Monday, January 31, 2011

Sobre a paciência

Outro dia, passei na frente da televisão, e vi um padre falando sobre a paciência. Paciência com os filhos, com a esposa, com a mãe, enfim, com o semelhante, paciência com tudo. Não pude acompanhar, mas deveria estar falando da paciência cultivada. Como o amor. Lembrei-me de Carlos Drummond de Andrade: Amar se aprende amando.
Contudo, que não se confunda a paciência excessiva com conivência ou relaxamento. Tipo não perder as estribeiras com um filho desobediente, uma menina danada. Alisar a cabecinha de um malvado, pensando que é psicologia. Tal aquela esposa, que era tão delicada com o marido, e ele desenhou-lhe um tufo no olho; aquele marido que falava manso, e a mulher plantou-lhe um chapéu de bode; aquele menino, cuja mãe o mimava, e ele tocou fogo na casa.
Paciência é bom até pra morrer em paz. Os pacientes, mesmo pouco esclarecidos, lembram pessoas inteligentes. Paciência dá status social. Os pacientes são benéficos porque nos acalmam, parecem remédio para os nervos. Os pacientes só não ajeitam os impacientes mórbidos, podendo até irritá-los. Tem impaciente que quando vê alguém com muita paciência, pensa que o paciente é culpado pela sua impaciência.
Enfim, cultivemos a paciência, como devemos cultivar o amor, mas com cuidado para não confundi-la com conivência ou risco de morte.
Paciente abraço!
Sosígenes Bittencourt

Sunday, January 30, 2011

FRAGMENTOS

* Quanto mais imagem, mais descrição.
* Escola não é lugar de distração. Escola é lugar de concentração.
* A internet democratizou o conhecimento, mas é preciso conhecimento para utilizá-la.
* A paixão é a desobediência do desejo.
* O controle remoto é recente, mas a sabedoria é remota.
* O caminho é melhor do que o fim (do prazer).
* O Brasil é o país do futuro (distante).
* O bem dos bons não é livrar-se dos maus, mas livrar a todos de todo o mal.
* Antigamente, o PT era um, hoje é "uns".
* Sexo sem prevenção é vexame.
Sosígenes Bittencourt

Friday, January 28, 2011

O Copo Americano


Certa vez, pedi uma cerveja numa venda e exigi um Copo Americano para bebericá-la. A dona do negócio foi lá dentro, tirou um copo todo emperiquitado da cristaleira e enfeitou o balcão. Ela não sabia que se tratava daquele utilitário doméstico, geralmente comprado na feira e enrolado em papel de jornal.
Essa semana, por causa de Ana Maria Braga, deitou-se falação sobre o histórico e emblemático Copo Americano. Ela falou em seu programa matinal que o Copo Americano foi criado em 1947 e que, de lá pra cá, já foram produzidos 6 bilhões de unidades, o que, enfileirados, daria 10 voltas em redor da Terra. Alguém me advertiu de que o programa da Ana Maria Braga era uma reprise do ano passado. Na internet, tem dizendo que o copo foi produzido pela empresa Nadir Figueiredo, e que desde a invenção já foram vendidos 10 bilhões. Enfileirados, daria para fazer o percusrso de ida e volta à Lua, sobrando ainda meio caminho.
Mas, voltando ao caso da proprietária da venda, busquei uma forma mais simples e objetiva de reformular a solicitação: - Dona Maria, me traga um copo de feira para eu beber a cerveja. E aí fui prontamente atendido. O adjetivo “americano” vem da imitação de um modelo fabricado nos Estados Unidos na época, revela a internet. Seja como for, a verdade é que o recipiente já serviu para beber água, café, veneno, cerveja e até de medida para vender cachaça. Quem já não ouviu alguém pedindo um quartinho de meropeia? Como supervalorizo o conhecimento, da próxima vez vou pedir uma bebida e exigir, para entorná-la, um Nadir Figueiredo.

Embriagado abraço!

