Monday, December 31, 2007


Vitória de Santo Antão-PE
Sosígenes Bittencourt




Sunday, December 30, 2007

Morte de Benazir Bhutto


Acusada de cheirinho de queijo com os Estados Unidos, matam a ex-primeira-ministra e líder da oposição paquistanesa Benazir Bhutto. A vítima já fora ameaçada pelo Taliban, mas os norte-americanos estão desconfiadíssimos da Al Qaeda. Desde que voltou do auto-exílio, a ex-premiê vinha sendo mancuricada pelos grupos terroristas, inclusive tendo sofrido ameaças e um outro atentado anteriormente. Depois de discursar num comício em Rawalpindi, sorridente e satisfeita, Bhutto tomou um tiro no pescoço quando se afastava da multidão. Na seqüência, um homem-bomba detonou os explosivos que carregava, levando consigo, segundo a crença, pelo menos 20 pessoas para o Reino de Alá.
Sosígenes Bittencourt

Saturday, December 29, 2007

O Novo Milênio da Etiópia




Quem pensar que o mundo inteiro estará comemorando a passagem para o ano 2008, está enganado. Os etíopes, por exemplo, em setembro deste ano, comemoraram o ingresso no ano 2000, ou seja, no Novo Milênio. É que o país adota o calendário juliano, que está sete anos atrás do gregoriano, utilizado no mundo ocidental. O comes-e-bebes foi em Adis-Abeba, com muita música e manifestações culturais. Apesar de considerada paupérrima, estimando-se que 5 milhões de humanos estejam com fome, uma entrada para o show do Black Eyed Peas custou 330 reais, ou seja, dois meses de salário de um etíope comum. É no que resulta concentração de renda e corrupção. Esse filme já é conhecido. Na década de 80, durante uma arenga doméstica e uma fome danada, um milhão de pessoas pagou o pato. O ministro das Relações Exteriores, Seymoum Mesfim, disse “que espera dias melhores, que sonhava com uma Etiópia próspera, vibrante e democrática.” Tudo mentira. Faz parte de uma minoria privilegiada e não tem o poder de resolver nada. Quando não comete o crime, é conivente. É também responsável por uma Etiópia famélica e miserável.
Sosígenes Bittencourt

Friday, December 28, 2007

Garota Fragmentos


Eduarda Nahanne
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Tuesday, December 25, 2007

Natal e Nascimento de Jesus


O dia 25 do mês TIVET (dezembro), do calendário hebraico e babilônico, dia comemorado com festas oriundas da Grécia e de Roma, onde todo o povo participava, era o "Dies Natalis Invictis", comemoração do Solistício de Inverno, O Nascimento do Sol.
No ano 343 d.C., o papa Júlio I, no Concílio de Serdica, transformou a festa do "Dies Natalis Invictis" em festa da cristantade, para comemorar o nascimento de Jesus.
No primeiro século d.C., o nascimento de Jesus era comemorado no mês ADAR (fevereiro e março).
*** *** *** *** ***
Papai Noel foi um bispo holandês de nome Nicolau, que, na noite fria de 25 de dezembro, em Amsterdan, saía do palácio episcopal, levando às costas um saco cheio de brinquedos, batendo às portas das residências, para distribuí-los com as crianças, em comemoração ao nascimento de Jesus.
A Árvore de Natal é de origem germânica, adotada pela primeira vez por São Bonifácio.
O Presépio de Natal foi introduzido na vida dos cristãos, no século XII, por São Francisco de Assis.

Capricórnio


Astro: Saturno
Verbo: Eu Construo
Seu símbolo é uma cabra.
Forma com Touro e Virgem a triplicidade dos signos da Terra.
Com pequenas variações nas datas, dependendo do ano, os capricornianos são as pessoas nascidas entre 22 de dezembro e 20 de janeiro.
Palavras chaves que definem o Capricorniano: Ambicioso, Prudente, Persistente, Equilibrado, Maldoso, Cruel, Pessimista.
Seu Signo é do Elemento Terra: este é o Elemento da concretização, da tomada de forma, da densidade e peso. Ele dá uma estrutura concreta a todas as coisas, confere solidez e substância quando moderado. Mas é também o Elemento que prende, rigidifica e limita quando excessivo.
Sol em Capricórnio: "Sou um lugar na hierarquia social". Conhece-se através da estrutura, da ordem e da sua posição nas hierarquias sociais. É esforçado, trabalhador, sóbrio, mas a sua necessidade de reconhecimento social pode torná-lo rígido, ambicioso e "frio".
Interpretação: Honradez, integridade e prudência. Pessimista ou desconfiado. Pensativo. Dificilmente pode ser desencorajado a prosseguir em uma tarefa que iniciou. São cheios de fé, frugais, práticos e capazes de assumir enormes responsabilidades. Graças a isto podem ser líderes culturais ou comunitários.
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Nascidos sob o signo de Capricórnio:
*Mao Tse Tung *Louis Pasteur *Cândido Portinari *Santa Terezinha *Isaac Newton *Joana D'Arc *Elvis Presley *Stephen Hawking *Luther King *Jô Soares

Monday, December 24, 2007

Feliz Natal!


