Thursday, January 06, 2011

Fala, Vitória

LENGA-LENGA NO ORKUT SOBRE A VINDA DE UM SHOPPING PARA A CIDADE
Assim como não se combate violência com leis, não se faz desenvolvimento com fábricas. Paz e Desenvolvimento se faz com mudança de mentalidade. Não há lei que dome um bárbaro, não há mercado nem modernidade que melhore a qualidadede vida de uma população, sem uma mudança de postura. Observe que tudo que está vindo para Vitória chegou a Jaboatão primeiro. No entanto, Jaboatão é um caos.
Não adianta um castelo no meio de uma legião de marginalizados. Estamos, gradativamente, vendo Vitória sendo cercada por um exército de jovens sem horizonte, presa fácil do tráfico de drogas, degradando nossa qualidade de vida. Na última festa que realizaram no Clube dos Motoristas O Cisne, a Polícia teve enorme trabalho para conter os abusos da caterva ignara no meio da rua. Ao final, deixaram de presente, nas portas da vizinhança, um baquete de fezes humanas espalhado pelas calçadas. Shopping mudará nossos hábitos, irá educar nosso povo ?
Complexo abraço!

Aliás, tem detalhe. Eu queria ter esse binóculo que enxerga tanta grandeza em Vitória de Santo Antão. Hoje, de manhã, passei meia hora com uma bolinha de papel na mão, procurando uma lixeira. Nasci aqui, em 1955, assisti ao êxodo rural e a consequente favelização da periferia. Hoje, vejo essa degradação tomando conta do centro da cidade. Não sou contra Shopping, mas também não sei por que tanto entusiasmo. Mas, não vamos muito longe. Todos sabemos que o Shopping ainda é o lugar mais seguro que temos para frequentar. No entanto, com a proliferação dos excluídos, a população não se sente mais segura nem num Shopping em Recife, com todo aquele aparato, imagine no interior. Eu não sei se estou falando grego. Que venha o Shopping, mas veremos o que acontecerá. Eu estarei presente para observar.
Curioso abraço!

Cada vez mais minha tese se confirma. Eu não sou contra reforma na Praça da Matriz, mas sem reforma na mentalidade da população, em 1 ano estará tudo deteriorado. As escolas que José Aglaílson construiu não foram danificadas por Elias Lira, foram danificadas pelo próprio povo. Elias não as conservou, mas o povo as destruiu. Em relação a Aglailson e Elias, nem os amo, nem os odeio, mas em relação ao povo, que os elege e reelege, tenho observações a fazer, cuja mentalidade é destruidora. Observem o que nosso povo comete nas vias públicas, a cidade parece um lixo. Não são os prefeitos que saem pelas ruas lambuzando calçadas, vielas e avenidas. Também não tem exército de garis que as mantenha limpas. Que venha o Shopping, mas, por favor, que instalem lixeiras para eu encestar minhas bolinhas de guardanapo. Eu prometo, caso erre o alvo, me acocorar para apanhá-las.
Civilizado abraço!
Sosígenes Bittencourt

2 comments:

Anonymous said...

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
(Manoel Bandeira)

É professor... Em Pasárgada tem tudo. É outra civilização... Civilizado abraço.

Sosígenes Bittencourt said...

Vitória já foi minha Pasárgada no tempo de eu menino. Face ao que chegamos, Vitória era uma vitrine. Crescimento populacional não é sinônimo de desenvolvimento. Naqueles idos, só se tinha medo de assombração. Hoje, vivemos assombrados com a própria sombra.
Reminiscente abraço!