso que os encastelados, os entronizados no poder mandam logo desligar os fios da comunicação aberta e instantânea, a informação virtual, a enciclopédia da humanidade. E depois que Hosni Mubarak foi convidado a dar o pira, depois de 30 anos cantando de galo no Egito, derrubar ditador virou moda. Até Muammar Kadhafi, que era o Cão do Terceiro Livro, há mais de 4 décadas pintando e bordando na Líbia, diz que botou os picuás debaixo do sovaco e vai se picar. Os Mohammed estão com os dias contados. Até Marrocos enterra os pés e manda o Rei se calar. Abaixo o “L’état c’est moi” (o Estado sou eu), de Luiz XIV! Os marroquinos querem viver a vida. Sentem-se sufocados por uma Constituição que julgam haver sido confeccionada para escravos. Ninguém agüenta mais ver uma casta enricando às custas do sacrifício do restante do rebanho. O povo virou manada de operários do Poder, rebotalho humano. Não há Justiça nem Liberdade para socorrer os agoniados. Prevalece a denúncia de José Rainha: “Aos ricos, o favor da lei; aos pobres, o rigor da lei.
A internet foi o estopim que fez o mundo explodir contra a opressão, a arrogância, os regimes autoritários. É a interação, as denúncias e esclarecimentos na mídia cibernética. E as pseudodemocracias que se cuidem. Quem pensar que é o democrata-mor porque foi eleito pelo povo está enganado. Não governou em nome do povo, pelo povo e para o povo, mas em nome do governo, pelo governo e para o governo, vai ver o cancão piar. Ditadura travestida de democracia é Democradura.
Sosígenes Bittencourt

Monday, February 21, 2011

Resenha Esportiva

Ontem, aconteceu de tudo no Futebol. De deixar o mais arguto comentarista caducando. Primeiro, o Botafogo empatou em 1 a 1 com o Flamengo e foi penar nas penalidades. Pênalti, meu dileto ledor, é roleta russa. E aí o Botafogo não disparou no alvo e deu em água. Com os nervos em pandarecos, só arremessaram petelecos. Agora, o Flamengo vai disputar a Taça Guanabara com a novidade carioca: o Boa Vista. Tem jeito?
Depois, foi a vez do Santos. Não teve santo nem reza que desse jeito. O Corínthians, sem Ronaldo, sem Roberto Carlos, etc, enfiou-lhe 3 a 1, na frente de Neymar, Elano & Companhia. Aliás, tenho cá minhas dúvidas se teria vencido com os "fenômenos" já fora do prazo de validade.
Embolado abraço!
Sosígenes Bittencourt

Sunday, February 20, 2011

Quadro de Frases

Quando o mundo acabar, o rádio será o primeiro a informar.
Geraldo Freire

Saturday, February 19, 2011

Agradecimento

Pedir é dom de todos; agradecer, virtude de poucos.
Se você não é dessa época, acredite: a foto é de um rádio. E o agradecimento vai para o meu amigo Dryton Bandeira, que acaba de me presentear com uma cópia da música Um Juramento Falso, de Leonel Azevedo, cantada por João Nogueira.
Nos tempos de menino, ouvia essa pérola do cancioneniro popular brasileiro, na voz de Orlando Silva, pela Rádio Tamandaré, quando acordava, de manhãzinha, para ir ao Colégio Municipal 3 de Agosto. O organismo desintoxicado sorvia o ar puro das manhãs. Estava começando uma vida. Foi no tempo em que, com o coração, se conjugava o verbo amar.
Agradecido abraço!
Sosígenes Bittencourt

A poesia é essencial

João Nogueira - canta
Leonel Azevedo - compositor

Um juramento falso faz a gente sofrer
Um sorriso fingido dos lábios de uma mulher
Quando se tem amizade sofre-se dor de verdade
Sempre com os olhos fitos na felicidade

É dura, é triste, é cruel
A dor de uma saudade
Quando se teve nas mãos a felicidade

Quanto fui tolo, confesso
Isso é conto de fadas, é tapiação
O amor nunca existiu
É interesse, é ilusão
Comigo não!

