Monday, March 03, 2008

Não ria se puder



Em fevereiro, mais precisamente no Carnaval, estava chupitando uma loirinha gelada na companhia de uma boneca, numa barraca de cachorro-quente, quando sentou-se um septuagenário, bêbado e mal-amanhado, numa mesa ao lado e começou a se amostrar:
- Eu conheço a letra A... Eu conheço a letra A...
Capenga e meditativo, balbuciando coisas que ninguém entendia, de repente alterava a voz:
- Eu conheço a letra A... Eu conheço a letra A...
Pensando em me livrar do incômodo, formulei-lhe uma pergunta: - Diga uma palavra com a letra A.
Balançou-se pra lá, balançou-se pra cá, mastigou-se todo, deu uma cusparadinha linguodental e:
- A de aIvião!
rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
Animadíssimos com a risadagem e a carnavalização, arriscamos novamente:
- Diga outra palavra com a letra A:
Capengou pra lá, capengou pra cá:
- A de amEnhecer!
rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrssrs
- Bom, cidadão, para terminar, diga a última palavra com a letra A, que eu lhe pago uma cachaça para o senhor ir embora.
- A de... A de... A de... A polícia!
Como a menina deu uma gaitada que quase tinha uma turica, pedi encarecidamente a conta, coloquei-a debaixo do sovaco e dei o pira.

Sosígenes Bittencourt

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