Se a diabólica Sílvia Calabrese Lima sofre das faculdades mentais, o que dizer de sua mãe, seu filho, seu marido e a mãe biológica da menina, que assistiam de camarote à carnificina que estavam praticando contra aquela pobre e indefesa criatura? Será que todos são loucos, todos foram torturados na infância e enlouqueceram? Onde está a sensibilidade, a indignação desses estranhos seres humanos? Coitada da vítima, encurralada por tantos algozes ativos e passivos. O perdão de Sílvia, em meio a lágrimas, não diminuirá sua culpa nem servirá de atenuante para 3 décadas de prisão que lhe estão reservadas. Na realidade, não se trata de uma congregação de doidos, mas de um complô de carniceiros, de manicacas de Satanás. Tanto que mentem descaradamente. A empregada nem parece ter alma de mulher, conivente e participante ativa das torturas. Será que dona Sílvia a hipnotizou? Vanice Maria Novaes, de 23 anos, é um abutre do lar. Nem a mãe de Sílvia, a bruxa Maria de Lourdes, com 82 anos, já com a existência praticamente vencida, deu um pio. E como mente a doadora biológica, Joana D’Arc da Silva, ao dizer que jamais notou marcas de sevícia na menor. A língua pepinada de alicate, as unhas arrancadas, o pânico em sua pupila. Segundo estudiosos, pedofilia não tem cura. Desalmados que abusam de crianças ou não se apiedam do seu sofrimento, não podem conviver em sociedade. O que nos leva a concluir que dona Sílvia não chora de arrependimento pelo que fez, mas pelas conseqüências advindas. Enclausurada, abominada pelo povo e ameaçada de morte. Uma vez instrumento do Diabo, agora sua presa. E que ninguém brinque de libertá-la, como fizeram com Malhado, em Limoeiro-PE, a rapina da pequena Laís, que a estuprou em vida e post mortem, pedófilo e necrófilo, posto nas ruas, apesar de laudo psiquiátrico contrário à sua liberdade condicional. Foi-se o tempo em que todo adulto era pai de toda criança.
Sosígenes Bittencourt
Sosígenes Bittencourt