Eu que sempre acreditei na possibilidade
De ver passar esse amor para a eternidade
Foi um sonho que pereceu
Foi mais uma quimera que se desfez
Eu já fiz um juramento e não amo outra vez

Friday, February 18, 2011

E eu namorando...

Ontem, eu fui ver o sol se pôr lá na serra.
E eu namorando...
Minha avó Celina dizia que o anoitecer é a hora da saudade.
E eu namorando...
A garçonete era Celina também.
E eu namorando...
Faz mais de meio século que fui dado à luz.
E eu namorando...
Desde então inspiro o ar e me inspiro com a luz.
E eu namorando
Minha amiga era tão bonitinha que juntou gente.
E eu namorando...
Tomamos whisky com salamito italiano.
E eu namorando...
A tarde foi se apagando e um lençol de estrelas forrou o infinito.
E eu namorando...
Eu não digo o nome dela pra ela não arengar comigo.
E eu namorando...
Botei pra contar história, e a macacada sorrindo.
E eu namorando...
A minha primeira namorada, eu tinha 9 anos.
E eu namorando...
Ela me ensinou pecados que eu não posso contar.
E eu namorando...
A parteira foi comadre Emília. Hoje, é nome de rua.
E eu namorando...
Um dia minha mãe descobriu que eu não estava mentindo, fazia poesia.
E eu namorando...
Minha cartilha de sexo foi um livro azul do ginecologista Fritz Kahn.
E eu namorando...
Chegaram algumas meninas, o bando se dispersou.
E eu namorando...
Minha amiga me botou no colo e me levou pra casa.
E eu namorando...
Eu não me casei ainda por causa das outras.
E eu namorando...
Mais vale um prazer do que cem contos de réis.
E eu namorando...
Quando acordei, estava dormindo.
E eu namorando...
Sosígenes Bittencourt

Thursday, February 17, 2011

FRAGMENTOS

Não brinque com arma,
no presídio não tem Carnaval.
Sosígenes Bittencourt

Wednesday, February 16, 2011

Ronaldo e "fenômenos"

Fenômenos acontecem. Ronaldo é um deles. Tem gente que rala de ficar no couro e o osso, emagrece no suadouro da labuta e morre de desnutrição. Também são fenômenos. Mas, como esses fenômenos anônimos são infinitamente mais comuns, Ronaldo torna-se um fenômeno infinitamente mais raro. Correndo atrás de bola, não dando bola pra mais nada na vida, tira ouro do nariz. Ronaldo não corre atrás de dinheiro, corre atrás de bola, o dinheiro é que corre atrás.
Ronaldo é um sortudo. Até o travesti que o acusou de ter tido relação com ele (ou ela) sei lá... já morreu, e Ronaldo segue vivendo, como se nada tivesse acontecido. Muita gente tem hipotireoidismo, toma remédio, é o maior sofrimento. Ronaldo também tem, mas o médico esconde, vira segredo, para não prejudicar a imagem de Ronaldo. Seu hipotireoidismo é tratado em sigilo e, quando vai para o ar, na voz do "Fenômeno", é um sucesso. Ronaldo é um sucesso. Sucesso, sem que se saiba, na realidade, o que aconteceu para tanta glória, tanto triunfo, só pode ser fenômeno, embora a bola o procurasse, fosse um animal de estimação embolando a seus pés. Quando não acertava na manobra, a própria bola se encarregava de fazer o percurso. Convidado a dar explicação, fala lento, suspira, fica mais cansado do que dentro do gramado. Porque nem aprendeu a falar direito, foi escrever com os pés. Ronaldo dá caneta no adversário, banho de cuia nos goleiros.
E Ronaldo chora. Parece um bezerrinho desmamado, despertando compaixão. Porém, suas lágrimas não são uma choradeira comum, daquelas solitárias, sem eco nem misericórdia. É choro filmado, provocando o choro da multidão.
Agora, Ronaldo vai descansar. Foi muito dura a batalha, quase o matam de tanto pontapé. A brutalidade dos invejosos, dos desalmados, o transfomaram num flagelo do futebol. Mas, até nisso, teve sorte. Virou herói, aplaudido, apaparicado, um mito. Emocionado, chora e sorri ao mesmo tempo. É muita bola do destino para um só coração.
Espetacular abraço!
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, February 15, 2011

