A
agremiação do Corinthians ia viajar para Dubai, onde faria escala, para disputar
o Mundial de Clubes no Japão. A torcida, impelida por uma odiosa alegria,
resolveu acompanhar o ônibus que conduzia os jogadores, da sede até o aeroporto
de Guarulhos. Ninguém sabia o motivo de tanto tumulto. Não era um jogo, e o
adversário estava do outro lado do mundo. A baracafusada era tão grande que a
Polícia precisou acompanhar o cordão dos desvairados. A avenida ficou intransitável
e havia torcedor se equilibrando em cima de ônibus. Era difícil distinguir quem
era sadio e quem era doido, na avalanche da emoção.
Quando
o avião ganhou os ares, conduzindo os mitos corinthianos, o exército de
torcedores invadiu o aeroporto e danou-se a gritar, abanando faixas e bandeiras
na cara de quem não tinha nada a ver com a história. Aí, a Polícia perdeu a
paciência e detonou bombas de efeito moral nos imorais. E não adianta nenhum
torcedor palmeirense, santista nem de outra tendência mangar que é tudo de uma
laia só. O que não dá para entender é por que os sadios não se tocam e saem abraçados
com os insanos. E também como se permite tamanha festança sem nada para
comemorar. O vandalismo é consentido e ainda chamam de direito democrático.
Tudo mentira. O espetáculo é exatamente o contrário, é total falta de respeito
ao direito democrático de quem, por lei, deve ser respeitado.
Sosígenes
Bittencourt
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