Pensemos no lado invisível da vida. Afinal, não levaremos nada de tudo que enxergamos na vida.
Sosígenes Bittencourt

Sunday, December 23, 2007

A importância do entusiasmo

Os dicionários apresentam a palavra entusiasmo como palavra de origem grega composta dos termos En Teós que, na antigüidade, significava exaltação ou arrebatamento extraordinário daqueles que estavam sob inspiração divina.
O entusiasmo pode ser visto no vigor ou veemência, no falar ou no escrever, flama, exaltação criadora.
Segundo os gregos, só pessoas entusiasmadas eram capazes de vencer os desafios do cotidiano.
Só há uma maneira de ser entusiasmado. É agir entusiasticamente!
Não é o sucesso que traz o entusiasmo, é o entusiasmo que traz o sucesso.
O entusiasmo é que traz a nova visão da vida.
Se você é daqueles que acham impossível entusiasmar-se com as condições atuais, acredite: jamais sairá dessa situação.
(Autor desconhecido)

Wednesday, December 19, 2007

Atentado natalino


Há quem me chame de exagerado, hiberbólico, quando digo que: No Natal, é preciso um certo cuidado. O menino Jesus está na lapinha, e a rua cheia de Judas Iscariotes. Pois, não é que atiraram em Papai Noel... O crime natalino aconteceu na Cidade Maravilhosa. O bom velhinho sobrevoava duas favelas na zona Norte do Rio, com a sacola de presentes para distribuir com a meninada, e os traficantes passaram fogo na vítima. Segundo dedução, houve dois equívocos fatais. O piloto pensou que uma aglomeração na Vila São João era o local da festa, e os traficantes pensaram que o trenó era da polícia. Sem outra opção, o condutor da aeronave improvisou um cavalo-de-pau no espaço e deu o pira. Judas foi um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo, que, de acordo com os Evangelhos, entregou o Salvador aos seus capturadores por 30 moedas de prata. Acho que, no caso específico, o personagem seria Herodes, pois o personagem bíblico mandava assassinar crianças na implacável perseguição a Jesus. No episódio contemporâneo, traficantes frustram crianças na implacável perseguição a policiais. Aliás, meliantes e policiais já se acostumaram a protagonizar tiroteios nos labirintos das favelas, crucificando inocentes.
Dá para me chamar de exagerado, ou minha advertência é mero eufemismo diante do quadro aqui emoldurado?
Sosígenes Bittencourt

Estudando Português


Uso de (verbo) e A (preposição)

usa-se quando é possível sua substituição por faz:
tempos não vejo Cristina.
(Faz tempos não vejo Cristina.)
Cobramos a nota promissória 30 dias.
(Cobramos a nota promissória faz 30 dias.)
muito não viajo.
(Faz muito não viajo.)
No último exemplo, como se percebe, a palavra tempo vem subentendida.

A
usa-se em todos os casos restantes, ou seja, quando a referida substituição não é possível:
Daqui a pouco serão 10 horas.
O homem morreu a três passos de mim.
O Flamengo marcou um gol a dois minutos do final do jogo.

Agora exercite o aprendizado, usando o verbo (), ou a preposição (A):

Efetuamos a revista ........ 24 horas.
Estamos ........ poucos anos do século XXI.
O cometa passou ........ milhares de quilômetros da Terra.
Compramos este imóvel ........ 2 dias.
Boa sorte e aquele abraço!

Tuesday, December 18, 2007

Voz


Não sei...
mas tua voz é um misto de palavras soltas ao vento.
É tua voz um alento na multidão.
É tua voz um misto de paixão.
Quantos sonhos vividos, quanto tempo perdido.
Amores cálidos, vivenciados, algo assustador.
É tua voz solta sem medo de gritar o amor...
É o tempo de encorajar versos a quem ainda não soube amar.
Amar as cores de um arco-íris ou um elo de paixão.
Tua voz solta é motivo de paixão, é o pulsar do coração.
Tua voz é um misto de paixão.
Adjane Costa Dutra
(Poetisa vitoriense)

Garota Fragmentos

Glorinha Moura
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Monday, December 17, 2007

Não ria se puder

Outro dia, um advogado me contou que um cidadão reuniu uns amigos e foi à casa de um ladrão buscar o que lhe havia sido roubado. Depois da façanha, concluiu que além do televisor e o DVD recuperados, havia trazido um fogão no meio.
Moral da história: Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.

