Wednesday, October 31, 2012

A sanha de Sandy


Sandy não é brincadeira, parece obra de um deus ensandecido, malfeitor e debochado. Nem os gregos personalizaram redemoinho tão medonho.
Sandy é furacão no mar e ciclone em terra firme. As más-línguas, ecologistas apressados, logo espalham que é culpa do progresso, da ambição dos próprios norte-americanos que se danam a jogar fogo no ar e terra nas águas.
Quem detesta poluição é o Greenpeace, dedicado à preservação do meio ambiente e defensor indormido do desenvolvimento sustentável. A escritora Rachel de Queiroz dizia que o homem não era merecedor do Reino que Deus lhe deu.  
Quem não acredita que a humanidade poderá salvar o planeta é o britânico James Lovelock, criador da Teoria de Gaia. Para quem não sabe, Gaia é a alegoria grega que representa a Terra.
Meteorologistas, bisbilhoteiros do ar, medidores das ventanias, já andavam mancuricando Sandy. Fuxicaram que Sandy vinha no maior alvoroço por cima do mar. Nada comparável, no entanto, ao Tsunami bíblico que afogou 20 mil criaturas, no Japão, em 2011.
Tempestade da gota foi o furacão Katrina. Em 2005, quase sepulta Nova Orleans vivinha, transformando-a num gigantesco aquário de gente.
Aqui, no Brasil, inundação é enchente. O povo atingido, geralmente sem eira nem beira, sai com os picuás na cabeça.
As enchentes, também apelidadas de “cheias”, apesar de menos espalhafatosas do que os furacões, produzem estrago maior. Diz que é culpa do governo.
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, October 30, 2012

Pensar e Sentir


Sentimento é pau-mandado, depende do pensamento. O coração é o termômetro da emoção, a mente é que ama.
Pensar é tão rápido que você pensa que SENTIU e NÃO PENSOU. É preciso pensar no que se sente, mas, sobretudo, pensar no que se pensa. Pensar naquilo que se pensa é filosófico, é indagação de relação de causa e efeito.
Sosígenes Bittencourt

Sunday, October 28, 2012

Anoiteceres


Anoitece em Vitória. Anoiteço em Vitória. Sou figura noturnal, viajante do ocaso, sonhador como o crepúsculo vespertino, morto de saudade como o final. De olhos vendados, conheço o cheiro dos bairros, dos becos, do meio do mato de minha cidade natal. O cheiro de fumaça, de mingau, de chuva. Sou todo olfato e lembrança. Conheço os trejeitos do meu lugar, os cabelos perfumados, os enxerimentos, o flerte e o gozo. Minha cidade é todinha uma mulher. Chamar-se-ia Vitória das Marias, Maria das Vitórias, tal como é.
Anoitece em Vitória. Anoiteço em Vitória. Saio para passear, impregnado dos prazeres noturnos, das eras do meu tempo, que me viciam e me saciam. Minha cidade muda todo dia, mas não muda o meu sentimento, o fascínio elaborado pela memória, como quem ama o que odeia e odeia o que ama, num jogo de perde e ganha.
Anoitece em Vitória. Sobretudo, anoiteço em Vitória. Enlouqueço em Vitória. Porque ninguém entende o que em nós nem conseguimos explicar. Vitória, meu berço e minha tumba. Minha alma noctívaga vai enredando sua história. O acaso me espreita, a surpresa me seduz, sua bruma, sua luz. Alucinações e desejos, rimas em ‘ina’, adrenalina, serotonina, dopamina. Ah! Vitória, dos meus idos e vindas de menino, minha menina
!
Sosígenes Bittencourt

Thursday, October 25, 2012

Que quer o homem?


O homem acha a paz chata, por isso inventou a guerra, que é mais emocionante. O homem diz que quer ir para o céu, mas faz da vida, na terra, um verdadeiro inferno.
O homem acha o céu monótono, por isso inventou a discórdia, que é mais movimentada.
O homem teme o Inferno, por causa do Diabo. Diz que o Diabo é indormido, sofre de insônia. E acutila a nádega do homem com um tridente em chamas.
O homem diz que ama, mas, na realidade, se apaixona. O amor é bilateral, racional, nasce junto. A paixão é unilateral, irracional, nasce solitária. Mas, a paixão é-lhe mais apaixonante. A emoção é muito rápida, a razão vem de paraquedas.

Enfim, o homem teme a morte, mas cava a própria morte. "O homem não morre, mata-se" - dizia Sêneca.

