Friday, January 29, 2010

Aniversário do Vera Cruz

Na iniciativa de um grupo de amigos formado por Antônio Luiz de Carvalho, Artur Cirino de Carvalho, Simeão Francisco de Lima, José Rodrigues da Silva, José Paulino de Medeiros, Manoel Maximiliano da Silva e Milton Correia Teixeira, surgia em 3 de fevereiro de 1960 o Vera Cruz Futebol Clube, no bairro de Maués, em Vitória de Santo Antão, sob as cores vermelho, preto e branco, tendo como destaque em seu escudo uma Cruz de Malta e a figura de um galo como o seu mascote.

Wednesday, January 27, 2010

Quadro de Frases


No Carnaval, não use arma, use a alma. Não brinque com arma, no presídio não tem Carnaval.
Sosígenes Bittencourt

Scott vai ter nenem

O segundo homem "grávido" veio a público nesta quarta-feira (27), segundo informou a versão online do Daily Mail. Scott Moore, 30 anos, dará a luz em fevereiro, ao lado do seu esposo, Thomas. Os dois nasceram mulheres e realizaram cirurgia para mudança de sexo.
JC Online
Oportunamente, o caso me faz lembrar a viagem do filho de um matuto nordestino a Brasília. Ao retornar, pergunta-lhe o pai: - O que você viu em Brasília, meu filho?
Aí, o menino: - Eu vi Roberta Close, papai.
- E como era ela?
- Coloca batom na boca,
coloca esmalte no pé,
quer ser mulher, mas não pode,
quer ser homem, mas não é.
Difícil é saber quando esses carinhosos mamutes estão ovulando normalmente ou eventualmente "grávidos". Curioso também seria saber qual a posição anatômica que utilizam para fazer xixi. Pois se optam por fazê-lo como se fossem homens, vão ter que usar o BIDÉ - aquela bacia oblonga para abluções íntimas - para se banhar. Sua cama (deles) deve ser de material inquebrantável, principalmente se forem dados a remelexos e posturas sensuais. Enfim, embora ninguém tenha nada a ver com isso, o mundo só emite opinião, porque o assunto está estampado na internet.
Aquele gorduroso abraço!
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, January 26, 2010

A poesia é essencial


BRISA
Vamos viver no Nordeste, Anarina.
Deixarei aqui meus amigos, meus livros, minhas riquezas, minha vergonha.
Deixarás aqui tua filha, tua avó, teu marido, teu amante.
Aqui faz muito calor.
No Nordeste faz calor também.
Mas lá tem brisa: Vamos viver de brisa, Anarina.
Manuel Bandeira

Sunday, January 24, 2010

Vão mexer nas cédulas do Real

Esta é uma prova de que o Brasil é um país de aparências. Antes de mexer nas notas de Real, quanto à sua luminosidade, natureza do papel e tamanho, era preciso tentar erradicar a maneira de lidar com o dinheiro, que é uma herança maldita entre os brasileiros. Herança ibérica de abundância e desperdício, a relação exibicionista que temos com o vil metal, a confusão que fazemos entre NECESSIDADE e DESEJO. O dinheiro para nosso povo é uma forma de exibir riqueza e poder, mesmo que isso seja totalmente falso. Daí, a supervalorização daquele que TEM, em detrimento daquele que É. Depois, a escravização do cidadão comum pelos recursos midiáticos do consumismo. Uma maldade, um descaminho de natureza sociocultural que leva todos a se sentirem embaídos por protótipos de felicidade que, uma vez inalcançados, geram depressão, corrupção e morte. E quanto ao fato de mudarem a cédula para prevenir falsificação, é mais uma enganação. Já assistimos a esse filme antes. Falsificadores de cédulas são conhecidos de todos. Dependendo de onde residam, podem ser vizinhos de um gari, ou de uma autoridade qualquer. Melhor seria botar moral na sonegação de imposto e no destino da arrecadação, para não sermos um país rico e fazedores de pobres.
Boa sorte e bons negócios!
Sosígenes Bittencourt

