Saturday, June 25, 2011

Fala, Vitória



O NORDESTE MUDOU


Olha ele aqui de novo. Aldenisio Tavares fica imaginando forró e bota Nildo Ventura e Duda da Passira pra cantar e tocar os seus sonhos. Ninguém é capaz de ver acordado o que vê em sonho. Por isso, a maioria do que o artista pratica, já sonhou. Impregnado de nordeste, Aldenisio é caladinho, mas é danado pra ver coisas e ouvir sons que ninguém desconfia. Dessa vez, inventou que O Nordeste Mudou. Eu já acho que não, o trio mencionado é que anda mudando a maneira de ver o nordeste, focalizando o que há de bom e nunca acaba. É a lupa que vê o que ninguém enxerga. Aí, não é brincadeira. Juntam-se Aldenisio, Nildo e Duda pra fazer a meninada arrastar os pés, agarrado que nem visgo de jaca, de madrugada a madrugada. Tem gente que nem sabe o que está tocando direito, vai na intuição. Outros parecem receber alguma entidade dançarina. Só falta uma pitadinha de autoestima pra valorizar o que é nosso e patrocinar com gosto os talentos da terra. Em Caruaru, se o cara tocar um reco-reco numa esquina, vai para o "panteão da glória" da pátria do pífano. E pra encerrar essa palavrinha, ouvindo e revirando o CD, ainda tomei conhecimento de que Nildo é de Petrolina, esse filho adotivo que vem cantando lá dos longes para encantar nossa Vitória. Como se não bastasse Duda da Passira, com o seu coração bordado de alegria, xamegando a sanfona todo dia.

Forrozado abraço!

Sosígenes Bittencourt

Wednesday, June 22, 2011

Reginaldo Rossi assanha plateia

Reginaldo Rossi, na abertura do Inverno, deu um show para esquentar a plateia de Hebe Camargo. Dentre outras, perante um público jovem que o aplaudia e apupava, teve a ousadia de asseverar que as músicas mais românticas e cantadas no mundo eram “bregas”. E aí, cantou Frank Sinatra e Charles Aznavour. Ovacionou Roberto Carlos, dizendo que o astro fazia sucesso há 50 anos, porque cantava o amor. Depois, concluiu, dizendo que Rock não dava vontade de fazer amor, Lambada não dava vontade de fazer amor, nem Reggae.

Dá para deixar de registrar isso?

Quando indagado como é que sabe que o outro não vai dar certo, respondeu: - Porque eu sou o gostosão. Eu sou o Rei de Recife, não quero ser o Rei do Mundo.
Fica fácil encarar a velhice com tanta descontração.
Espetacular abraço!

Sosígenes Bittencourt

Monday, June 20, 2011

Por que uma palestra sobre a Paixão?

A pergunta é a seguinte: Por que uma palestra sobre a Paixão? Ora, sobretudo por causa das tragédias que estamos testemunhando na televisão. A todo momento, estamos vendo mulheres trucidadas por maridos desesperados, porque não aceitam a separação. Ou homens que até preferem morrer, se suicidar, a continuar no mundo sofrendo a dor da separação.

E mulheres? Embora não tão violentas, muito menos criminosas na ação, preferem a clausura, a dor da solidão, ou o desespero de se afogar nas drogas, se despedaçar na vida desregrada, na devassidão.

Por que uma palestra sobre a Paixão? Porque não podemos retirar a paixão de nossas vidas como quem extrai um dente ou sarja um tumor. Temos que conviver com esse movimento da alma que nos impulsiona para a ação, nos põe em relação com o mundo. Seria uma espécie de LDL, o colesterol ruim, mas que tem a sua função. Não é verdade? Portanto, pela importância de discutirmos sobre aquilo que temos e não sabemos como lidar, a palestra já está vendida, devidamente recibada. É como Coca-Cola. Você não vende Coca-Cola, você tira pedido.
A pergunta é a seguinte: Você quer ouvir sobre a Paixão, ou não?

Sosígenes Bittencourt

Sunday, June 19, 2011

In vino, veritas!