Sosígenes Bittencourt

Quadro de Frases


A televisão é a maior maravilha da ciência
a serviço da imbecilidade humana.
Barão de Itararé

Wednesday, January 26, 2011

De volta às aulas

No momento em que nos preparamos para o início do ano letivo, uma boa sugestão seria aprender um pouco com o professor português Rui Canário.
"Vivemos em um profundo desenvolvimento tecnológico, entretanto numa proporcional imaturidade política e social. A nossa escola produziu imaturos políticos e sociais.
A escola não é o problema da escola, é problema da cidade.
Ou criamos uma cidade educativa, ou nós não teremos nem cidade, nem sociedade, nem ser humano
."
Observe como o professor de Lisboa relaciona o aluno com o mundo em que vive, destacando a política e a escola como fatores de formação do ser humano e da sociedade. Se você é ligado à educação, ou se interessa por ela, copie a postagem, imprima e ponha no cérebro.
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, January 25, 2011

Desligue a TV durante o BBB

Trabalhando na mesma Rede de Televisão, Jô Soares sugere que desligue a TV durante o BBB. Ou seja, embora contratado pela Rede Globo, o talk show disse o que quis e ainda invocou a "Liberdade de Expressão", questionado pelos tuiteiros, quando viram sua postagem: "BBB = Desligue a TV". E explicou: "Eu não estou incentivando ninguém a desligar a TV, desliga quem quer."
Cá com meus botões, eu acho que Jô Soares, acostumado a entrevistar celebridades e de bobo só ter a cara de brincalhão, achincalhou com o Big Brother Brasil. Já se disse que é brincando que se leva a vida a sério.
Mas, para não me deter sobre o que eu considero a Big Bobagem Brasil, vamos rever algumas frases do nosso intelectual das madrugadas. Com vocês, Jô Soares:
*Se existe tanta crise é porque deve ser um bom negócio.
*Em uma coisa os bêbados e os geógrafos têm razão: a Terra gira.
*Não há nada de errado com a velhice que a morte não resolva.
*É bem melhor pensar sem falar do que falar sem pensar.
*A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa.
*A comissão faz o ladrão.
*Junta médica é uma reunião que os médicos fazem nos últimos momentos de nossa vida para dividir a culpa.
*No Brasil, quando o feriado é religioso, até ateu comemora.
Humorístico abraço!
Sosígenes Bittencourt

Monday, January 24, 2011

Blogosfera

O escritor e jornalista Homero Fonseca publicou, em outubro do ano passado, o seu livro Blogosfera, na Livraria Cultura, pela Editora Calibán. A edição é uma seleção das melhores postagens do seu blogue, criado em 2007. Observem o que diz o jornalista, comparando o que publicou na internet com a edição de um livro: “Quando o blogue completou dois anos, percebi que tinha mais leitores em um mês do que os de uma tiragem padrão de livro no Brasil.
Essa revelação foi publicada por Fabianna Freire Pepeu, no Jornal do Commercio, em 1 de outubro de 2010.
Homero diz que o blogue possibilita uma interação imediata com o leitor e acrescenta que “embora o material tivesse uma coerência fundamental, em termos de visão do mundo e da estética, isto não transparecia no blogue, por seu caráter essencialmente fragmentário.”
Após 1 ano da publicação do seu romance Roliúde, Homero conta que havia vendido pouco mais de mil exemplares e foi parabenizado pelo sucesso. “Ora, não há comparação entre o número de pessoas que leem meus livros e o daqueles que acessam meu blog”, explica o autor.
Sosígenes Bittencourt

Fala, Vitória

Previsibilidade e prevenção
Esse fim de semana foi de céu nublado na cidade, com alguma chuva. Vendo as enchentes do Sul, pensei nos dilúvios que já inundaram aqui. Ainda hoje tem flagelado sentado em beira de calçada, com a mão no queixo, sem ter para onde ir. Sério! Pergunta-se: Como está o leito do rio Tapacurá (ou Itapacurá)? Alguma autoridade tem ido visitar as populações ribeirinhas para saber se estão atirando colchão velho, penico furado e geladeira usada? Existe algum programa de prevenção contra catástrofe humana? Sim, porque a natureza é a natureza, revoluções naturais acontecem. Catástrofe humana tem nome, é quando o homem é a causa ou afunda nela. Morar na beira do rio, só índio, que nem pipi faz nas águas. Cara pálida joga até cachorro morto. Depois que a enxurrada transborda e afoga os ribeirinhos, bota todo mundo pra chorar, com a mão na cabeça, se queixando da natureza. Se Vitória for invadida pelo mundaréu d'água que afogou a cidade de Barreiros, o dilúvio vai chegar à marquise do Banco do Brasil.
Periclitante abraço!
Sosígenes Bittencourt