Sosígenes Bittencourt

Wednesday, October 24, 2012

O homem, os animais


Pensar bem faz bem aos sentimentos. O homem é um ser que pensa, por isso tem emoções. Postura filosófica é pensar no que se pensa. Filosofia é uma reflexão sobre o que pensamos. A vida moderna acelerou nosso pensamento, sacrificando a reflexão e comprometendo a serenidade tão necessárias à paz interior e ao bom convívio social. Os animais são criaturas programadas, não precisam refletir sobre suas vidas, precisam, apenas, de compreensão, de que o homem não atrapalhe sua existência.
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, October 23, 2012

Não ria se puder

Depois do homo erectus e do homo sapiens, o homensalão.
Sosígenes Bittencourt

Monday, October 22, 2012

Besse Cooper aos 116 anos

Esta é Besse Cooper, de 116 anos. Leiam rápido, estamos aos 22 dias do mês de outubro de 2012 depois de Cristo.
Besse é natural do Tenesse e, hoje, vive num asilo em Monroe, no estado da Georgia, nos Estados Unidos.
Parece aquela reflexão de Austregésilo de Athayde quando envelheceu: As pessoas são condenadas a morrer, eu fui condenado a viver.
O mais pitoresco são as explicações de Besse sobre sua longevidade: Não me meto na vida dos outros e não como porcaria.
Outra pérola é a revelação de seu filho Sidney Cooper, de 77 anos: Minha mãe, quanto mais velha, mais espirituosa fica.
Quer dizer, se não se mete na vida alheia, deve ter tido menos aborrecimento do que nós outros. Se não come porcaria, deve comer só vegetais. Os vegetais nutrem-se dos minerais. Os homens deveriam se nutrir dos vegetais. Qualquer quebra nesta cadeia alimentar compromete a saúde.
Portanto, se dona Besse tem saúde, porque não se aborrece e se alimenta do essencial, em qualidade e quantidade, deve sentir-se muito bem, daí a espirituosidade.
Enfim, não sei se ainda daria tempo para seguir seus conselhos e viver para lá dos cem aninhos, de tanto que já comemos porcaria e nos metemos na vida alheia.
Sosígenes Bittencourt

Friday, October 19, 2012

Fragmentos

O fim de Carminha não é trágico. Tragédia é sofrimento imerecido. O fim de Carminha é consequência.
Sosígenes Bittencourt

Atirador entrega-se na Aclimatação


Parece uma rima, mão não é. O atirador, depois de 8h de negociação, entrega-se na Aclimatação. Como se houvesse se aclimatado à ideia de entregar-se.

Conta Fernando Gouvêa, de 33 anos, que estava com a psicóloga, em casa, quando foi abordado por um pessoal que se dizia em “nome da Lei”, entregando-lhe Carta de Interdição Judicial e pronto para interná-lo; que, mediante o expediente, logo se sentiu ameaçado, porque não conseguia identificar os seus eventuais agressores. Quem não se sentiria? Logo, num país, onde a Justiça tem pouquíssima credibilidade perante a opinião pública. Veja-se pesquisa séria, realizada a respeito. Segundo dados fidedignos, o povo só confia na Igreja Católica e nas Forças Armadas. Duas entidades rigorosamente penumbrosas e tumulares. Pobres mortais.
Embora o esquizofrênico seja um paciente que sofra alucinações e sobrevoe um mundo paralelo, podendo ir, desde uma postura de estátua a um salto de asa delta, é um animal que pode conviver com os seres racionais, calmo e eloquente como no caso do atirador. Observe-se depoimento de vizinhos.
O que provoca também inquietante curiosidade é o que fazia Fernando, ao lado de uma psicóloga, com um arsenal de guerra, empilhado dentro de casa. Com a palavra, a Polícia e a Psicóloga. Não é verdade que é proibido portar arma de fogo, com exceção de bandidos filosoficamente desobedientes à Lei? E se o atirador era esquizofrênico, sofria delírio persecutório, por que a psicóloga achava que ele poderia manusear revólver como uma criança se distrai com seu brinquedo?
Acompanhemos a novela que só está começando.
Sosígenes Bittencourt

Thursday, October 18, 2012

Carta judiciária faz débil mental surtar e atirar em 3 pessoas


Segundo informações, três pessoas foram feridas a bala no bairro da Liberdade, no centro de São Paulo. Diz que eram um enfermeiro, uma psicóloga e um oficial de  justiça. Eles foram entregar uma Carta de Interdição, enviada pela Justiça, a um débil mental e foram cumprimentados a tiro. Seria engraçado se não fosse trágico. O esquizofrênico dizia haver sido policial, sem ser. Como  todo esquizofrênico, ele vive dividido entre dois mundos, um imaginário e um real. Quando prevalece o mundo virtual, ele surta, podendo ficar deprimido, petrificado feito uma estátua, ou eufórico, querendo abrir a porta e correr pela rua. 