Retrospectiva

(Há 21 anos)
Previdência anuncia fim das filas de pagamento. O aposentado teme que não haja mais pagamento.
O beijo entre os atores da TV Globo é real; falso é o emprego do pronome oblíquo.
É melhor usar anticoncepcional agora do que comprar enxoval de bebê daqui a nove meses.
Pior, quando a mulher, cansada do defeito físico do marido, atira-se num homem moralmente defeituoso.
O alcoólatra sempre encontra um motivo para beber. Um bebeu para comemorar a resolução de ingressar no A. A.
(Janeiro - 1989)
(Há 20 anos)
Não faça do seu sexo um alvo de Pensão Alimentícia, o mantenedor poderá ser você.
A Justiça é cega, mas os homens é que não enxergam o Direito.
A insônia dos ladrões é o grande pesadelo dos guardas-noturnos.
Paguei tão caro por um galeto que perguntei se havia comido a galinha dos ovos de ouro.
Filhos de diplomata deixam de agir diplomaticamente e são presos pela polícia sem a menor diplomacia.
(Janeiro - 1990)
Sosígenes Bittencourt

Saturday, January 23, 2010

O borracheiro e a cabeleireira

Crime revoltante foi esse perpetrado em Belo Horizonte, onde um borracheiro ameaça a ex-esposa de morte, ela busca proteção na Justiça e termina assassinada, exatamente, por falta de socorro. É a vida à mercê dos perversos e desvairados. O mundo inteiro está assistindo ao crime, porque fora gravado por uma câmera instalada no interior do salão onde a vítima trabalhava. Observe-se a ameaça do criminoso, gravada e anexada ao inquérito policial:
Não vou aceitar perder minha casa. Se perder, você vai estar debaixo da terra. Está decidido isso. Já não vou trabalhar mais. Vou tocar uma vida de vagabundo. Se eu perder minha casa, vou te matar”.
Agora, imagine o desespero da vítima, na denúncia feita à polícia e também gravada:
Tenho uma intimação que a juíza expediu por causa do meu marido, que me agrediu. Eu o levei na Lei Maria da Penha. Era para ele ser expulso de casa. O oficial veio, tirou de casa, só que ele está aqui e ainda está me ameaçando.
As explicações dadas pelas autoridades que deveriam ter tomado as providências necessárias não convencem nem uma criança. Por isso que existe linchamento, porque as pessoas não confiam na Justiça.
Indagado se se arrenpedera, respondeu o borracheiro:
"Não sei."
Não foi em vão que o psiquiatra Rubens Coura publicou livro e deu entrevista às páginas amarelas da revista VEJA, afirmando que paixão é loucura. Em Apoti, Pernambuco, a mulher que teve a mão decepada pelo marido está morando com ele. Por isso, há muito deixei de assistir a filme de terror. A realidade cotidiana é Oscar perante a ficção.
Sosígenes Bittencourt

Friday, January 22, 2010

Fala, Vitória

Zona nas Zonas Rural e Urbana
Antigamente, a Zona Rural era lugar de gente pacata e trabalhadora. Podia-se dormir com as portas escancaradas. Hoje, é uma "zona" na acepção meretrícia e ladravaz da palavra. Antro de meliantes e prostituição, ao ponto de abrigar pedófilos e encampar récua de desordeiros. O forró é eletrônico e o coco é de roda. Outro detalhe, são os novos loteamentos que nasceram em Vitória, desses que fazem abraçarem-se Lídia Queiroz com Nossa Senhora do Amparo e Jardim Ipiranga. O desassossego é tão grande que até Redenção perdeu a propalada tranquilidade. Até a década de 90, quando frequentei a venda de Maria dos Bonecos, nunca vi ninguém dar uma tapa num gato. Os 'papudinhos' resmungavam e dormiam pelas calçadas na Paz do Senhor.
Já, quanto a Dr. Alvinho, penso que se você respirar fundo, cai embriagado. Todo dia, a polícia leva um rebocado para a Delegacia, por conduzir crack e maconha no cós da calça. Confesso que conheço famílias e frequentei a Vila dos Ferroviários, entornei cerveja gelada, dei viva a São João e nunca vi ninguém pitando marijuana na frente da ferrovia. Mas, os crentes do bairro já diziam, naquele tempo, que o mundo estava perto de se acabar.
Boa sorte e aquele abraço!
Sosígenes Bittencourt