Saturday, January 22, 2011

Ondas do Rio

Depois da triste sina do dilúvio de lama, ondas cristalinas. Depois de tilintar de frio, febre de 35 graus. Que onda é o Rio. Corpos ondulados sobre a areia morna da orla marítima do Rio. Quão perigosos, porque quão sedutores são os abismos do Rio. Nem que se despenque lá do alto, ninguém quer sair dos morros do Rio. Nem que morram, querem deixar de viver, querem deixar de morrer no Rio. Que coisa linda é essa menina, estendida no chão. Nem sabe o quanto ficamos abismados com o seu corpo iluminado, prometendo calor nesse verão.
Abismado abraço!
Sosígenes Bittencourt

Quem mandou acabar com as drogas?

Quem mandou acabar com as drogas? E a resposta é simples: Ninguém. Principalmente, porque droga virou moeda, é dinheiro vivo. Então, droga virou manutenção de pobre, ambição de classe média enxerida, riqueza e poder. Do gari ao político mais empaletozado, tem cabra envolvido. A guerra contra o tráfico no Rio de Janeiro é uma exigência momentânea. Dinheiro e poder cegam, fome endoida. E nenhum país vai acabar com droga sozinho, é questão de saúde pública internacional. Programas de inclusão social seriam uma alternativa, mas não impediria de maneira ampla e eficaz a produção de viciados, porque o crack tem desmoronado a alta roda, que é quem mantém o tráfico.
Noiado abraço!
Sosígenes Bittencourt

Wednesday, January 19, 2011

Caramelo e Cristina

Este é Caramelo, ao lado da sepultura de Cristina Maria Cesário Santana, morta em decorrência da catástrofe que desabou sobre Teresópolis. Teresópolis era um paraíso, erguido na orla de um abismo. Tanto quanto Caramelo, Cristina não sabia do futuro. Caramelo morava com 4 pessoas numa casa e ajudou os membros da ONG Estimação a resgatar os corpos, fuçando os mortos. Seu nome deve associar-se à doçura de relacionamento que mantinha com Cristina. Dizer-se que Caramelo amarga uma saudade, talvez fosse abusar do sentido figurado, da metáfora. Mas, não se pode negar alguma relação entre o falecimento de Cristina e o comportamento do bicho. Confuso, Caramelo salta sobre o colo de todo animal racional que dele se aproxima. Não sabe que ninguém é, para ele, como fora Cristina. Ninguém é Cristina. Sequer os humanos e estimados zoófilos da ONG Estimação. Caramelo não sabe que um dia irá morrer, nem sabe que Cristina está morta, por isso espera.
Como é doce o gesto de Caramelo, perante o amargo destino de Cristina.
Instintivo abraço!
Sosígenes Bittencourt