Saturday, December 15, 2007

Vida a Dois, Vida Solitária












O Dr. Dan Kiley, que é psicólogo, escritor, pesquisador na área comportamental, trata em seu livro do processo psicológico da solidão, porém uma Solidão da Vida em Comum, a que chama de SVC. Há a solidão da pessoa solteira e há aquela da pessoa que tem um marido ou companheiro, mas cujas vidas mantêm-se separadas. É um processo que se desenvolve principalmente em mulheres e é chamdo de Solidão Clínica.


Na maioria dos casos, pode-se descobrir que a solução para o convívio difícil não é a separação, mas a cura da solidão interior. Ilustrando suas afirmações com a apresentação de casos tratados por ele, o Dr. Dan Kiley ensina a leitora a conquistar a confiança em si mesma. Importante, ao abrir a porta da solidão - ele ensina - é saber que a fechadura está do lado de dentro do portão. É a solidão que deve partir, não a mulher.


Comentário. Muitas vezes, o stress, oriundo dessa peculiar solidão, compromete o sistema imunológico, resultando em certas doenças, sem plausível explicação. Sosígenes Bittencourt


Friday, December 14, 2007

Recordação de Tim Maia

Poucos homens fizeram tanto na vida o que queriam como Tim Maia, e poucos pagaram tão caro. O seu show foi interrompido aos 55 anos, quando saiu, literalmente, do palco da vida para o anfiteatro da morte. Reviver o seu passado é escavacar o peito de uma geração. Dá chuçada no coração.
Nietzche dizia: O amor pela vida parece ser o contrário de o amor por uma longa vida.
Já o meu lado Tim Maia se resume numa oração: Eu nasci para celebrar a vida, nem que me custe a vida.
Sosígenes Bittencourt

Thursday, December 13, 2007

Recordação de Luiz Gonzaga


Luiz Gonzaga é a memória do nordeste tatuada no coração.
Sosígenes Bittencourt



Vitória de Santo Antão-PE
Sosígenes Bittencourt

Wednesday, December 12, 2007

A questão da CPMF


A questão da CPMF não seria sua aprovação, ou sua reprovação, mas sua utilização. Pior que criar impostos, ou sonegar impostos, é desviar impostos. Critica-se a criação de impostos e a sonegação de impostos, mas não se pune quem desvia.
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, December 11, 2007

Cotel, cruel e Lei Maria da Penha



O cruel que se contenha

para não ir ao Cotel

pela Lei Maria da Penha.

Se nada se resolveu a contento em relação à educação e ao desemprego, principais causas da violência urbana, a prioridade passa a ser a construção de penitenciárias, para que aqueles que lutam pela sobrevivência com dignidade tenham paz e não corram o risco de desistir de seus propósitos, impelidos a adotar a ética do bandido, enveredando pelo crime.

O Cotel (Centro de Triagem Criminológica Professor Everardo Luna) fica na avenida Ingo Hering, s/n - Abreu e Lima - PE. Embora com capacidade para abrigar 311 detentos, em novembro de 2007 já contava com 998.

Conclusão: Essa cadeia ressocializa ou, como no dizer do jurista Evandro Lins e Silva, "é uma jaula reprodutora de delinqüentes"?

Sosígenes Bittencourt

Escultura é Cultura



Cupid-and-Psyque
Antonio Canova
(1757-1822)

Monday, December 10, 2007

Retrospectiva

Há 20 anos
No Natal é preciso um certo cuidado. O menino Jesus está na lapinha, e a rua cheia de Judas Iscariotes.

De Pacote Econômico em Pacote Econômico, os ministros vão embrulhando o povo.

O sexo ficou para a cama, e os segredos do amor, para o coração.

Quem estiver atacado de amnésia, deverá estar esquecido de muita coisa que não vale a pena lembrar.

Se Deus fosse como os homens imaginam, Ele seria injusto.
(Dezembro - 1987)
Há 19 anos
Havia tanto devoto na procissão de Santa Luzia, que a vista não alcançava.

O presidente da República vai extinguir 6 ministérios. Tomara que não crie um para extingui-los.

Que ninguém, no próximo ano, contraia o vírus da aids, necessite de cirurgia pelo Inamps, nem receba a visita de um pistoleiro de aluguel.

Quando o ministro Maílson da Nóbrega quis dividir o pão com o povo, o povo levou o pitoco.

