Duas mulheres revelaram, esta
semana, que jamais apoiariam o impeachment de Dilma, pois recebiam Bolsa-Família.
Uma delas, inclusive, salientou que votou em Dilma com medo de Marina Silva,
porque Marina ameaçou cortar o benefício.
Indagada se ela conseguiria
sobreviver com o Bolsa-Família, responderam que “não”, mas que, sem ele, seria
pior.
Ora, nenhum cidadão de vocação judaico-cristã seria
contra qualquer benefício financeiro concedido, pelo governo, ao povo. Contudo,
os beneficiados pelo Bolsa-Família não compreendem que o auxílio é um anzol
para pescaria de voto e não avaliam os malefícios causados pelo desmoronamento
dos serviços públicos.
O nível de percepção de nosso povo é muito
prejudicado pela falta de educação. Daí, muitos, esquecerem a dignificação do
trabalho e se agarrarem ao Bolsa-Família como último galho ressequido em meio a
uma inundação.
Esta observação, não obstante, não incrimina
unicamente Dilma Roussef, mas todos que procederam ou procedem desta forma. Por
exemplo, se Michel Temer e Aécio Neves estão de tal forma animados com o
impeachment de dona Dilma, por que não cortam os benefícios que julgam eleitoreiros
e mantenedores da miséria e anunciam investir em Educação, Segurança e Saúde,
para enfrentar as urnas como cidadãos que dignamente resgataram o povo dos
crimes cometidos pelo PT? Fica a indagação.
Sosígenes Bittencourt
2 comments:
Neste momento, o eleitor é um mero espectador, assistindo ao espetáculo sem nada entender nem poder de decisão. Portanto, é momento para profunda reflexão à procura de saber o que subjaz a esta tremenda confusão e como safar-se deste labirinto?
Eu não sou contra Bolsa-Família, eu sou contra a liberdade que o presidente, ou presidenta, tem de dar pedalada fiscal, cometendo crime de responsabilidade, previsto por Lei, deixando de repassar o dinheiro do orçamento para bancos públicos, contraindo dívidas impagáveis, para resgatar com o nosso sacrifício. Se qualquer eleitor deixar de pagar os seus compromissos, estará sujeito a ser crucificado, e por que político tem de ficar eternamente impune? Não é o caso, exclusivo, de Dilma Roussef, mas de todo governante que comete, cometeu ou cometerá semelhante crime. Por isso sou a favor do esvaziamento gradativo do congresso, via apuração de corrupção, possibilidade remota num país onde os políticos não lutam por justiça, mas para se perpetuarem no poder. Eu não sou defensor de Hobin Hood, que roubava dos ricos para dar aos pobres, sou a favor de seriedade no trato com o Imposto de Renda, taxar as riquezas e, de forma transparente, contabilizar o dinheiro e aplicar na extinção da miséria e redução da pobreza, investir naqueles que não têm poder de competitividade numa economia liberal-democrática.
Se Fernando Henrique Cardoso tivesse sido defenestrado do poder pelos mesmos erros cometidos pelo PT, talvez tivesse havido mais cautela por parte do sucessor. A impunidade de Fernando redundou na preservação dos mesmos vícios. A corrupção brasileira não é uma invenção do PT, ela remonta à era cabralina e jesuítica do padre José de Anchieta e revela-se como traço cultural do nosso povo. Se Dilma não tivesse sido reeleita, não teria sido diferente com Aécio Neves.
A veracidade do que digo, iremos observar durante o governo, via impeachment, instalado. Daqui para dezembro, a previsão é de 13 milhões de desempregados no país. Recessão não é um mal que se trate com discurso nem em curto prazo. As explicações dadas pelos ministros recém-empossados são eivadas de pigarros e é-é-é, uma algaravia incompreensível pelo comum dos mortais, o que manterá o eleitorado nas nuvens. Contudo, os efeitos corrosivos e danosos da inflação e do desemprego, a classe média sentirá na carne. Quem viver, verá.
Há duas mentiras que ouço desde que vim ao mundo: O Brasil é o país do futuro e o mundo vai se acabar, nem o futuro chegou nem o mundo se acabou, e eu me acabando. A corrupção é um traço cultural do nosso povo, e os políticos saem do nosso povo, levando a corrupção ao poder. Ela está no procedimento da raça, entranhada, e sem educação doméstica pactuada com a educação escolar, como fizeram para reconstruir os países asiáticos esfacelados pelas guerras, morreremos e jamais iremos ver quadro diferente do que sempre vimos.
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