Tudo cai de moda. Lembro-me da minissaia, do yê-yê-yê, do namoro escondido. E por que não cairia de moda “campanha política”? Esse pessoal que ainda sai pelas ruas, correndo atrás de candidato e bradando os seus nomes, capaz de trocar porrada numa discussão, é gente que deve algum favor ou pegou o vírus da política. O fanatismo faz parte do animal racional. Mas, dizer que a imensa maioria dos mortais perdeu a tesão pela política, não tenha a menor dúvida. Lembro-me de que o Brasil já foi o país do futuro, hoje é o país do passado sem futuro. O país deveria ter se preparado, há 40 anos, para receber esse contingente populacional que hoje perambula sem saber para onde ir. Seria obra de estadista, que governa para a geração, não de político, que governa para a eleição. Essa política de manutenção da pobreza foi a grande causadora de todos os males. Quem quer tirar um povo da miséria, educa-o. Todas as mazelas de nosso povo advêm da falta de educação. Inclusive, a madrasta questão habitacional e de saneamento básico. Quem não sabe disso? O Brasil assiste ao assassinato de mais de 45 mil pessoas por ano, quando a ONU considera 15 mil, estado de guerra. Aí estão os nossos candidatos na corrida à presidência da República. Quem, de sã consciência, acredita que algum deles irá salvar a nação ? Se são os mesmos, é difícil acreditar numa reviravolta. Outro dia, o psicanalista Claudio Cohen, interrogado numa palestra, disse que o povo acha os políticos sem ética, no entanto não deixa de votar naqueles que considera sem ética. Haja vista a votação concedida aos espinafrados Fernando Collor e Paulo Maluf. O que aconteceu com a lei que serve para enclausurar centenas de trombadinhas nos alçapões penitenciários nacionais? Aliás, esse argumento, sem efeito, também está ficando fora de moda.
Sosígenes Bittencourt
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