Sorvendo uma taça de vinho, fui convocado a falar a verdade. Como na expressão latina in vino, veritas (no vinho, a verdade). Queres saber quem é o homem, vai buscá-lo no fundo de uma garrafa de vinho. Botei pra falar mais do que o homem da cobra.
Quando perguntaram a minha genitora: - Esse menino já está falando, Damariz?
A ariana respondeu: - Já está apanhando pra ficar calado.
Mas, tomei a deliberação de, entre um gole e outro, falar do deus Dionísio. Dionísio era um deus diferente. Filho de Zeus com a mortal Sêmele, habitou entre os homens. Quando levantou a mão e fez o sinal de convocação, as mulheres entraram em êxtase e se danaram. Abandonaram o fogão, seus maridos, seus filhos, e fugiram para dentro dos matos. Escalaram os montes e foram praticar toda sorte de orgia. Porque Dionísio era um deus contente, deus da fertilidade, da embriaguez e do deboche. Dionísio foi quem inventou a liberdade. Ele não queria ser alvo da tirania dos deuses do Olimpo, do capricho daqueles nababos. As mulheres desabaram na relva, arriaram os vestidos, entraram em delírio, rolaram as cabeças, revirando os olhos e dançando. Beberam muito vinho, se lambuzaram de mel, leite, néctar, comeram carne crua de cabrito, se espojaram no chão. E era isso mesmo, o vinho era usado para o transe, a desinibição, a alegria. Uma vez, as ménades ficaram tão arretadas que estraçalharam Penteu, Rei de Tebas. Porque o vinho também endoida o cabeção, deixa o vivente com a cara aparvalhada, ébrio. Todo mundo tem sua versão dionisíaca, sua vontade de fazer doidice, mandar o resto para o raio que o parta. Remonta ao tempo em que não existiam os deuses, e os homens eram demônios. Ninguém mandava na caterva medonha. Está longe?
Alegre abraço!
Sosígenes Bittencourt

Saturday, June 18, 2011

Morte de Marcos Vieira

A Praça da Matriz ficará mais pobre sem o desfile de Marcos Vieira. Convidado para viajar, entra num automóvel aqui e morre ali na frente. É a chegada da Verdade Absoluta, sorrateira, silenciosa, incógnita. Vamos passar um bom tempo nos despedindo de Vieira. Porque sua morte nos lembra a nossa morte. Nossa morte nas garras do imprevisível, do acaso, esta interrogação que fazemos ao futuro, debruçados nas janelas do infinito.

Até mais, Marcos, em breve nos veremos, para conhecer os segredos só a ti revelados.

Sosígenes Bittencourt

Friday, June 17, 2011

Comentário sobre o beijo

Sem amargura, é só um comentário. Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, já rezavam os antigos. É que a boca não é brincadeira. Tanto que, quando o homem nasce, vai logo procurando o que botar na boca. E se deixar, o animal não larga o peito. Fica empanturrado, mas querendo chupar. Tem gente que morre de velho, com aquela boquinha de bebê. Portanto, a natureza é perfeita, mas é preciso compreendê-la, não contrariar a obra divina. Sabido e consabido é que todo excesso é venenoso. O beijo é maravilhoso, remonta aos brucutus das névoas milenares, mas não implica sair por aí beijando gregos e troianos. Assim como não se deve botar a mão no buraco do tatu, também não se deve botar a boca onde não deve. O nariz e a boca são as portas de entrada de todos os vícios.

Cauteloso abraço!

Sosígenes Bittencourt

Wednesday, June 15, 2011

Esse mês de junho

Esse mês de junho é, sem dúvida, o mês mais excitante e debochado do ano. Só se fala em namoro, beijo, a Espada de Apolo refletida no Espelho de Vênus. O mundo levanta a saia, desabotoa-se, caem os panos. É o mês do “frisson”, do friozinho na barriga. Diz que há 484 tipos de beijo; que o animal racional dá 24 mil beijos durante a vida; que uns beijam com a cabeça inclinada para a direita, porque ficaram envergados na cápsula uterina; que a saliva do homem injeta testosterona na boca da mulher, para ela ficar querendo se entregar. Vinícius de Moraes inventou que “a hora do ‘sim’ é o descuido do ‘não’". As noites cheiram a lenha queimando, guloseimas de milho. O som é de estampido, sanfona gemendo, arrasta-pé. A visão é de Luiz Gonzaga entrando no céu com gibão e tudo. Tempo de olhares desconfiados, mãos bobas, a musculatura pegando fogo e as vísceras abdominais resfriadas. Raro o mortal que não cometeu uma safadeza carnal nesse clima. Às vezes, com quem nunca viu; às vezes, com sua prima. Descobriram até que casados gostam de boca cheirosinha a pasta de dente, e que solteiros são chegados a um cheirinho de álcool. Vôte! Tempo de mexerico, hipocrisia. Tem gente que mete o pau naquilo que mais adora. Diz que a língua tem toneladas de terminações nervosas, por isso beijar engatilha o desejo e faz bem à saúde. A beijoterapia ensina que a ocitocina faz um elemento ficar gostando do outro. Mas, diz que o beijo movimenta 29 músculos e permuta 250 bactérias, o que pode servir para espalhar a Gripe Suína. Deus nos defenda! Por isso, o jornalista italiano Dino Segre, popularmente conhecido como Pitigrilli, enredou que “o beijo é uma troca de bactérias em campo úmido.” Enfim, o beijo é um bicho danado. Ninguém é o mesmo depois do beijo.
Ensalivado abraço!