Monday, January 17, 2011

Fala, Vitória

FERIADO, FORRÓ ELETRÔNICO E BAIXARIA
Hoje, é feriado na cidade. Diz que é Dia do Padroeiro. Às 6 horas da manhã, deram uma rajada de fogos que os cães endoidaram, os bebês estremeceram, e os velhos arrastaram os pés por dentro de casa. Até os crentes, que não acreditam em santo, foram sacolejados. Costumo dizer que, se eu fosse doido por dinheiro, teria deixado a sala de aula para ser fogueteiro. Aqui, solta-se fogos até pra dor de cotovelo.
E, aí, vem uma banda de forró para a porta de minha casa. Vão tocar fuleiragem music até umas horas. A macadada pita cannabis sativa, urina nas calçadas e imita o ato sexual na vertical. É uma verdadeira baixaria. Eu não troco tudo isso por Recreio do Rojão. Um grupo musical doméstico, munido de uma sanfona, uma zabumba e um triângulo. Penos menos, eu entendo o que cantam. E ainda há quem arrisque a vida, para ver uma barullheira dessas lá na casa de pantanho. Eu tinha uma amiga que foi para o Cabo de Santo Agostinho, de moto com o irmão, ver uma banda de forró eletrônico, e morreu de desastre lá na estrada de Escada. No meu tempo, a música era "Popular Brasileira". Não dou um vintém para ver essa música "Pra pular Brasileira". Num desses Carnavais, vi uma mulher com a perna no gesso, porque foi empurrada quando estava comprando um kit pra brincar no Trio Elétrico. Era o Kit Lasca. E não pensem que é apenas a população das encostas dos morros, dos córregos e alagados, que gosta desta joça. Nas portas das Faculdades, é só o que toca. Agora, ponham a concha das mãos na boca e podem me dar uma sonora vaia: uuuuuuuuuuuuuuuu!
Tô nem aí! Tá ligado?
Antimusical abraço!
Sosígenes Bittencourt

Thursday, January 13, 2011

Dilúvio de lama, tragédia prenunciada

Serra sem árvore é ladeira. Ladeira, pra água que cai do céu, é escorredeira. O homem arranca as árvores das serras e constrói nas encostas. Quando as trombas d’água caem, escorrem pelas áreas desmatadas, como se descessem por uma ladeira e se empoçam nas cidades. De cima vem o dilúvio de lama, arrastando tudo pelo caminho, para encher o gigantesco tanque, que é a cidade pavimentada. Ninguém dá ouvido a nenhum geólogo. Ricos erguem mansões, pobres montam barracos, sem serem incomodados. Prevalece a velha e descomplicada explicação: Quem mandou fazer isso? Ignora-se, por conveniência, que ninguém proibiu. Quem é culpado? Ora, quem construiu.
Ana Maria Braga aparece na televisão e dá uma explicação didaticamente simples acerca do que acontece. Mostra que o palco do seu programa é debaixo de uma serra, mas sem perigo. Lá de cima, nada irá desabar, porque a mata nativa está preservada. Claro, as árvores estão fincadas profundamente no chão, segurando o solo, abrindo sulcos na terra, que bebem a água que vem do céu.
A maioria dos jornais põe a culpa nos moradores, nas populações anfíbias, nos que escalam montanhas, porque não têm para onde ir. E tudo permanece do mesmo jeito, promovendo tragédias prenunciadas. As causas são multifatoriais. Desinformação, descaso, falta de respeito pela vida humana, por parte de quem vive e por parte de quem morre.
Diluviano abraço!
Sosígenes Bittencourt

Quadro de Frases


Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo.
Carlos Drummond de Andrade

Wednesday, January 12, 2011

Fala, Vitória

DO PÁTIO DA MATRIZ
Durante toda minha adolescência, ninguém jamais mexeu na Praça da Matriz. Aliás, chamava-se Pátio da Matriz. Os bancos, os coretos, os jardins, a fonte d'água, tudo intacto. O obelisco nunca fora arrombado. As Igrejas eram circunspectas, os relógios lembravam a Eternidade, os sinos faziam a sonoplastia das horas crepusculares e o derradeiro desfile dos defuntos. Os anjinhos eram rosados e agorduchados, e Jesus pendia da Cruz para nos salvar. Hoje, o Pátio da Matriz nunca é a mesma coisa. E nunca se sabe o que será. Um faz, o outro desfaz; um levanta, o outro derruba; um pinta de uma cor, o outro pinta de outra cor. E todos terminam por pintar o 7 e a banda do 8. Não - meus caros ledores do signatário que vos redige! - as minhocas não são mais na terra, são nos cérebros.
Enterrado abraço!
DO LIVRAMENTO
O processo de favelização do Livramento é irreversível. Foi lá que protagonizei um episódio tragicômico. Estava cometendo a aventura gástrica de deglutir um cachorro-quente numa daquelas barracas tipo pronto-socorro de bêbado, quando me chegou um cidadão esfomeado, fugido do nosocômio, ainda com a vestimenta hospitalar.
- Professor, me dá um cachorro-quente, que eu estou morrendo de fome.
- O senhor veio de onde, que está fantasiado de doente?
- Eu fugi do Hospital. Lá é muito ruim.
Na atmosfera, um insuportável bafo de múmia.
- Ô, dona Fulana, bota um cachorro-quente pra esse cidadão.
A mulher adubou o 'cachorro', passou meia hora bisnagando tempero, botou até solado de sapato dentro. Aí, o doente olhou, abriu o pão, escavacou com o dedo, cheirou, fez uma cara enjoada:
- Ô, moça, eu não quero esse cachorro-quente, não. Tá cheio de cebola.
Irremediável abraço!
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, January 11, 2011