Cozinheira disse que viu o psiquiatra ser assassinado com o maior destempero.
(Dezembro - 1988)
Sosígenes Bittencourt

Sunday, December 09, 2007

Verdadeira esculhambação



Já se tornou emblemático, um refrão, eu dizer que sou do tempo em que menino não fumava maconha, não portava arma de fogo nem namorava nu. Quem pitava canabis sativa era índio. Sou do tempo em que adolescente era chamado de menino. Depois da filhocracia, regime em que os filhos desobedecem e desafiam os pais, adolescente e meliante são quase sinônimos. Sou do tempo em que menina brincava de boneca, não brincava de fazer bebê de verdade. Também, coitadas, não dá para segurar as calcinhas com o que vêem de sexo na telinha da babá eletrônica do século XX, desde os cueiros. Sou de antes da invenção de Dodô e Osmar. Época em que música tinha letra e se entendia o que o cantor dizia. Na era do baticum, do forró eletrônico e do pagode de periferia, as almas de minha geração pervagam a via crucis do barulho. E não adianta ameaça de juiz, promotor, delegado ou assemelhado. A desobediência impávida não toma nem conhecimento. Sou do tempo em que cabaré era lá na rua de baixo, junto à linha férrea ou à beira do rio. Menino não entrava. Os homens eram cavalheiros, trocavam de roupa e se perfumavam para conquistar as raparigas. Rapariga não andava nua e não tinha obrigação de ficar com quem não queria. Tinha que ser conquistada. Não havia música de baixo calão. As modas eram românticas, os boêmios suspiravam. Uma vez negociada a carne no tabuleiro da paixão, era remunerada. Quem passasse seixo, não fornicava com mais ninguém no bas fond. Havia ordem na zona. Hoje, o cabaré é nas praças, nos clubes, nas ruas de família. Basta que um engraçadinho queira comemorar o aniversário, uma récua de desocupados invade o pedaço, arrebitam a mala do carro, danam decibéis na vizinhança, endoidam o cabeção e fazem neném em plena via pública. É uma verdadeira esculhambação!

Sosígenes Bittencourt

Friday, December 07, 2007

Os três cegos


Nos toscos degraus de um templo onde esmolavam,
três cegos de nascença, unidos, conversavam.

O primeiro dizia, com olhos apagados,
cravados na amplidão dos céus alcandorados.
- Ai quem me dera a vista, ao menos um momento,
para ver o infinito, o azul do firmamento.
Como deve ser lindo o seu aspecto quando
surge o sol no horizonte e as nuvens se afastando.

O segundo cego falou.
- Quisera ver o oceano.
Dizem que ele possui um coração humano,
que soluça, alta noite, a olhar o céu distante,
da lua solitária o pálido semblante.

- Se da sombra em que vivo, extraordinário pego,
me aclarasse uma luz - disse o terceiro cego -
não seria, decerto, o imenso azul da esfera,
nem o oceano que geme, ruge, se exaspera,
que iriam procurar meus olhos.
Oh, que ventura! Se liberto afinal desta masmorra escura,
e sem o grilhão deste cruel desgosto,
pudesse eu contemplar de minha mãe o rosto.

(Autor desconhecido)

Thursday, December 06, 2007

Amigo da Onça



O famoso personagem foi criado pelo cartunista pernambucano Péricles de Andrade Maranhão, em 1943, e publicado de 1943 a 1962. Os diretores da revista O Cruzeiro queriam criar um personagem fixo e já tinham até o nome, adaptado de uma famosa anedota.
Dois caçadores conversam em seu acampamento:
- O que você faria se estivesse agora na selva e uma onça aparecesse na sua frente?
- Ora, dava um tiro nela.
- Mas se você não tivesse nenhuma arma de fogo?
- Bom, então eu matava ela com meu facão.
- E se você estivesse sem o facão?
- Apanhava um pedaço de pau?
- E se não tivesse nenhum pedaço de pau?
- Subiria na árvore mais próxima!
- E se não tivesse nenhuma árvore?
- Sairia correndo.
- E se você estivesse paralisado pelo medo?
Então, o outro, já irritado, retruca:
- Mas, afinal, você é meu amigo ou amigo da onça?

Péricles morreu de forma trágica. Na noite de 31 de dezembro de 1961, ele escreveu 2 bilhetes, reclamando da solidão, fechou todas as portas do seu apartamento e ligou o gás. Antes, o último gesto do criador do Amigo da Onça foi colocar um aviso na porta, escrito à mão: "Não risquem fósforos".