Sosígenes Bittencourt

Tuesday, June 14, 2011

Ao leitor

Blog é Blog. E quando tem internauta que acessa diariamente, tem de estar sendo atualizado. Porém, internet é internet, o Bem e o Mal, a alegria e a tristeza, a bipolaridade presente. Nem sei qual o verbo nem o tempo que devo usar, mas meu Blog foi desativado. Tem jeito? Sofri solidão intelectual, tendo o que dizer e não tendo a quem dizer. Fiquei solitário, sem estar sozinho. Aí, danaram-se a me pedir uma nova senha. Que resenha! Agora, sou um colecionador de senhas, embora não sirva de antídoto para vírus e a pirataria de almas sebosas. No mundo, tem gente pra tudo. Até para confundir nossa lucidez com nossa loucura.

Renovado abraço!

Sosígenes Bittencourt

Monday, June 13, 2011

A poesia é essencial

O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

Fernando Pessoa

Sunday, June 12, 2011

Movimento dos Sem Namorados

Na realidade, esse movimento só tem um sentido: o de movimentar desocupados. Chamar-se-ia, com muita propriedade, Movimento dos Sem Ter o que Fazer. Num país onde tudo conspira contra o núcleo familiar, movimento para arranjar namorado, sob a alegação de que ninguém quer nada sério com ninguém, não tem lá muito sentido. Quer dizer, é vontade de namorar, com perspectiva de encontrar o amor e selar casamento. Namoro sério, hoje em dia, parece ser coisa do tempo do ronca.
Obrigação de amar e se casar é uma invenção histórica do consumismo, fantasiada pela mídia. Associa-se amor e casamento a felicidade. Ledo engano. Às vezes, o inferno é exatamente essa junção. Não que alguém não possa amar e ser feliz no casamento, mas para ser feliz ninguém tem que necessariamente amar alguém e muito menos se casar. Lembra-me uma conhecida máxima: O amor é como a morte, não se procura, espera-se. Depois, arrumar namorado em grupo, erguendo faixas e reclamando da solidão é meio confuso. Namoro nasce espontaneamente, quando menos se espera. Era melhor que se reunissem pra conversar e fazer rodízio, para saber quem daria certo com quem.

Inventado abraço!

Sosígenes Bittencourt

Saturday, June 11, 2011

FRAGMENTOS



Santo Antônio Casamenteiro é o santo protetor do Casamento. Qual o santo protetor do Divórcio?

Sosígenes Bittencourt

Thursday, June 09, 2011

A palestra sobre a Paixão

Vamos direto ao assunto. Se você está curioso(a) e quer saber como e onde vai assistir à palestra, é só se dirigir à Autoescola Nova Dinâmica e falar com Josélia. A Nova Dinâmica fica ali na rua da Simetria, próximo à pracinha, conhecida como Pracinha de Zé Augusto. Inscreva-se, deixe o número do seu celular e logo estaremos marcando o evento. Para maiores esclarecimentos, ligue 8677-2128 ou 3526-1240.