Shopping e Pobreza

Impossível falar em Shopping sem pensar nos pobres. Sobretudo, porque os pobres de hoje também gostam de Shopping Center. E ai de quem tenha o topete de chamar alguém de pobre. Cuidado com a faca peixeira.
Antigamente, pobre era mais humilde, morava em seu cantinho e pagava suas contas em dia. Os meninos iam pra escola, ou trabalhar cedo pra ganhar um dinheirinho. As meninas sentavam de pernas juntinhas e mãos enclavinhadas sobre os joelhos. Eram geralmente virgens, casadoiras e versadas em afazeres domésticos.
Pobre já deu matéria pra romance, filme e até poesia. Ser pobre era ter passaporte garantido para a Eternidade. Era mais fácil um pobre passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus, diziam os carolas. Pobre tinha status espiritual.
Hoje, pobre quer ser chamado de tudo, menos de pobre. É discriminação braba, prejudicial ao status social. Por isso pobre ficou perigoso, malvado, achando que é pobre porque você é rico. Ele não quer apenas o seu celular, ele quer matar você. Ninguém fala mais bem de pobre. Pobre virou lixo social.
Pobre não tem bairro, mora em todo lugar, dorme na sua calçada, são muitos. Proliferam que nem cogumelo em madeira encharcada. E não precisam de projetos, explicações, dialética, precisam urgentemente de comer. Pobre mundo, com tanto pobre. Ninguém consegue mais dormir em paz nem ser feliz com tanta pobreza. Mas, enfim, em tempo de Shopping, quem estará preocupado com pobre?
Pobre abraço!
Sosígenes Bittencourt

Monday, January 10, 2011

Marcela de trança, moda e esperança

Conquanto ‘discretíssima’, jeitosa é Marcela Temer.
Marcela não subiu a rampa do Palácio, escalou os píncaros da fama. Sua trança é do tipo ‘embutida torta’, derramando-se pelo ombro, coisa que mais nos deleita, exibida e perfeita. Sua trança vira moda de verão, seu charme adorna o Governo, e nós, emocionalmente, desgovernados.
Marcela parece um passarinho, afilada, de olhos miudinhos. Marcela nos enche de esperança, com os seus sinceros depoimentos. Principalmente, os para lá de cinquent’anos. Depois de tantas paixões e desencantos, Marcela nos sugere que nossas esposas possam estar nascendo.
Chega dá vontade de lutar pela vida, ser alguém na vida, para poder, um dia, chegar mais perto de Marcela, contemplar suas tranças e gritar, lá de baixo: Marcela, você é linda!
Entrançado abraço!
Sosígenes Bittencourt

Saturday, January 08, 2011

FRAGMENTOS

Este é o Milênio da Solidariedade:
ou seremos soli(D)ários,
ou seremos soli(T)ários.
Sosígenes Bittencourt

A adoidada Amy Winehouse

Adoidada é Amy Winehouse, a cantora britânica que está no Brasil. Hospedada em hotel, no Rio, passa a noite tomando birinaite e mostra os peitos na sacada do apartamento, bamba, sonolenta, parecendo um molambo.
Proibida de encher o latão, pegou bebida no frigobar do quarto ao lado, endoidou o cabeção e atirou objetos no chão.
Apresentando-se primeiro em Florianópolis, seus shows cobram ingressos de 100 a 600 reais, embora haja quem não dê 1 vintém pra dar de cara com ela. Segundo fuxicaram na mídia, Amy vai abiscoitar 13 milhões de reais na pátria de Zé Carioca. Até em Recife irá se amostrar. Vem cantarolar música soul e jazz na terra do frevo e do maracatu, pra caranguejo desfilar. Ouvir o marulho e inalar o aroma dos entulhos dos rios Capibaribe e Beberibe, bebericar.
Adoidada é Amy Winehouse, embora sabida, os abilolados somos nós.
Noiado abraço!
Sosígenes Bittencourt

