Não
seria de estranhar violência no Carnaval de qualquer cidade que se embriaga,
ouvindo música que trata a mulher como objeto sexual. Uma “lapada na rachada”,
ou seja, a comparação do coito com uma carnificina. E a mulherada põe óculos
escuros, mira o smartphone e se requebra para o mundo, como se estivesse num céu
aberto. É o culto à “bundomania”
nacional com o quadril em rotação sexual. Os decibéis são ensurdecedores para
ninguém ter que parar para pensar. É proibido sofrer, e refletir sobre o que se está fazendo,
pode suscitar constrangimento. Nada é feito para espantar a tristeza, mas para
escondê-la.
Este
discurso parece preconceituoso e de cunho moral, com ressaibos de puritanismo,
mas não é. Pergunte a uma senhora que perdeu o seu filho, e ela responderá: “Eu
disse tanto a meu filho que deixasse essa vida. Coração de mãe não se engana.”
No
tempo de eu menino, havia um ditado que concluía: Por trás de toda desgraça do
mundo, há três coisas, e, às
vezes, as três juntas: dinheiro, bebida e mulher.
Eu
acrescentaria que não são as três coisas em si, mas a maneira como aprendemos a
lidar com elas.
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