Tuesday, December 04, 2007

Hugo soft e ameaçador


Para Cláudia Jardim, nem tudo para Hugo Chavez são flores. Veja o que observa a jornalista, depois da derrota do presidente venezuelano, diretamente de Caracas: “Mensagem de Chavez não foi suficiente para convencer os seus simpatizantes de que o caminho para o socialismo era a melhor opção.
Como Hugo é teimosíssimo e ao mesmo tempo meigo, como todo ditador, ficou todo soft, mas ameaçador: “Felicito os meus adversários pela sua vitória. Temos uma longa batalha pela frente.” Quer dizer, uma vez derrotado, mas não vencido, vai à luta. Ou seja, como na linguagem popular: “vai morrer atirando”. À pupila da democracia, deve ter parecido irreverente ao referir-se ao referendo.
O povo venezuelano, em geral, deve ser como todo mortal que inala oxigênio nessas republiquetas abaixo da linha do Equador. Não suporta ditadura porque diz que dói nas costas e enclausura a alma. No entanto, não respeita a liberdade: estira a língua, brada palavrão, estala banana e sacode o sapato no pavilhão nacional.
Sosígenes Bittencourt

Monday, December 03, 2007

Música, soluço e lágrimas


Não dá para ouvir Andrea Bocelli e Laura Pausini sem soluço e lágrimas.
Sosígenes Bittencourt

Sunday, December 02, 2007

Garota Fragmentos


Danusa Barbosa
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Thursday, November 29, 2007

Na velha Fonte Nova


Em Salvador, na velha Fonte Nova,
velhas fontes d’água
fazem desabar arquibancada.
Depois de 7 mortos e 30 feridos,
impelido pelo estado de Governador,
seu Jacques Wagner,
em tardio gesto salvador,
decide interditar o velho estádio.
No setor fraturado,
supõe-se que havia 500 baianos fazendo carnaval,
porque o empate lhes garantia o acesso do Bahia
à série B do Campeonato Nacional.
Imagine se o jogo já houvesse terminado,
e o resultado lhes garantisse o acesso
à série A do Campeonato Nacional.
Sosígenes Bittencourt



Wednesday, November 28, 2007

Dicas Vestibulares



Os estudantes do Vestibular estão carecas de saber que não se passa em Vestibular sem saber.
O estudante que não souber, por exemplo, que “dicas” é palavra dissílaba, paroxítona, não estará afiado para a prova de Língua Portuguesa.
Os nutricionistas avisam que os feras não devem comer como um bicho. Também não devem jejuar como um faquir, porque o cérebro precisa de glicose. No entanto, se estiver acostumado a ingerir uma buchada no breakfast, não deve trocá-la por uma jaca para evitar indisposição.
Se aparecer um verso de Carlos Drummond de Andrade, não deve pensar que seja “uma pedra no meio do caminho”.
Nada de pressa. Depressa, não irão a nada. Só deve marcar o gabarito quando estiver gabaritado para isto.
Esqueça coisas pós-vestibulares como “habeas corpus” e “bioengenharia genética”, pois isso será visto depois.
Boa sorte e aquele abraço!
Sosígenes Bittencourt

Monday, November 26, 2007

Não ria se puder

Caso de não Casar

- Por que o senhor não casou ainda?
- Medo de ter que fazer feira e levar menino
pra parque de diversão.

- Por que o senhor não casou ainda?
- Porque só caso por amor.
- E o senhor nunca amou?
- Amei.
- E por que não casou?
- Amei pouco.

- Por que o senhor não casou ainda?
- Por ouvir conselho de quem se casou.

- Por que o senhor não casou ainda?
- Porque já estou ficando velho.
- E por que não casou quando estava novo?
- Era muito novo naquela época.

- Por que o senhor não casou ainda?
- Por causa das outras.
- Que outras?
- Caso com uma; e as outras?

Sosígenes Bittencourt




Sunday, November 25, 2007

Aniversário de Shirle Andrade


Queremos parabenizá-la pelo transcurso de mais uma data natalícia.
Shirle, no céu deste blog, você é uma estrela.
Sosígenes Bittencourt

Saturday, November 24, 2007

Pintura é Cultura




Os comedores de batata.

Van Gogh
(Para ver o quadro em detalhes, clique sobre a figura)