Friday, January 07, 2011

A sábia humildade de Lula

O grande segredo do sucesso de Lula está exatamente em ouvir mais do que falar, mandar menos do que obedecer. Eis o enorme sucesso da humildade de quem quer aprender. Lula sabia que não sabia, mas sabia que precisava saber. Lula sabia que tinha de ajudar os pobres, mas sem aos ricos ofender. Por isso, foi eleito por gregos e troianos. Dificílima empreitada num país de decepcionante índice de GENEROSIDADE, no ranking internacional, como o nosso. Este é o Milênio da Solidariedade: ou seremos soli(D)ários, ou seremos soli(T)ários.
Ecumênico abraço!
Sosígenes Bittencourt

Thursday, January 06, 2011

Fala, Vitória

LENGA-LENGA NO ORKUT SOBRE A VINDA DE UM SHOPPING PARA A CIDADE
Assim como não se combate violência com leis, não se faz desenvolvimento com fábricas. Paz e Desenvolvimento se faz com mudança de mentalidade. Não há lei que dome um bárbaro, não há mercado nem modernidade que melhore a qualidadede vida de uma população, sem uma mudança de postura. Observe que tudo que está vindo para Vitória chegou a Jaboatão primeiro. No entanto, Jaboatão é um caos.
Não adianta um castelo no meio de uma legião de marginalizados. Estamos, gradativamente, vendo Vitória sendo cercada por um exército de jovens sem horizonte, presa fácil do tráfico de drogas, degradando nossa qualidade de vida. Na última festa que realizaram no Clube dos Motoristas O Cisne, a Polícia teve enorme trabalho para conter os abusos da caterva ignara no meio da rua. Ao final, deixaram de presente, nas portas da vizinhança, um baquete de fezes humanas espalhado pelas calçadas. Shopping mudará nossos hábitos, irá educar nosso povo ?
Complexo abraço!

Aliás, tem detalhe. Eu queria ter esse binóculo que enxerga tanta grandeza em Vitória de Santo Antão. Hoje, de manhã, passei meia hora com uma bolinha de papel na mão, procurando uma lixeira. Nasci aqui, em 1955, assisti ao êxodo rural e a consequente favelização da periferia. Hoje, vejo essa degradação tomando conta do centro da cidade. Não sou contra Shopping, mas também não sei por que tanto entusiasmo. Mas, não vamos muito longe. Todos sabemos que o Shopping ainda é o lugar mais seguro que temos para frequentar. No entanto, com a proliferação dos excluídos, a população não se sente mais segura nem num Shopping em Recife, com todo aquele aparato, imagine no interior. Eu não sei se estou falando grego. Que venha o Shopping, mas veremos o que acontecerá. Eu estarei presente para observar.
Curioso abraço!

Cada vez mais minha tese se confirma. Eu não sou contra reforma na Praça da Matriz, mas sem reforma na mentalidade da população, em 1 ano estará tudo deteriorado. As escolas que José Aglaílson construiu não foram danificadas por Elias Lira, foram danificadas pelo próprio povo. Elias não as conservou, mas o povo as destruiu. Em relação a Aglailson e Elias, nem os amo, nem os odeio, mas em relação ao povo, que os elege e reelege, tenho observações a fazer, cuja mentalidade é destruidora. Observem o que nosso povo comete nas vias públicas, a cidade parece um lixo. Não são os prefeitos que saem pelas ruas lambuzando calçadas, vielas e avenidas. Também não tem exército de garis que as mantenha limpas. Que venha o Shopping, mas, por favor, que instalem lixeiras para eu encestar minhas bolinhas de guardanapo. Eu prometo, caso erre o alvo, me acocorar para apanhá-las.
Civilizado abraço!
Sosígenes Bittencourt

