Não
seria de estranhar violência no Carnaval de qualquer cidade que se embriaga,
ouvindo música que trata a mulher como objeto sexual. Uma “lapada na rachada”,
ou seja, a comparação do coito com uma carnificina. E a mulherada põe óculos
escuros, mira o smartphone e se requebra para o mundo, como se estivesse num céu
aberto. É o culto à “bundomania”
nacional com o quadril em rotação sexual. Os decibéis são ensurdecedores para
ninguém ter que parar para pensar. É proibido sofrer, e refletir sobre o que se está fazendo,
pode suscitar constrangimento. Nada é feito para espantar a tristeza, mas para
escondê-la.
Este
discurso parece preconceituoso e de cunho moral, com ressaibos de puritanismo,
mas não é. Pergunte a uma senhora que perdeu o seu filho, e ela responderá: “Eu
disse tanto a meu filho que deixasse essa vida. Coração de mãe não se engana.”
No
tempo de eu menino, havia um ditado que concluía: Por trás de toda desgraça do
mundo, há três coisas, e, às
vezes, as três juntas: dinheiro, bebida e mulher.
Eu
acrescentaria que não são as três coisas em si, mas a maneira como aprendemos a
lidar com elas.
Você pode brincar Carnaval, não pode carnavalizar a
vida. Carnaval é uma festa, não é uma lei, é escolha, não é obrigação.
Brincar Carnaval não significa impor seu ritmo, sua vontade à vontade
dos outros, submeter os demais aos seus caprichos.
O Carnaval teve origem na Grécia, foi adotado pela Igreja Católica e popularizou-se na Europa sem nenhuma correlação com pornografia.
Pornografia é desrespeito e sempre será. Você não pode extrapolar os
limites de sua liberdade ao ponto de atropelar o direto do seu
semelhante. Ninguém pode estar obrigado a ouvir tudo que você queira
dizer ou fazer em qualquer lugar ou a qualquer momento. Sequer uma Música Clássica.
Se você desfilasse tocando Bach ou Beethoven, não estaria cometendo uma
pornografia, mas estaria obrigando o seu semelhante a ouvir aquilo que
ele não queria.
Respeito
ao próximo deve ser coisa ensinada na tenra idade e vivenciada no dia a
dia. Respeito quando é imposto, mediante punição, é sinal de que as
pessoas não foram educadas para respeitar. Por isso, tanta estranheza.
Proibir pornografia não tem a ver com CENSURA, tem a ver com RESPEITO. Zelar pela educação das crianças é questão até de Saúde Pública.
É que a Imoralidade no Brasil foi dessubjetivada, passando a fazer parte de nossa cultura. Por isso, tanto arrepio mediante sua proibição. Sosígenes Bittencourt
Eu
sou meio ruim de tristeza. Pelo contrário, carrego uma certa alegria n'alma
que, muitas vezes, confundem com falta de seriedade. Porque o importante não é
a tristeza que você sente, mas o que você pode fazer com a tristeza que sente.
Tristeza longa, duradoura é depressão. É caso clínico. Eu prefiro a tristeza
que é caso cínico. Dizia, o dramaturgo Nelson Rodrigues, que “não se faz
literatura, política e futebol com bons sentimentos.”
Por
exemplo, a tristeza, para mim, é motivo de literatura. Eu recebi um grande
conselho do poeta alemão Wolfgang Goethe: Faz da tua dor um poema, e ela será
suavizada.
Se
você acha que o seu namoro perdeu a graça, experimente relembrar o que você
fazia quando havia graça. Você chegava com o coração pinotando de desejo e
começava a cortejar a menina que você amava. Então, faça o movimento inverso,
comece a cortejá-la que o desejo irá aflorar. Escolha um lugar que tenha flores
e cante uma canção do seu tempo.