Thursday, December 17, 2015

O REAL IMAGINÁRIO E O DESVIRTUADO VIRTUAL



Outro dia, um cidadão me perguntou por que a menina dele não falava com ele. Como eu não a conhecia, perguntei: - O senhor conhece algum motivo?
Aí, ele, laconicamente, me respondeu: - Não.
- Ela usa a internet? – perguntei-lhe.
- Eu penso que ela mora lá. – respondeu o cidadão.
Aí, eu dei a sugestão: Compre um computador e peça para ela adicioná-lo como amigo no Facebook. Aí, você conhecerá sua filha virtual. Ela mora lá. Sua filha virtual não é sua filha real. Sua filha real é uma menina imaginária, fruto de sua fantasia. Sua filha virtual é uma menina que você não conhece. E, para você parecer virtuoso, não a procure para fazer nenhuma crítica às suas amizades e seus gostos. Porque estará se intrometendo na vida dos outros, pois sua filha é uma ilustre des(virtuada) da antiquada educação doméstica de seus antepassados.
Des(virtuado) abraço!
Sosígenes Bittencourt

1 comment:

Sosígenes Bittencourt said...

Antigamente, o hospício estava cheio de loucos que tinham uma ideia fixa. Uns ficavam olhando para os cantos de parede, pensando que tinha alguém filmando eles; outros se agarravam com um objeto e só largavam na base do eletrochoque. Hoje, tudo isso é normal. As pessoas nem ligam estarem sendo filmadas até urinando e nem ligam por estarem o dia inteiro esfregando o dedinho num smartphone.
Tem gente que bebe para dormir e acorda para beber. Sua fama é de CACHACEIRO. Por outro lado, tem gente que dá Boa Noite no Facebook para cair nos braços de Morfeu e dá Bom Dia no Facebook ao arregalar os olhos, e ninguém dá um pio.