A morte
do poeta ludovicense Ferreira Gullar semelha o desmoronamento de um monumento,
ou o emudecimento de um pássaro que perdeu o poder de cantar.
O poeta
escreve sempre mais do que imprime, ou seja, há mais poema na alma do que
impresso. É esta a impressão que nos passa, a de que, quando o poeta passa, a
poesia passa. Muito embora, a poesia não seja feita quando o poeta queira, mas
quando a inspiração o possui, uma espécie de transe.
Portanto,
houve muito mais poesia nos dias de Ferreira Gullar, do que nos livros que
escreveu. E escrever é um ato em favor da memória - escrever para não esquecer.
A
romancista cearense Rachel de Queiroz dizia que “Toda morte é um prejuízo, mas
a morte de um poeta é uma agressão ao patrimônio humano.”
Quando
Manuel Bandeira faleceu, o seu poeta e amigo Carlos Drummond de Andrade
escreveu: Agora, Manuel Bandeira é pura poesia profundamente.
Eu
diria que:
Essa história de ser poeta é
dom.
Um bom dom.
O poeta não faz poesia com as flores,
com o mar,
com o céu,
sem a intenção de que você
habite sua poesia.
Ou seja,
sinta o aroma das flores,
a imensidão do mar,
o mistério do infinito.
Sosígenes Bittencourt
Um bom dom.
O poeta não faz poesia com as flores,
com o mar,
com o céu,
sem a intenção de que você
habite sua poesia.
Ou seja,
sinta o aroma das flores,
a imensidão do mar,
o mistério do infinito.
Sosígenes Bittencourt
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