Monday, January 18, 2010

Lenga-lenga sobre piso salarial

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) está contestando o Piso Salarial dos professores, dizendo que o valor é de R$ 1.312,85. E não adianta tentar ludibriar os professores, porque, respaldados na lei, eles sabem matematicamente o que estão dizendo. A indignação é geral porque não se trata de grande coisa para quem é responsável pela educação num país tão carente de educação. É certo que, sem amor, não se pode exercer qualquer profissão com sucesso nem atingir as metas desejadas, mas sem remuneração digna, o desestímulo compromete a eficiência. Por isso que há professores fazendo de contas que ensinam e alunos fazendo de contas que estudam, porque o estado faz de contas que paga. É uma ópera bufa mal encenada, um sapateado sobre o piso. Talvez, porque educação não renda dividendo eleitoral. Aos olhos dos abilhudos, é dinheiro jogado ao léu.
Em Brasília, por ocasião de representar o Sindicato dos Previdenciários de Pernambuco, tive a ousadia de discursar que o Brasil vivia uma DEMOCRADURA, ou seja, uma Ditadura travestida de Democracia, onde o Executivo legisla pelo Legislativo e julga pelo Judiciário. É quem manda. E a maneira de mandar é concedendo a total liberdade de todos legislarem em causa própria. Por isso, não há nada mais fácil de ser provado do que a incapacidade de pagar piso salarial, porque não há nada mais fácil de ser acatado. É uma verdadeira esculhambação!
Sosígenes Bittencourt

Sunday, January 17, 2010

Quadro de Frases


Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina

O Haiti é ali

O Haiti é ali. Obviamente, não pela proximidade geográfica, mas cibernética. A internet só nos falta fazer sentir o mau cheiro dos mortos, dos soterrados sob as ruínas do tremor geológico. Não o idioma, mas entendemos os seus gemidos.
Diz que Cristóvão Colombo, corajoso e enxerido, boiando sobre mares nunca d’antes navegados, chegou ali em 1492.
Com 9 milhões de moradores, sua Capital é Porto Príncipe, com 2 milhões.
Os índios arauaques e caraíbas fuxicam que os primeiros inquilinos chegaram há mais de 7 mil anos no lugar.
Mas, há algo pior do que o terremoto de 7,0 graus na escala Richter: os dirigentes do Haiti.
Na foto, dois haitianos arengam por causa de alimentos.
Difícil saber quem ainda é descendente de nativo haitiano no Haiti, de tanta escravidão e assassinato, que extinguiram tantos ali. Lugar onde todo mundo manda, embolando de mão em mão, entre espanhóis, franceses, americanos, parece casa de mãe joana, antro de corrupio. Basta saber que, de 20 governantes que se sucederam no poder, entre os séculos XIX e XX, 16 foram defenestrados e assassinados. Outro dia, um missionário contou na televisão que autoridades e civis vendem doações, o que dificulta até praticar o bem ali.
É no Haiti, onde se pratica o Vodu, acusada de espetar boneco para provocar dor e morte em suas vítimas.
A figura mais falada no Haiti é o médico François Duvalier, eleito presidente, em 1957, que implantou Ditadura e danou-se a perseguir a Igreja Católica. Sua guarda pessoal era formada pelos tontons macoutes (bichos-papões), que fazia maldade com o povo. Conhecido como Papa Doc, Duvalier bateu a biela em 1971.
Quando os brasileiros foram jogar ali, um dia desses, ninguém ficou em casa. Os crioulos saíram correndo pelo meio da rua, parecendo que iam encontrar os deuses do Olimpo. Agora, por cima de tanta desgraça humana, vem um terremoto e sepulta mais de cem mil moradores, como se a natureza chamasse o Haiti à atenção.
E ninguém pode nem mangar, pois aqui e ali, por causa de corrupção e falta de educação, também tem Haiti. No Brasil, há um Haiti. Fedendo. Gente amontoada, mijando e fazendo cocô sem tratamento de esgoto. Gambiarras, lata d’água na cabeça, desabamentos, enchentes, soterrados e naufragos arrastados pelo roldão das águas.
Só Deus!
Sosígenes Bittencourt

Friday, January 15, 2010

Revelações de apego a Marilia Santana de Olinda

Saudades sinto eu cá de ti,
Marilia Bela! Olinda Marilia!
De domingo a domingo, ao sol a pino,
aos eflúvios da noite,
dia a dia, ano após ano,
mar(ilia) arejada a oceano,
sonoplasticamente adornada pelo troar das ondas,
minha atlântica capricorniana.
Cerúlea, matinal, marítima, noturnal.
Sideral criatura, doce e sal, mar e sol,
crepuscular criatura, meu arrebol...
Graças, Marilia Bela!
Graças por sua estrela!

