Às vezes, eu sou acusado de meter o bedelho onde não sou convidado. Mas, matutando sobre o ENEM e outras práticas examinadoras e educativas, observo alguns aspectos que preciso desembuchar. Por exemplo, nunca entendi por que tanto assunto no crânio de um aluno de Ensino Médio. Ademais, a profundidade com que são cobradas as matérias, a exigir raciocínio em nível universitário. O adolescente não pode com tanta coisa. Obviamente, não me refiro a gênio nem excepcional, falo sobre o comum dos mortais. Nem mesmo um universitário é pressionado a armazenar tamanha salada de conhecimentos. E para dirimir qualquer dúvida sobre o que denuncio, eu pediria aos fazedores de jornadas vestibulares que se submetessem a essas sabatinas e publicassem suas notas. Já meditaram?
Sosígenes Bittencourt
1 comment:
Por exemplo, colocam, no domingo, Linguagens e Códigos com Matemática. Todo mundo sabe que Português e Matemática sempre foram intrigados, gato com rato nos hemisférios cerebrais do aluno. Tanto que, antigamente, se perguntava ao estudante: “Você gosta de Português, ou de Matemática?” Penso que o ensino está se transformando numa salada indigesta, dificultando o aprendizado. O que mais importa no ensino é o aprendizado. Se o aluno não aprendeu, de que valeram as aulas? Há queixa de que as provas foram longas, as perguntas complexas, etc, etc. Se o objetivo é a comunhão entre as matérias, a desorganização só promoverá desunião. É melhor estudar menos e aprender alguma coisa, do que estudar tudo e não aprender nada. Afinal, o aluno precisa conhecer as matérias, ou precisa estar preparado para matar a charada das questões?
O filósofo e jornalista Olavo de Carvalho, que hoje reside nos Estado Unidos, afirmou, por experiência própria: A condição mais óbvia para o desenvolvimento da inteligência é a organização do saber.
Professor é aquele que ensina, não é o que sabe o que ensina, mas o que sabe transmitir o que sabe. Aluno é aquele que aprende, ou seja, aluno na escola e estudante em casa. Não haverá aprendizagem, se o professor der aula, e o aluno não aprender. Um médico não opera milagre quando o paciente não quer se tratar. A organização está na competência de um e na vontade do outro. No Brasil, o difícil é ser fácil.
Post a Comment