Wednesday, January 05, 2011

Bonita é Marcela Temer

Bonita é a mulher de Michel Temer. Benza-te Deus! E excelente é vê-la ao lado de Michel. Ela com 27 primaveris, e ele com 70 primaveras. E Michel nem teme tê-la, no meio do povo, aos olhares pidões da plateia.
Coisa mais linda, Marcela é de Paulínia (SP), e foi dada à luz em 1983. Filha de microempresário, do ramo de restaurantes, é o mais belo item já produzido pelo comerciante.
Não, não nos desesperemos - os de meio século em diante - nossas esposas podem estar nascendo. Quando Marcela inalou a primeira golfada de oxigênio, Michel já fazia 4 décadas que vivia no mundo.
A multidão aplaudia Dilma e Lula, mas fotografava a menina do vice-presidente, suas tranças, embevecida com a tatuagem que tem na nuca. Nada menos do que o nome de Sua Excelência, bordado sob o ninho dos cabelos. Advogada, ex-miss, encantadora por dentro e por fora, diz que “É como se o Michel tivesse 30 anos”. E ele, todo sério, assegura ser ela “discretíssima”, além de ser sua mulher e mãe do seu filho. Deus os abençoe! Renovemos nossas esperanças!
Encantado abraço!
Sosígenes Bittencourt

Monday, January 03, 2011

Quadro de Frases


Pra cada canto que eu olho,
vejo um verso se bulindo.
Patativa do Assaré

Fisioterapeuta é assim...

Não fala, coordena vibrações nas cordas vocais.
Não pensa, faz sinapse.
Não toma susto, recebe respostas galvânicas incoerentes.
Não chora, produz secreções lacrimais.
Não espera retorno de e-mail, espera feedback.
Não perde energia, gasta ATP.
Não divide, faz meiose.
Não beija, permuta microorganismos.
Não se olha no espelho, faz avaliação postural.
Não tem pigarro, tem tosse improdutiva.
Não sofre fratura, tem descontinuidade abrupta e traumática do osso.
Não dança, faz cinésio.
Não se apaixona, tem comportamento de padrão motor, ativado pelas reações químicas induzidas pelas respostas emocionais.
Não respira, faz troca gasosa.
Não sente dor, tem estímulos nociceptivos.
Não se espreguiça, faz alongamento.
Não “malha”, faz movimentos de ação concêntrica e excêntrica.
Não caminha pela praia, deambula.
Não leva a colher à boca, faz movimento cinésio-funcional.
Não corre, executa ação de força explosiva.
Não sou fácil, sou de FISIO...

Sunday, January 02, 2011

O tampa de Crush

Lula é o tampa de Crush. Nasceu sem nada, lá nos confins do sertão pernambucano, passou necessidade, e chegou à presidência da República, saindo, depois de 8 anos de governo, com 87% de aprovação popular e elegendo uma mulher para o seu lugar. Desmoralizou o machismo nacional e a discriminação contra a mulher. Parece a frase de Fernando Henrique Cardoso: Ser presidente é destino.
E Lula ainda solta gracinha, dizendo que se Dilma desse vacilo, ele sairia correndo com a faixa de presidente na mão. É o rei da cocada preta. No finzinho, para ninguém esquecê-lo, empomba a extradição do criminoso italiano Cesare Battisti.
Lula é o cara, já o disse Barack Obama. Quem duvida? Apesar de não ser formado e lhe faltar um dedinho, já sugeriram o seu nome até para Secretário Geral da ONU. Metido em tudo, já deu pitaco sobre a Paz no Oriente Médio, lá no ninho dos profetas, contraditoriamente um inferno terrenal. Depois de Pelé e Roberto Carlos, deve ser o mais badalado do novo milênio.
Lula é um boneco chorão. Popularmente conhecido, no nordeste, como ‘manteiga derretida’, Lula é um homem cordial, ou seja, administrado pelo coração, tanto corajoso, quanto sentimental. Ao chegar em São Bernardo, tira onda, ensardinhado no meio do povo: “Quero pedir para que vocês amem a Dilma como vocês me amaram no governo.
Presidencial abraço!
Sosígenes Bittencourt