Foto

ARACNÍDEO EM DETALHE
Se você tem medo de aranha, que tal encarar Hogna, a "aranha-lobo"? Observe os olhos e pelos do octópode, fotografado pela virtual e microscópica tecnologia de nosso tempo. Para quem tem fobia, aquele medo superlativo e paralisante, esse aracnídeo deve estar parecendo um monstro.
Asqueroso abraço!
Sosígenes Bittencourt

Monday, February 14, 2011

Seu Lunga, sutilezas da brutalidade


Nada melhor para aplacar os traumas da segunda-feira do que dar umas gaitadas com algumas histórias de Seu Lunga, aquele comerciante cearense, conhecido como o homem mais ignorante do planeta. Nosso Guinness Book da brutalidade é um baita respondão, mas bom da cachola, não perde a presença de espírito. Dá só uma mancuricada no que é capaz de aprontar.
*****
O funcionário do banco veio avisar:
- Seu Lunga, a promissória venceu.
- Pra mim podia ter perdido ou empatado. Não torço por nenhuma promissória.
*****
Seu Lunga entrando em uma agropecuária.
-Tem veneno pra rato?
-Tem! Vai levar, Seu Lunga?
- Não, vou trazer os ratos pra comer aqui.
*****
Seu Lunga dava uma surra no filho, e o menino gritava:
- Tá bom, pai! Tá bom, pai! Tá bom, pai!
- Quando tiver ruim, diga!
*****
Durante a madrugada, a mulher do seu Lunga passa mal:
- Lunga! Tá me dando uma coisa...
- Receba!
- Mas é uma coisa ruim!
- Então, devolva!
*****
Seu Lunga viaja de ônibus e a poltrona ao seu lado está vazia.
Numa parada do percurso, uma senhora entra no ônibus e, chegando perto de seu Lunga, pergunta: - Senhor! Nessa cadeira tem alguém sentado?
- Se tiver, eu tô cego!
*****
Seu Lunga estava passeando na calçada com o cachorrinho, quando lhe perguntam:
- Passeando com o cachorrinho, Seu Lunga?
- Não. É meu passarinho! - pegando o podle e sacudindo pro ar.
Sosígenes Bittencourt

Sunday, February 13, 2011

Prédio e Lembranças

Esta é uma foto do prédio da Loja Maçônica Segredo e Verdade. Eu chamo essa rua de Rua dos 5 nomes, porque pode ser identificada como: Rua da Maçonaria, Rua da Águia, Rua Alexandre Luna, Rua André Vidal de Negreiros e Barateiro. A gente tinha medo da Maçonaria, porque contavam que, se alguém fuxicasse algum segredo, poderia ser sacrificado. O aroma do pão da padaria de seu Jefre Coelho se misturava ao do Café São Miguel, que vinha lá da Rua Ambrósio Machado, num abraço gastronômico entre o céu e a terra. Passei minha infância bem pertinho, ali na Praça 13 de Maio, próxima à Feira das Panelas. Estudei no Grupo Escolar Cardeal Roncalli, sentadinho em caixão de sabão. Foi no tempo da Tabuada e do Caderno de Caligrafia. Minha rua não era calçada, o que favorecia o jogo de pião e bola de gude. A diretora era Maria Celeste, presa na Revolução de 1964. Maria Celeste era uma sonhadora, vivia nas nuvens. Foi no tempo em que comi Maracujá-açu de colherinha e chupei Laranja-de-umbigo. Nunca mais as vi no mangalho.
Reminiscente abraço!
Sosígenes Bittencourt