Bons finais de semana, Marilia Bela!
Boas manhãs, boas noites, entardeceres de paz!
Felizes Natais e Prósperos Anos Novos!
Bons Carnavais! São Joões maravilhosos!
Graças, Marilia Bela!
Graças por sua estrela!
Sosígenes Bittencourt

Thursday, January 14, 2010

Estudando Português

Por exemplo: Em vez de estudar, ficou brincando com os amigos.
Em vez de ir ao cinema, fui ao teatro.
2) "Ao invés de" indica algo inverso, contrário. Essa expressão supõe uma "oposição".
Por exemplo: Ao invés de ligar os fios na tomada, desligou-os.
Descemos, ao invés de subir.

Tuesday, January 12, 2010

Quadro de Frases


Com celular, fica CLARO que você tem que ser VIVO e não dar um OI a estranho, TIM, ou não?
Sosígenes Bittencourt

Dermatite e Contato

Um dia, eu tive uma dermatite de contato. Pensava que era um caso sem remédio, quando tive um contato com o remédio: Dra. Kátia Alves. Lá na Rua Melo Verçosa, lugar onde fui adolescente e inalava o cheiro das flores do Colégio Nossa Senhora das Graças. Naquele instante, Kátia era a flor, uma graça, dispensando exames, diagnosticando com o seu olho clínico e me remetendo ao tratamento. O assunto girou mais em torno de astrologia, paixões humanas, vicissitudes da vida, do que mesmo sobre problemas de pele. Apesar de Jean Cocteau haver dito que "O corpo é um parasita da alma".
Foi preciso uma dermatite de contato, para ir-se a dermatite e eternizar-se um contato.
Sosígenes Bittencourt

Monday, January 11, 2010

Clássico Vi-Ver

Criatividade foi o que não faltou àquele que batizou a contenda entre os times de Vitória de Santo Antão, no Campeonato Pernambucano de Futebol, de Clássico Vi-Ver. Um espetáculo! Vamos ver se quem viver, verá clássicos.
De antemão, devo dizer que, apesar de fazer parte da Diretoria do Vera Cruz, torço pelo sucesso de ambos.
Gosto da postura do ex-jogador vitoriense Fernando Nogueira, à frente da direção do Vera Cruz. Além de haver sido um dos melhores jogadores nascidos em Vitória, é traquejado no assunto e dedicado à causa que abraçou. Quando voltou da Europa, depois de tomar um banho de civilização no Velho Mundo, enxergou no meu trabalho de difusão cultural uma grande obra. Desde então, patrocina o meu projeto e conta com o meu apoio total e irrestrito ao Vera Cruz Futebol Clube. São trabalhos de valor que há em Vitória e devem ser preservados.
Forte abraço!
Sosígenes Bittencourt

Sunday, January 10, 2010

www.semdinheiro.com.br

Vocês sabem como é o site do liso? www.semdinheiro.com.br
Todo ano é a mesma celeuma. Por causa das extravagâncias de dezembro, o liseu de janeiro. E tudo mais pela aparência. Tem gente que deixa de comer para andar na moda. São as maléficas influências do consumismo, inculcado pela mídia. Antigamente, pobreza era passaporte para a bem-aventurança. Hoje, se você chamar um animal de pobre, pode tomar um tiro na cara. Já vi uma mulher com a perna quebrada, porque se acotovelou numa fila para pegar um kit de Carnaval. Era o kit-quebra.
O meu avô paterno dizia que 'quem come sem conta, morre sem honra'. Todo mundo sabe ganhar um dinheirinho, mas poucos sabem gastar. Ninguém é rico pelo que ganha, mas, sim, pelo que gasta. Quem pretender usufruir paz financeira tem de aprender a poupar. Poupar significa economizar; economizar significa renunciar, e renunciar implica autocontrole. É lógico que, quem controla hoje, terá reserva amanhã.
Sosígenes Bittencourt

Friday, January 08, 2010

Caso sem remédio

"Uma lei proibindo que profissionais de saúde da Prefeitura do Recife usem jalecos e aventais fora do local de trabalho tem causado polêmica na cidade. Sancionada anteontem pelo prefeito João da Costa (PT), a nova legislação tem como objetivo evitar que médicos, enfermeiros e demais servidores da área exponham a vestimenta a germes e voltem às unidades de saúde."
(Jornal do Commercio, 07/01/2010)
É inegável que trata-se de preocupação pertinente. Contudo, seria muito bom que o grande problema da assistência médica fosse jalecos e aventais desfilando por ruas e avenidas. Pior, são doentes empilhados em corredores, ora desfilando ensanguentados a bordo de macas improvisadas, trânsito interrompido em rampas hospitalares, médicos sobrecarregados, unidades médicas sem recursos de atendimento, etc, etc, etc... Ultimamente, ficamos sabendo que, em Pernambuco, há um médico para cada 74 mil idosos. Quer dizer, se o idoso procurar um hospital, estando bom, sairá doente. É caso sem remédio.
Sosígenes Bittencourt

