Monday, July 23, 2012
Filho indesejado
Em cima de filho
indesejado, nada mais inútil do que chibata moral e desespero. Justamente
porque filho não programado é geralmente fruto de emoção desenfreada, apetite
incontido. O procedimento deve ser sempre a preservação da serenidade em busca
da razão, embora tardia, para solucionar questões do passado. A vida ensina que
no passado nem Deus põe a mão. O passado contruído pelo homem é “vontade
permissiva de Deus”.
Se filho
indesejado é resultado de liberdade desenfreada, por que desespero para
consertar loucura? Antigamente, quando um menino trelava excessivamente e fugia
ao controle era chamado de “desesperado”. No dia em que “desespero” pagar
compromisso, eu o aconselharei para sanar dívidas.
Logo, a primeira
atitude racional deve ser identificar o pai da “arte”, uma vez que a mãe está à
nossa frente com o fruto no ventre. Não adianta arrumar pai para menino e adiar
uma questão que será um dramalhão no futuro. Essa questão de dizer que pai é
quem cria é deslavada mentira. Pai é quem fecunda óvulo, quem cria é
mantenedor. Agora, se o mantenedor é zeloso e ama o enteado, merece ser amado,
é outro detalhe. Se o pai é um sem-vergonha de marca maior, e a mãe engravidou
por distração carnal, não assumindo os seus atos, não merecem ser amados, o que
nem sempre acontece. Merecer não é sinônimo de recebimento, gratidão. Às vezes,
o sujeito cria o alheio e recebe pontapé no focinho. Em suma, a vida estará
sempre acima de tudo. Todo expediente em favor da vida será bem-vindo, e todo
expediente contrário à vida será pecado.
Ainda em relação à
paternidade, em caso de dúvida, a ciência entrará com o DNA, ninguém merece não
saber quem é o seu pai, mesmo que o reprodutor não seja um anjo. Mentira tem
pernas curtas e as más-línguas irão fuxicar. Portanto, é momento de buscar a
razão, que não foi convidada no instante do desespero. Razão é reflexão, e
reflexão é mais lenta que emoção, precisa de serenidade. Desespero é emoção,
que, por associação, deve ser evitado. E, para não resvalar para o discurso
moralista, a chibata moral, que de nada serve nesse instante, o conselho é o
seguinte: Sexo é a coisa mais gostosa do mundo, mas fazer menino não tem nada a
ver com isso. Haja vista que masturbação não gera coisa alguma e a macacada
pratica desde a grande descoberta. Filho é vida, é universo, é criação, tem de ser
programado, fruto do amor, que é racional. Quando for fazer sexo para sentir
prazer, faça a munganga, não faça menino, ninguém é mais ingênuo como
antigamente, não estamos mais na era da cegonha. Use a liberdade, preservando a
devida segurança. Afinal, segurança sem liberdade é escravidão, mas liberdade
sem segurança é loucura.
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