Sosígenes Bittencourt

Fala, Vitória


MEXENDO NA PRAÇA DA MATRIZ

Sinceramente, é difícil entender por que mexem tanto na Praça da Matriz. Cada um que queira dar uma cara nova à localidade. Sabedores, inclusive, de que não dura 6 meses, a macacada depreda tudo outra vez. Seria melhor que ajeitassem e fiscalizassem a praça com regularidade. Vitória tem depredador que não anda nu porque o delegado não deixa. Contem nos dedos o tempo que vai durar para a praça ser danificada pelos vândalos outra vez. Penso que havia coisa mais prioritária para se remodelar. Por exemplo, cuidar de retirar a população anfíbia da orla do Rio Tapacurá; devolver a Praça da Bandeira aos vitorienses, desobstruindo o centro da cidade. Nos meus idos de criança e adolescente, ninguém bulia na Praça da Matriz, podia-se bailar entre os canteiros. Tinha fonte d'água, o "pelourinho" nunca fora deflorado. Era pecado mexer nas coisas sagradas dos antepassados. Vinha Ivo, saía Ivo, e tudo no lugar. Só uma mãozinha de cal e uma tesourinha na cabeleira dos canteiros. Naquela era, a gente soprava o banco, para acomodar as nádegas, não mijava na rua porque era feio. Só se tinha medo de fantasma, alma do outro mundo, Comadre Florzinha, Papafigo e Bode Cheiroso. Hoje, temos medo de gente. Que mania de bulir na Praça da Matriz, botar tudo no chão pra levantar de novo. Parece o Mito de Sísifo.

Desperdiçado abraço!
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, June 07, 2011

Palestra sobre a Paixão

A conversa é a seguinte: Você já se apaixonou alguma vez? Já delirou de desejo sem explicação convincente? Sofreu drásticas consequências por isso? Por outro lado, seria possível viver sem paixão? Há como extirpar a paixão de sua vida? Que graça teria a vida se você não sentisse nada por ninguém? Em resumo, como viver uma paixão sem ter que desistir dela ou ser destruído por ela? O psiquiatra Rubens Coura diz que "Paixão é doença e merece tratamento". Já o teatrólogo Nelson Rodrigues dizia que "Sem paixão, não dá nem pra chupar picolé". Ora, o que você fez quando se apaixonou? Contou ao seu melhor amigo? Comprou algum livro? Procurou um médico? Foi ao cinema? Ou ficou dividido entre a vontade de matar ou morrer? Se você já passou por tudo isso, ou está passando por algo semelhante, que tal ouvir uma palestra sobre o assunto, formular perguntas, debater com um grupo, para ter melhor visão do que inevitavelmente acontece. Esconder o que se sente não alivia nem resolve. Negar a realidade não altera a realidade. Talvez, depois de uma explanação, você tenha melhores condições de escolher um livro, procurar um médico ou abordar o assunto com um amigo? Pense nisso, reúna o mínimo de 20 pessoas, e eu irei fazer uma surpresa aos seus clientes e funcionários de sua empresa.

Filosófico abraço!

Sosígenes Bittencourt

Lavadeiras de Dinheiro

Até bem pouco tempo, nós só conhecíamos o que era “lavagem de dinheiro”. Agora, surge uma novidade: as “lavadeiras de dinheiro”. Como, hoje, homem e mulher estão sendo quase a mesma coisa, “lavadeiras” aqui são homens. Aqueles assaltantes de banco que alvejam as notas roubadas e põem no sol pra secar. É que os bancos não querem que roubem o dinheiro que “assaltaram” oficialmente dos seus clientes. Ou seja, usam do artifício de lambuzar de tinta as cédulas que lhes desejam roubar. Daí, a indagação do dramaturgo alemão Bertolt Brecht: “O que é um assalto a banco, comparado com a fundação de um banco?” Esses bandidos ambiciosos devem se inspirar na filosofia popular: “Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.” Acreditam, filosoficamente, que estão fazendo o certo. Só que cometem uma burrice. Eles não podem roubar, é proibido. Quem pode fazer o que quiser com o dinheiro deles são os bancos. Eles é que não podem fazer nada com o dinheiro dos bancos. Os bancos são respaldados, legalizados, sacramentados. Eles não, eles são bandidos e podem perder o segundo maior bem da vida que é a liberdade. De que vale uma vida sem liberdade? Banco pode botar banca, eles não. Banco tem dinheiro, eles não. Banco é tão sabido que bota todo mundo na fila para depositar, sem sair do lugar; demora o tempo que quer para devolver, cobra para guardar. E ainda tem a liberdade de não ter fundo, simplesmente alegar que falta dinheiro nos caixas. Que prestígio tem uma "lavadeira de dinheiro" diante de tanta regalia e poder? É muita arrogância de um ladrão querer roubar um banco, assim como é suprema covardia querer assaltar um aposentado do INSS. Enfim, ser ladrão não é um bom negócio. O negócio é ser banqueiro. E se você não consegue ser banqueiro, paciência. Afinal, a vida não se resume em dinheiro. Senão, não haveria lavadeiras felizes e banqueiros se suicidando.
Filosófico abraço!
Sosígenes Bittencourt

Monday, June 06, 2011

FRAGMENTOS

Não perca quem você ama para as drogas,

você pode precisar de carinho.

