Tuesday, November 07, 2006

Laís - nas garras da morte








E nem precisava ser tão forte, como o cruel Malhado, para estrangular a pequenina Laís, a desprotegida menina de Limoeiro, no estado de Pernambuco. O dia 10 de agosto entrará para a história do município, como um dia de maior desgosto. Pobre menina, cuja Justiça não a protegeu, quando pôs em regime semi-aberto o desumano Ricardo Alexandre Nery Galvão de Oliveira, vulgo Malhado, apelidado pelos seus ombros largos, de tanta malhação. Malhado, já condenado por três estupros em Garanhuns a 27 anos de reclusão, tivera sua pena abrandada para 16, e estava passeando pelas ruas. Pobre Laís, a menina de 9 anos, que cruzou com semelhante algoz. “Poderia ter sido outra”, dissera o necrófilo que, depois de haver sufocado a menina com uma gravata, voltou ao local do crime e perpetrou violência sexual com a sua presa. Nem lhe ardeu nas narinas o exalar cadavérico da infeliz menina. E tripudiou sobre seu corpo, esquartejando-a e incinerando seus restos mortais, espalhando seus ossos e um novelo de cabelo pelo terreno baldio. Paradoxalmente, a Justiça não protegeu a sociedade do pedófilo Malhado, mas impediu que a sociedade o malhasse. Além do que, Malhado, enquanto a Justiça se arrasta lesmamente para julgá-lo, permanecerá em regime semi-aberto. Terá coragem de ir à praça, rondar a porta da escola, para seduzir outra criança? Não agora, temendo por sua morte, mas vontade terá, uma vez que os psiquiatras afirmaram, arrimados em estudos, que o pedófilo é, na maioria dos casos, um irrecuperável. Que diabo de sistema penitenciário temos nós, que não avalia com exatidão os psicopatas que precisam ser tratados e ressocializados? Que diabo de Justiça temos nós, que, apesar de laudo contrário à concessão de liberdade de um monstruoso pedófilo, concede-lhe tamanha regalia. Coitados de nossos filhos, pobres de nós, indefesos e enlutados pelo pânico da morte de Laís. Sosígenes Bittencourt

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