Friday, November 23, 2007

O que a escola não ensina






O reitor de uma Universidade do Sul da Califórnia enviou um e-mail para a Microsoft convidando Bill Gates a fazer um discurso num dia de formatura, incentivando os formandos no início de suas carreiras e, para sua surpresa, Bill Gates aceitou. Bill foi extremamente lacônico, falou apenas durante 5 minutos, subiu em seu helicóptero e foi embora.
A seguir, as 11 regras que ele compartilhou com os formandos naquela ocasião.
- Vou compartilhar com vocês onze regras que não se aprendem nas escolas:
Regra 1: A vida não é fácil. Acostume-se com isso.
Regra 2: O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa de útil por ele (o mundo) antes de aceitá-lo.
Regra 3: Você não vai ganhar vinte mil dólares por mês assim que sair da faculdade. Você não será vice-presidente de uma grande empresa, com um carrão e um telefone à sua disposição, antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e ter seu próprio telefone.
Regra 4: Se você acha que seu pai ou seu professor são rudes, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.
Regra 5: Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social. Seu avós tinham uma palavra diferente para isso. Eles chamavam isso de "oportunidade"
Regra 6: Se você fracassar não ache que a culpa é de seus pais. Não lamente seus erros, aprenda com eles.
Regra 7: Antes de você nascer seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por terem de pagar suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são "ridículos". Então, antes de tentar salvar o planeta para a próxima geração, querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente arrumar o seu próprio quarto.
Regra 8: Sua escola pode ter criado trabalhos em grupo, para melhorar suas notas e eliminar a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar para ficar de DP até acertar. Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real. Se pisar na bola está despedido... RUA! Faça certo da primeira vez.
Regra 9: A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre férias de verão e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.
Regra 10: Televisão não é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.
Regra 11: Seja legal com os CDF´s - aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas. Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar para um deles."
Reflita agora sobre as palavras do Bill e pense em como isso se enquadra no conceito de Valor e Honra.

Thursday, November 22, 2007

Sagitário



Seu símbolo é o centauro. Forma com Áries e Leão a triplicidade dos signos do Fogo.
Com pequenas variações nas datas dependendo do ano, os sagitarianos são as pessoas nascidas entre 22 de novembro e 21 de dezembro.
Palavras chaves que definem o Sagitariano: Idealismo, Generosidade, Alegre, Dogmatismo, Fanatismo, Indulgente.
Seu Signo é do Elemento
Fogo: este Elemento expressa-se por atividade, energia e busca de conhecimento e identidade. A ação é o fator base do Fogo. Ele é o que ajuda a criação, dá vida e aquece quando moderado. E é poder que queima, destrói, seca e ofusca quando excessivo.
Nascidos sob o signo de Sagitário: Augusto Pinochet, Beethoven, Charles de Gaulle, Clarice Lispector, Frank Sinatra, Khalil Gibran, Luiz Gonzaga, Nostradamus, Walt Disney, Winston Churchill.

Escultura é Cultura


Davi,
de Michelangelo

Estudando Português

Emprego de pronomes pessoais.
São freqüentes as dúvidas sobre os empregos dos pronomes pessoais eu/mim; tu/ti; si/consigo.
Os pronomes retos eu e tu não podem ser regidos por preposição.
Errado
Não há mais nada entre eu e ele.
Não há mais nada entre tu e ele.
Correto
Não há mais nada entre mim e ele.
Não há mais nada entre ti e ele.
O pronome mim não pode funcionar como sujeito:
Errado
Abra a porta para mim entrar.
Correto
Abra a porta para eu entrar.
Atenção: na oração "Abra a porta para eu entrar" a preposição não está regendo o pronome eu, mas o verbo entrar.
Os pronomes si e consigo só funcionam como pronomes reflexivos:
Errado
Quero falar consigo.
Quando voltei a si, já era tarde.
Correto
Ela está satisfeita consigo mesma.
Ela voltou a si no momento esperado.

Tuesday, November 20, 2007

O Saber mais que Show e Milhão


Você sabia...

Que o primeiro veículo a trafegar na lua, levado pela Apolo 15, em 1971, foi um jipe?
Que a luta marcial chamada kung-fu foi criada na China?
Que é jornalista a profissão do Super-homem no seu disfarce de Clark Kent?
Que Oswaldo Cruz foi o sanitarista que debelou a epidemia da febre amarela?

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Qual é a substância comumente usada para conservar animais em laboratório?
( ) álcool
( ) desinfetante
( ) formol

Que clube paulista tornou-se campeão brasileiro de futebol pela primeira vez em 1990?
( ) Corinthians
( ) São Paulo
( ) Palmeiras