Thursday, January 07, 2010

João Caboclo e o pidão

Quem conta essa história é Caneta, o filho de João Caboclo.
Diz que João Caboclo, sujeito trabalhador e sério, estava contando dinheiro na mercearia, quando entrou um pidão: - João, me dá um dinheiro aí!
Aí, João: - Me diga onde estão dando dinheiro, que eu vou com você.
Como o pidão insistiu, seu João engatilhou o revólver, mirou-lhe o focinho e perguntou: - Você quer sair andando, ou quer que alguém lhe carregue?
Sosígenes Bittencourt

Dinheiro público pelo ralo

Apesar de José Sarney, encastelado na presidência do Senado, haver prometido diminuir gastos da Casa, se gabando de alinhavar reforma administrativa, a folha de pagamento dos funcionários do legislativo, só de hora extra, encareceu 3,7 milhões a mais em relação ao ano passado. Quer dizer, a “reforma administrativa” não reformou, deformou.
Se os nossos “representantes” não solucionam os cruciais problemas da nação nas horas normais, o que fazem nas horas extras? Essa brincadeira com o dinheiro público expõe o trabalhador de classe média à humilhação e transforma em meliantes os que não têm juízo. É a pedagogia da impunidade que deseduca o povo e funda as empresas de assalto. Aliás, a paronímia contém a graça da lógica: Im(u)nidade Parlamentar é Im(p)unidade Parlamentar. Tá ligado?
Feliz 1010!
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, January 05, 2010

Quadro de Frases

Enchentes e estiagens são o resultado de fogo no ar e lixo nas águas.
Sosígenes Bittencourt

Fuleiragem Music

Depois me chamam de "língua ferina", quando solto minhas ironias pra cima dessas músicas que depreciam os órgãos genitais femininos, como Lapada na Rachada, além de discriminar a fêmea, com um machismo cangaceiro, sem a menor interferência. A mulher não poderia jamais aplaudir música que a relega ao patamar de prostituta e outras sacanagens existenciais. A fuleiragem music é uma excrescência que discrimina, quando o mundo clama por igualdade de tratamento, respeito e justiça.
Machado de Assis dizia que "Toda cidade tem de ter um louco para chamar as pessoas à razão." Já não estou sozinho. Esse louco pode ser José Teles, crítico musical do Jornal do Commercio. Portanto, arraste a barra de rolagem e observe o que ele diz logo abaixo, em sua crônica "A música dos valores perdidos".
Sosígenes Bittencourt

A música dos valores perdidos

“Tem rapariga aí? Se tem levante a mão!”. A maioria, as moças, levanta a mão.
Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas bandas do gênero). As outras são “gaia”, “cabaré”, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
Aqui o que se autodenomina “forró estilizado” continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem “rapariga na platéia”, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção ?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é “É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!”, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.
José Teles

Sunday, January 03, 2010

Fala, Vitória

Trios e estridência
Um amigo me telefona e, dentre outros assuntos, aborda a questão dos triozinhos elétricos em Vitória de Santo Antão. Diz que um daqueles vendedores, quando o viu, aumentou acintosamente o som do brinquedo, o que gerou um bate-boca, com promessa de denúncia na OAB, uma vez que o cidadão está cursando Direito. Data venia, já está passando da hora das autoridades tomarem uma providência quanto a esse barulho estridente na cidade. Sabemos da necessidade de trabalhar que têm os desempregados. Contudo, o trabalho de uns não pode atropelar o direito de outros. Assim, os necessitados que vendem maconha e crack pelas esquinas não deveriam ser molestados, porque estão sem emprego. Isto é tertulia flacida ad bovinus adormentare, ou seja, conversa mole pra boi dormir. Sábado mesmo, eu caminhava pela rua Primitivo de Miranda, quando me deparei com um playboy vendendo CD num triozinho daqueles, gritando para os transeuntes: - Vamos namorar e tomar uma, que o mundo vai se acabar na gaia! E gaia é feito macumba, só pega em quem acredita!
E aí, eu pergunto: Será que não daria para aquele vendedor de fuleiragem music trabalhar sem filosofar?
Sosígenes Bittencourt