O sujeito que opta por ser policial, neste país,  já anda doido para arrumar encrenca, e aquele que pensa que é policial, sem ser, está completamente doido. Deve ser um doente que sofre de delírio persecutório, ou seja, pensa  que tem gente querendo acabar com sua raça.

Os profissionais baleados foram ingênuos. Levavam uma Carta Judiciária que impedia o doente de responder pelos seus atos. Quando o débil recebeu a notícia, entrou em pânico e largou bala nos mensageiros. O oficial de justiça, a psicóloga e o enfermeiro não deram a mínima para a gravidade do estado mental do paciente. Ou não entendem nada de loucura, ou são displicentes.
Até o momento em que redijo estas linhas, a polícia ainda não conseguiu a rendição do acuado. Ele está em sua residência, assistindo à televisão, armado até os dentes e danado da vida com a carta que desconsidera até sua assinatura.
Sosígenes Bittencourt

Wednesday, October 17, 2012

Delegado revoltado



Acabei de assistir ao depoimento de um delegado, revoltado com uma juíza que soltou menores que haviam sido apreendidos por ele com armas de fogo e drogas, quando os meninos já são reincidentes.

Daí, minha grande pergunta: Quem foi que mandou proibir uso de drogas no país? E ninguém entende minha indagação, nem responde. 

O que acontecerá no show de rock do Rio de Janeiro? Uso de drogas a céu aberto. E como é que é proibido? 

Sosígenes Bittencourt

Tuesday, October 16, 2012

A invenção de cotas raciais

Essa questão de cotas raciais é uma postura mais de natureza política do que outra coisa. Porque a grande causa do fracasso de negros em concursos públicos e nos vestibulares é a educação de má qualidade. Por quê. Sobretudo porque são pobres. Ora, se você cria cotas para os negros pobres, onde ficariam os brancos pobres? A questão me parece não ser relativa à cor, mas relativa à acessibilidade ao ensino de qualidade. E essa é uma responsabilidade do Estado. A artimanha política é criar sistema de cotas para negros para angariar simpatia da população negra, que é a maioria. Se você for indagar os próprios negros, eles acharão que esse sistema de cotas é uma forma de discriminação. Por exemplo, aquele negro que opta pelo sistema de cotas já denuncia sua incapacidade de disputar num outro tipo de sistema. Ademais, você para instituir um sistema de cotas terá que, obviamente, saber se aquele negro deve ter acesso a um ensino de qualidade, ou não. A pergunta é a seguinte: por que não se cria sistema de cotas para brancos? Há brancos pobres que não têm acesso a ensino competente. Portanto, o grande empecilho não deve ser encarado como a cor, mas como a deficiência no ensino público, que não oferece iguais condições de competitividade entre as classes sociais. O estado não investe, nesta área, como deveria. Por isso, os melhores professores vão para as escolas particulares e fogem das escolas públicas. O discurso é de que educação é prioridade, mas nunca foi, é falácia. É "tertulia flacida ad bovinum adormentarem", ou seja, conversa mole pra boi dormir.Também seria bom frisar que igualdade, nos termos políticos em que se coloca, para galvanizar popularidade, é engodo, um mito, fundado pela Revolução Francesa. Ela nunca existirá. As pessoas, por si mesmas, estabelecem desigualdades. Porque, paralelamente, depende do empenho de cada um, de talento, de competência. Mesma condição não significa mesmo resultado. (Publicado em 27/11/2011)

Sosígenes Bittencourt

Saturday, October 13, 2012

De como tratamos e da intimidade dos bichos


Em referência à maneira como tratamos nossos animais, relembraria aqui a reflexão de Mahatma Gandhi, cuja espiritualidade dispensa maiores comentários: "A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo como seus animais são tratados." Ora, observemos como nossos idosos e nossas crianças são tratados e imaginemos como tratamos nossos animais. Crianças produzidas por distração abdominal, fora da redoma protetora do amor, e velhos surrupiados e olhando a rua da janela, solitários e deprimidos, é o que mais vemos por esses brasis. 

Leonardo da Vinci, um dos maiores crânios da história da humanidade, disse que "Chegará um dia em que o homem conhecerá o íntimo dos animais. Nesse dia, um crime contra um animal será considerado um crime contra a própria humanidade." 

A propósito, os animais levam uma vantagem sobre os homens, eles não sabem que vão morrer. Depois, os animais não sentem ódio, sentem medo, não matam por perversidade nem ambição, matam por sobrevivência. Hei de dizê-lo em nome da intimidade dos animais. Engaiolar animal e não tratá-lo é de uma perversidade às raias de crimes perpetrados contra a humanidade. É desumanidade.