O que não faz parte do grupo?
( ) mel
( ) própolis
( ) pólen

Quem é que acusa o réu na ação penal pública?
( ) juiz
( ) promotor
( ) delegado

Respostas na próxima edição


Saturday, November 17, 2007

Talento e Arte




Todo domingo, eu me lembro que sou um compulsivo colecionador de recortes de jornal desde menino, quando meu pai comprava o “Diario de Pernambuco”, e eu me punha a recortar as matérias e colecioná-las por assunto. Era danado pra ler Mauro Mota, Gilberto Freire, Selênio Homem de Siqueira, Ariano Suassuna, José Lourenço de Lima, Renato Carneiro Campos, etcétera. Outro dia, numa de minhas elucubrações, remexendo papéis de madrugada, encontrei um recorte já alaranjado pelos domingos, onde o poeta Marcus Accioly, numa entrevista, termina por dissertar sobre a diferença entre “talento e arte”. A pergunta era a seguinte:
DP – Não há forma para ser um bom poeta. Mas, existirão aquelas para não se fazer uma má poesia?
Aí, Marcus Accioly – Perguntaram a um poeta espanhol o que era necessário para se fazer um poema. Ele respondeu que seria “começar por uma letra maiúscula e terminar com rima”. Perguntaram novamente: “E no meio?” O poeta respondeu: “Hay que poner talento.” Sabemos hoje que o poema não precisa começar com letra maiúscula nem terminar com rima, mas de talento ele continua precisando. Contudo, que não se confunda “talento” (que é um dom) com “arte” (que é uma técnica). Contam que Miguel Ângelo encontrou, ao acaso, uma pedra de mármore e ficou estático olhando a pedra. Alguém duvidou dele: “Você está vendo uma pedra?” O artista respondeu: “Não, estou vendo um anjo sentado.” O talento viu, intuiu o anjo sentado, mas a arte é quem retira da pedra o anjo de pedra. O poeta Sílvio Roberto de Oliveira me contou a história, quase estória, de um escultor popular que fazia ursos de madeira. Indagado como conseguia realizar tal tarefa, respondeu: “É fácil. Eu tiro da madeira tudo que não é urso, e só fica o urso.” Portanto, a única forma para não se fazer um mau poema é (re)tirar do poema tudo o que não é poesia. Assim – como disse Mallarmé – “restará arte ou quase nada”.
Um bom domingo para todos!
Sosígenes Bittencourt

Retrospectiva


Há 20 anos
Deus deu ao homem a água, e o homem deu ao homem a conta d’água.

No Dia de Finados, choramos por nossos mortos e por nós mesmos um dia.

Na orla marítima, em tempo de fio-dental, o binóculo procurava um biquíni.

O que mais aconselharia à polícia era não botar a mão no preso com o ódio do contracheque.

Agiota até no amor, só dá um beijo por dois.

Só nas Provas de Recuperação é que se conhece o pai do aluno irrecuperável.
(Novembro - 1987)

Há 19 anos

120 dias de licença-maternidade são mais do que o suficiente para a mulher retornar grávida ao trabalho.

O preço do tira-gosto tira o gosto de beber.

No dia das eleições, é proibido vender bebida alcoólica e fugir da cachaça de votar.

Urge que se crie o Pronto Socorro do tempo, para socorrer as vítimas do Horário de Verão.

Mais um avião cai na Cordilheira dos Andes. Impõe-se um conselho: não andes pela Cordilheira.
(Novembro - 1988)

Sosígenes Bittencourt

Thursday, November 15, 2007

Traição de acor(n)o com a Região

01. Paulista - Encontra a mulher com outro na cama e vai fazer terapia.
02. Carioca - Encontra a mulher com outro na cama, junta-se a eles e se diverte.
03. Mineiro - Encontra a mulher com outro na cama, mata o homem e continua com a mulher.
04. Gaúcho - Encontra a mulher com outro na cama, mata a mulher e fica com o marmanjo.
05. Paraibano - Encontra a mulher com outro na cama, mata os dois e arruma outra mulher.
06. Goiano - Encontra a mulher com outro na cama, entra em depressão, pega a viola e procura outro corno pra montar uma dupla sertaneja.
07. Pernambucano - Encontra a mulher com outro na cama, pega sua fantasia e vai dançar um frevo em Olinda.
08. Brasiliense - Sempre que pega a mulher com outro na cama, vai para o Congresso e inventa mais um imposto.
09. Curitibano - Quando pega a mulher com outro na cama, não faz nada, pois curitibano não fala com estranhos.
10. Cearense - Quando pega a mulher com outro na cama, agradece a Deus, pois vê que não é só ele que pega mulher feia.
11. Baiano - Mulher de baiano não vai pra cama com outro, porque esse negócio de arrumar amante, tirar a roupa, fazer sexo, ser descoberta pelo marido, etc, dá um trabalho danado.

Nascidos em 15 de novembro


Rommel - 15/11/1891, Alemanha. Marechal estrategista, Comandante do "Africa Korps" na II GM, onde fica conhecido como "Raposa do Deserto" e "Marechal do Povo".
Osvaldo Aranha - 15/11/1894, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Político, um dos articuladores da Revolução de 1930; Ministro da Justiça do Governo Provisório, da Fazenda (1931), das Relações Exteriores (1938), da Fazenda (08/1953).
Borjalo - 15/11/1925, Pitangui, Minas Gerais, Brasil. Cartunista, empresário e publicitário. "A televisão é a janela do mundo e nós não podemos culpar a janela pela sua paisagem."
Arthur Virgílio - 15/11/1945, Manaus, Amazonas, Brasil. Político conhecido como grande orador e debatedor; escritor; Senador pelo PSDB do Amazonas (2003 a 2011). "Quando o governo conversa para pedir, é uma gueixa. Quando está com o poder na mão, é um samurai traiçoeiro."
Marcelo Farias - 15/11/1971, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Ator de teatro, cinema e TV; destaca-se em telenovelas da Rede Globo.

