Que menina
bonitinha, meu Pai do Céu. Que belezura! Eu queria ser um Don Juan.
Dá vontade de
comprar uma passagem de avião e me danar no meio do mundo. Ir margeando o
Oceano Atlântico, enguiçando montanhas e rios,
entre acolchoados de nuvens, quer o sol a alumiar, quer a lua prateando, e as
estrelas piscando lá no fundo do universo.
Kaise foi morar em Santa Catarina e eu fiquei aqui em Vitória de Santo
Antão. O meu consolo é que é tudo santo, tudo milagroso.
Vai morrer bonita, minha princesa. Pena que eu não poderei violar o seu
túmulo, sepultar-me ao seu lado, porque já estarei no horizonte eterno. Mas,
tem o outro mundo, o mundo das almas. Um mundo alvo, cheiroso, de amor sem
ciúme, todo iluminado, para a gente viver em paz. Quem sabe nos encontramos
pelos labirintos do infinito? E ela me responde: Quem sabe?
Aí, eu, todo enxerido: Posso postar minha declaração de amor, minha
dondoca?
E ela me responde: Você tem carta branca, professor. Eu estou solteira e
sem namorado.
Aí, eu, abestalhado de amor, vou revelando minha gostosa dor. Dá até vontade
de me amostrar, falando em inglês: While there’s life, there’s hope. (Enquanto
há vida, há esperança).
Sosígenes Bittencourt
Sosígenes Bittencourt
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