Friday, February 11, 2011

Dia de Thomas Edison

Hoje, é Dia de Thomas Edison. Porque Thomas Edison nasceu em 11 de Fevereiro de 1847. Iluminado pela inteligência, inventou a lâmpada. Uma boa ideia. Dizia que para se ter uma boa ideia, era preciso ter muitas ideias. Apesar de genial, dizia que "Talento é 1% de inspiração e 99% de transpiração." Porém, afirmava: "The best vision is insight", cuja melhor tradução é "A melhor visão é a intuição". A intuição é aquele estalo, tipo 'eu sei que é isso, mas não sei explicar'. É o conhecimento imediato, ou seja, sem meios. Diferente do conhecimento mediato, que é aquele que utiliza de meios para provar.
Sir Thomas nasceu em Milan, mas foi cidadão norte-americano. Tanto que apagou-se em Ohio, em 18 de Outubro de 1931. O que não foi uma boa ideia, para o mundo religioso, foi ter dito que "Religião alguma deve ser introduzida nas escolas públicas. Toda religião é uma fraude. Toda religião é uma mistificação." E dizia:
"Eu aprendi muito mais com os meus erros do que com os meus acertos."
"5% das pessoas pensam. 10% das pessoas pensam que pensam. Os outros 85% preferem morrer a pensar."
"O gênio é aquele que tem uma grande paciência."
"Um gênio é uma pessoa de talento que faz toda a lição de casa."
Plugado abraço!
Sosígenes Bittencourt

Fala, Vitória

HISTÓRIAS DE ASSALTO
Ontem fui à cidade e ouvi histórias de assalto. Lembrei-me de Tóquio. Se você quiser conhecer a violência de nosso amado país, leia sobre Tóquio. Na capital japonesa, o formigueiro humano chega a uma Califórnia inteira, e a polícia não tem o que fazer, vive dando bom dia a quem passa. Aqui, em Vitória de Santo Antão, a população não chega a 200 mil moradores, e a polícia passa o dia de sirene ligada, farejando bandido. Nossa Democracia é uma farsa. Democracia não é regime político, é cultura, comportamento. Aqui, a falta de respeito é recíproco. Somos um povo arrogante. Nossos políticos são autoritários, nossos ricos, nossos bandidos, nossos pobres. Os assaltantes estão na Condicional e assaltando. Chegam, empunham as armas e ameaçam suas vítimas, com toda autoridade. Dão prejuízo, botam pânico, traumatizam suas presas, com o dedinho em riste e mandando fechar o badalo, prometendo voltar ao local do crime.
Temeroso abraço!
Sosígenes Bittencourt

Thursday, February 10, 2011

Quadro de Frases


A Seleção Brasileira é uma seleção sem vícios.
Não fuma, não bebe, nem joga.
José Simão

Wednesday, February 09, 2011

Dia do Frevo

Não é possível se falar em Dia do Frevo, sem se referir a Pernambuco, Vassourinhas e Felinho. Porque não há dúvida de que o frevo nasceu entre Olinda e Recife, e é o único ritmo genuinamente nacional. Não existe frevo nem nada parecido em lugar nenhum do mundo. Até a palavra frevo vem do verbo "ferver", oriunda da pronúncia troncha, como "frevura", referindo-se às atividades canavieiras, como nos engenhos de açúcar.
Diz que Vassourinhas, considerado o Hino do Carnaval Pernambucano, foi composto por Matias da Rocha e Joana Batista Ramos, para o Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas, lá pelo início do século passado, mil novecentos e alguma coisa. Porém, há quem tenha fuxicado que viu Joana cantando os versos de Vassourinhas para Matias, já em 1889. Sei não.
Felinho, Félix Lins de Albuquerque (1895-1980), conhecido popularmente como O Homem dos 11 Instrumentos, nascido ali em Bonito, inventou 7 Variações para sax-alto, no meio de Vassourinhas, em 1941. O frevo foi gravado, com a novidade, em junho de 1956, pela orquestra de Nelson Ferreira, para incendiar a Terra dos Altos Coqueiros.
Infelizmente, já não se toca Vassourinhas como antigamente. Tenho uma cópia da execução original, para dizer que deram uma vassourada no Hino do Carnaval Pernambucano.
Fervoroso abraço!
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, February 08, 2011