Tuesday, November 13, 2007

O Homem e a Mulher

O homem é a mais elevada das criaturas;
a mulher é o mais sublime dos ideais.
O homem é o cérebro;

a mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz;
o coração, o Amor.
A luz fecunda;
o amor ressuscita.
O homem é forte pela razão;

a mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos;

a mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece; o martírio sublima.
O homem é um código; a mulher é um evangelho.

O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher é o sacrário.

Ante o templo, nos descobrimos;
ante o sacrário, nos ajoelhamos.
O homem pensa; a mulher sonha.

Pensar é ter no crânio uma larva;
sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é um oceano; a mulher um lago.

O oceano tem a pérola que adorna;
o lago, a poesia que desnuda.
O homem é a águia que voa;

a mulher é o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço; cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a Terra,

a mulher, onde começa o Céu!

Victor Hugo

Sunday, November 11, 2007

Tropa de Ralé



No dicionário, apelidado de pai-dos-burros, elite significa “o que há de melhor numa sociedade ou num grupo, nata, flor, fina flor, escol”. Já do ponto de vista sociológico, o compêndio lexicográfico adverte: “minoria privilegiada e dominante no grupo, constituída de indivíduos mais aptos e/ou mais poderosos”. Parafraseando o melancólico e espalhafatoso Flávio Cavalcanti, “a mim me parece” que Tropa de Elite, por definição, seria “minoria dominante no grupo, constituída de indivíduos poderosos”, ou seja, como essa récua de indivíduos inaptos e assassinos não se identifica com absolutamente nada de fino, seria melhor chamá-la de “tropa de ralé”. Uma escória de paletó e gravata que ostenta a bravata de justiceira, eliminando marginais, à margem da lei, com o beneplácito da sociedade. Tadinha da sociedade, pois coitado do animal que for confundido com um rico por um marginal, ou com um bandido por um falso policial. É corredor polonês. De um lado, os marginais marginalizados, do outro, os marginais marginalizáveis. Parece que a sociedade está apelando para aquele conceito de razão que foge totalmente à ética. Se a ética é uma imperativa necessidade do modo de vida civilizado, elencada em ditames, mas não está sendo observada, cada um cuide de si que é tempo de murici. Quer dizer, se não há nenhuma perspectiva de segurança patrocinada pelo estado, é preciso que cada um busque sua própria segurança. Embora fugindo à ética, não seria racional enfrentar bandido, desarmado, sem pontaria e com carinho. No mais, é apelar para não estar no lugar e no momento errado. Bandido é bandido. Da elite, ou da ralé, é nervoso, assustado e confuso. São tropas de criminosos que matam por desfastio, por emoção, como se estivessem tentando quebrar a monotonia. Aliás, o homem deve achar a paz chata, por isso inventou a guerra, que é mais movimentada.
Sosígenes Bittencourt

Saturday, November 10, 2007

Os Pilares da Criação


Uma pequeníssima parte da Nebulosa da Águia, fotografada pelo telescópio Hubble.
Dr. Fernando Verçosa

Friday, November 09, 2007

Abecedário


Eis-me em 1956, inalando, há um ano,
o oxigênio. Porquanto, sem o oxigênio
morreríamos; por causa do oxigênio,
morreremos.
Arrimado a uma caneta,
eis minhas primeiras impressões das letras.
O A parecia um par de pernas arqueadas.
O B, uma mulher grávida.
O C me lembrava uma ferradura: às vezes, uma lua.
O D me lembrava um algarismo romano, sisudo como um Cardeal.
O E me sugeria um tridente.
O F era todinho uma seta apontando.
O G parecia um pilar.
O H era um trampolim pra se balançar.
O I, enfermo, cadavérico como um tuberculoso.
O J parecia uma sereia.
O L lembrava um canto de parede. Chega dava preguiça.
O M era um aracnídeo.
O N, um zigue-zague.
O O dava pra ser do orbe terráqueo ao esfíncter anal.
O P parecia um estandarte.
O Q, um bichano, de costas.
O R parecia uma postura, um exercício físico.
O S, um chicote.
O T era, tranqüilo, um martelo; às vezes, um poste.
O U me lembrava um jarro.
O V, o gesto de erguer os braços.
O X, a suástica, a cruz gamada.
O Z parecia um raio.
Ainda tinha o W, que me lembrava um castiçal,
e o Y, que era escritinho uma mulher.
Sosígenes Bittencourt