Até bem pouco tempo, nós só conhecíamos o que era “lavagem de dinheiro”. Agora, surge uma novidade: as “lavadeiras de dinheiro”. Como, hoje, homem e mulher estão sendo quase a mesma coisa, “lavadeiras” aqui são homens. Aqueles assaltantes de banco que alvejam as notas roubadas e põem no sol pra secar. É que os bancos não querem que roubem o dinheiro que “assaltaram” oficialmente dos seus clientes. Ou seja, usam do artifício de lambuzar de tinta as cédulas que lhes desejam roubar. Daí, a indagação do dramaturgo alemão Bertolt Brecht: “O que é um assalto a banco, comparado com a fundação de um banco?” Esses bandidos ambiciosos devem se inspirar na filosofia popular: “Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.” Acreditam, filosoficamente, que estão fazendo o certo. Só que cometem uma burrice. Eles não podem roubar, é proibido. Quem pode fazer o que quiser com o dinheiro deles são os bancos. Eles é que não podem fazer nada com o dinheiro dos bancos. Os bancos são respaldados, legalizados, sacramentados. Eles não, eles são bandidos e podem perder o segundo maior bem da vida que é a liberdade. De que vale uma vida sem liberdade? Banco pode botar banca, eles não. Banco tem dinheiro, eles não. Banco é tão sabido que bota todo mundo na fila para depositar, sem sair do lugar; demora o tempo que quer para devolver, cobra para guardar. E ainda tem a liberdade de não ter fundo, simplesmente alegar que falta dinheiro nos caixas. Que prestígio tem uma "lavadeira de dinheiro" diante de tanta regalia e poder? É muita arrogância de um ladrão querer roubar um banco, assim como é suprema covardia querer assaltar um aposentado do INSS. Enfim, ser ladrão não é um bom negócio. O negócio é ser banqueiro. E se você não consegue ser banqueiro, paciência. Afinal, a vida não se resume em dinheiro. Senão, não haveria lavadeiras felizes e banqueiros se suicidando.
Filosófico abraço!
Sosígenes Bittencourt
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