Sosígenes Bittencourt

Thursday, October 11, 2012

Fragmentos

O importante não é fazer uma criança sorrir, 
no Dia da Criança, 
é não permitir que ela chore pelo resto dos dias.
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, October 09, 2012

Condenação eleitoral



Não há dúvida de que muitos políticos foram condenados, nas urnas, pelo eleitor. O eleitor parece haver reconhecido o papel que tem a desempenhar. Na era da invasão de privacidade, do “sorria, você está sendo filmado”, do hacker, não dá para ficar na sombra sem ser percebido.

No tempo das Oligarquias, do Coronelismo, na era da caneta-tinteiro, a corrupção podia ficar debaixo do tapete ou na ameaça de morte. Hoje, com a derrubada das Ditaduras Teológicas, esfaceladas pela Rede Mundial de Computadores, não dá para fazer prestidigitação e ludibriar o povo. O povo pode ser oprimido e até derrotado pelos poderosos, mas não sem saber das trapaças autoritárias. É como se todos estivessem nus, com as intimidades de fora. Ora, se a Justiça não condena o político, porque está mancomunada com ele, só quem pode tirá-lo de circulação é o eleitor.

Sosígenes Bittencourt 

Monday, October 08, 2012

Ressocialização de terrorista


Uma senhora escreveu uma carta criticando a maneira como terroristas são tratados pelos norte-americanos na Baía de Guatanamo, em Cuba. A resposta do governo americano foi irônica. Inicialmente, sugeria remeter um terrorista a sua residência para que ela o ressocializasse.  Numa das advertências, cita a capacidade que os terroristas da Al Qaeda têm de matar uma pessoa lançando mão de um clipe. Noutra,  adverte-a sobre a maneira como os terroristas consideram as mulheres: seres inferiores que devem apenas coletar o sêmen do macho adulto e obedecer-lhes as ordens.

Eu tenho um amigo que é Agente Penitenciário. Ele me contou que a maioria dos presos não tem remédio. Dão despesa, não querem se regenerar e, quando são presenteados com indulto, revelam o mesmo bandido que sempre foram. “Ressocializar” é uma palavra que precisa ser melhor explicada. Dá a impressão de que o preso, um dia, foi socializado e perdeu a sociabilidade. Salvo engano, não se "ressocializa" quem jamais foi socializado. E socializar adulto é tarefa difícil. Conheci um matuto que me informou que cavalo velho não aprende passada.

Sosígenes Bittencourt

Thursday, October 04, 2012

Gueixa - a sedução pela arte


Engana-se, redondamente, quem acha que a gueixa é uma versão oriental de nossa prostituta. A gueixa lá no Japão, e a prostituta aqui na esquina. Primeiro, porque para ser gueixa é preciso muitos anos de estudo, enquanto para ser prostituta não é preciso nenhum estudo, o que até facilita.
A gueixa é uma profissional que aprende, desde cedo, a milenar arte de seduzir, dançar e cantar, com ritos e indumentária tradicionais. A prostituta é uma profissional do sexo, desregrada, que negocia o corpo, não tendo, por isso, que aprender coisíssima nenhuma.
A gueixa não pode ser desfrutada por um Zé Ninguém, só servindo a políticos, grandes empresários e artistas, porque podem contratar os seus conhecimentos.
A gueixa sabe como desestressar um cidadão, tem de estar ciente da política internacional e não tem que fazer sexo com o seu cliente. A prostituta sabe como estressar um cidadão, não tem obrigação de entender nem de fundo de cozinha e tem de fazer sexo, mesmo que não saiba nem queira absolutamente nada com a vítima.
Enfim, a gueixa é um cicerone da cultura japonesa, tendo obrigação de conhecer o Japão milenar e contemporâneo, enquanto a prostituta é uma representante de nossa cultura mercadológica, segundo a qual tudo na vida tem preço e nenhum valor.  
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, October 02, 2012

Morrer vivo e morrer morto


Dr. Reinaldo de Oliveira não é brincadeira. Além de médico e ator, é teatrólogo e cheio de vida, animado aos 82 anos de idade. Outro dia, juntou-se com Geninha da Rosa Borges, de 90 anos, para abrir o IIº Seminário Sobre os Direitos do Idoso. Geninha é uma atriz no cotidiano, não sabe quando está, ou não está encenando.Reinaldo é diretor do Teatro de Amadores de Pernambuco, cujo fundador foi seu pai, Valdemar de Oliveira. Tudo gente afeita ao texto e à declamação. Filho de gato é gatinho, e de maracajá é pintadinho.
Eu só sei que, acostumado a refletir sobre o ser humano e preocupado com a qualidade de vida dos idosos, é dele a lapidar revelação: “Quero morrer vivo. Não quero morrer morto.” E aí, aproveitaria o ensejo para registrar a grande reflexão do filósofo grego Epicuro de Samos (341-270 a.C.): “A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e, quando existe a morte, não existimos mais.”Sosígenes Bittencourt