Sosígenes Bittencourt

Sunday, June 05, 2011

Anoiteceres

Anoitece em Vitória. Anoiteço em Vitória. Sou figura noturnal, viajante do ocaso, sonhador como o crepúsculo vespertino, morto de saudade como o final. De olhos vendados, conheço o cheiro dos bairros, dos becos, do meio do mato de minha cidade natal. O cheiro de fumaça, de mingau, de chuva. Sou todo olfato e lembrança. Conheço os trejeitos do meu lugar, os cabelos perfumados, os enxerimentos, o flerte e o gozo. Minha cidade é todinha uma mulher. Chamar-se-ia Vitória das Marias, Maria das Vitórias, tal como é.
Anoitece em Vitória. Anoiteço em Vitória. Saio para passear, impregnado dos prazeres noturnos, das eras do meu tempo, que me viciam e me saciam. Minha cidade muda todo dia, mas não muda o meu sentimento, o fascínio elaborado pela memória, como quem ama o que odeia e odeia o que ama, num jogo de perde e ganha.
Anoitece em Vitória. Sobretudo, anoiteço em Vitória. Enlouqueço em Vitória. Porque ninguém entende o que em nós nem conseguimos explicar. Vitória, meu berço e minha tumba. Minha alma noctívaga vai enredando sua história. O acaso me espreita, a surpresa me seduz, sua bruma, sua luz. Alucinações e desejos, rimas em ‘ina’, adrenalina, serotonina, dopamina. Ah! Vitória, dos meus idos e vindas de menino, minha menina!

Sosígenes Bittencourt

Saturday, June 04, 2011

A menina de Minas que me nina

Pra todo canto que eu olho, vejo a menina de Minas. A menina que virou passarinho, menina. Passo as horas ouvindo o seu canto. Seu canto me encanta e me nina, me acorda e me põe pra dormir. É puro ouro de Minas, que me ensina tudo que não aprendi. Vejo o seu calcanhar dobrando corredores, seu olhar montanhês pela brecha da porta. Paula outonal, virginiana na medula, sabor de agosto, frisson na espinha. Sua melancolia é uma graça, é toda poesia. Delgada, muito fina, o mundo é malvado. Como deve ser cheirosa, maneira e macia. Só me resta recitar um verso e contar pra todo mundo o meu insuportável desejo de ir para Minas, ver bem de perto essa menina. Que menina!

Encantado abraço!

Sosígenes Bittencourt

Thursday, June 02, 2011

Quadrinha sobre o tempo e o homem

Entre o tempo e o homem

há coisas desiguais:

o tempo faz e não diz,

o homem diz e não faz,

o homem traz e não leva,

o tempo leva e não traz.

Anônimo

Shopping e Educação

Que venha o Shopping para Vitória de Santo Antão. E tomara que cumpra o seu papel educativo. Tudo que é organizado e limpo tem a função de educar. Vitória precisa de uma ilha de sossego em meio ao caos, à violência em que estamos mergulhados. Shopping pressupõe segurança, ar condicionado, múltipla escolha, higiene e organização. Vitória precisa tomar jeito de gente, deixar de ser identificada como reduto de forró eletrônico, quebra-pau e assalto à mão armada, precisa de um lugar onde se possa respirar. Basta desse cheirinho de queijo e salsichão na brasa, copo descartável e cachaça.

Renovado abraço!
Sosígenes Bittencourt

Wednesday, June 01, 2011

FRAGMENTOS



Não há melhor agasalho

que o abraço da pessoa amada.

Sosígenes Bittencourt

Sport 1, Barueri 0


Não dá nem para lembrar que o Sport perdeu o campeonato pernambucano. Sem Carlinhos Bala e Paulista, o leão botou as garras de fora, enfiando 1 a 0 no Barueri, com vaga pra goleada. O primeiro tempo foi uma graça. O maestro Marcelinho Paraíba lançando e Wellington Saci correndo e driblando que nem uma carrapeta doida. Sei não, viu, mas nem precisávamos de apelar para o juiz anular aquele gol de Pedrão que, para mim, vinha voltando da posição de impedimento. Tão pouco que Juninho tomasse um frangaço daquele. No frigir dos ovos, era placar para uma vitória mais elástica do rubro-negro. Seja como for, a torcida vai passar 11 dias dormindo um sono reparador, farejando se manter na liderança do campeonato, com a volta dos machucados e a regularização das novidades.
Leonino abraço!
Sosígenes Bittencourt