O Egito e a reflexão de Hannah Arendt

No momento em que vemos o Egito esperneando, tumultuado pelos protestos populares, disputado por interesses externos ou internacionais, dividido entre o Oriente e o Ocidente, entre o mundo muçulmano o mundo cristão, ambicionado pelos regimes laicos e teocráticos, ninguém melhor do que a falecida filósofa alemã Hannah Arendt para resumir tão significativo momento da História Geral: "Pior que as ditaduras militar e de esquerda são as que flutuam entre o discurso democrático e a repressão aos direitos fundamentais do homem."
Sosígenes Bittencourt

Conselhos letivos

Não estude por estudar, estude para saber.
Não deixe de revisar, para não esquecer.
Os conhecimentos de hoje são o alicerce
para os conhecimentos de amanhã.
Nunca deixe de ler, o mundo das imagens
vai obrigá-lo a descrever.
Não há nada no mundo audiovisual
que não mereça explicação,
e não há explicação sem comunicação
oral ou escrita.
Você pode deixar de ler,
mas terá de falar e escrever.
Sosígenes Bittencourt

Thursday, February 03, 2011

Quadro de Frases


Case com quem você gosta de conversar.
Não acredite em tudo que ouve.
Não gaste tudo que tem.
Não durma tanto quanto quer.
Quando perder, não perca a lição.

Sabedoria Tantra

Fala, Pombos

Prefeitura de Pombos deixa professores sem salário
Por isso, muitos professores fazem de contas que ensinam, porque os alunos fazem de contas que aprendem, e o município faz de contas que paga.
Teatral abraço!
Pombos é um apêndice de Vitória. Não diria que deveria ser amputada, mas tudo que tem de ruim em Vitória, Pombos imita. Acampamento de barracas, mictório ao ar livre, show brega, Segunda sem Lei, etc. E daí, assalto, estupro, poeira, buraco, sobressalto.
Imitado abraço!
Sosígenes Bittencourt

Wednesday, February 02, 2011

O Egito pegando fogo

Essa mulher, com o nariz espitacado, deve ter feito muita raiva aos muçulmanos, contrariando a Sharia.
O Egito é um caldeirão no fogo, e Hosni Mubarak, mumificado no poder. Também não era para menos, desde 1981 abana o dedinho e manda o povo se calar. É no que dá perpetuar um cidadão no governo, sem o arejamento democrático da alternância de poder. Segurou no trono, descamba pra ditadura. E logo no seio de um regime Teocrático, onde o Direito rege-se pela Sharia, o código de leis do Islamismo. Aquele que esgana homossexual, decepa a mão de quem furta um limão e apedreja mulher que faz safadeza. Além do mais, um regime que privilegia uma casta e deixa o resto cheirando a vara de Batista. No Brasil, é melhor. Você pode esculhambar com o presidente, encher a caveira de cachaça e fazer nenen no meio da rua. Aqui, tem um mês de Carnaval, futebol todo dia, novela pornográfica e música fuleira pra você remexer o esqueleto 24h no ar. Diz que o Carnaval nasceu no Egito, mas o maracatu é aqui.
No Egito, a pobreza roça na riqueza e a classe média vive esperneando, com medo de cair na miséria. O regime é tão autoritário que apaga a internet, emudece os celulares e dá toque de recolher, transformando a nação numa gigantesca película de terror. Mas, o povo está arretado e não dá moleza, arrosta canhões e a polícia, disposto a incendiar as pirâmides, apedrejar os sarcófagos e afugentar as múmias.
Rebelado abraço!
Sosígenes Bittencourt