Thursday, April 12, 2007

Caos no Céu



Se você tinha medo de voar ou de altitude, agora tem mais motivos para tamanho pânico. Se tinha medo de uma pane num avião, que tal um engarrafamento aéreo? Se soubesse que o tráfego aéreo em São Paulo estava à beira de um colapso, muita gente estaria viajando de quadrúpede, mas não entraria numa geringonça daquelas. No elenco dos perigos, há denúncias de que a tecnologia atual é nebulosa de tantas falhas, e as normas internacionais de segurança são desrespeitadas diariamente. Some-se a isso o cansaço dos controladores de vôo, que se desdobram e adoecem, de tanto que vigiam o trânsito espacial. Segundo previsão, não fosse o trabalho estafante desses profissionais, era para haver, no mínimo, um grande desastre por semana. Imagine-se a bagunça que não há no céu. E os passageiros ainda arengam por um bilhete desse carrossel lúgubre. A sensação é de que tiram fino no ar, sem que percebamos. Ai de Cumbica, Guarulhos e Viracopos, controlados por Congonhas. Ai de Congonhas, Campo de Marte, Santos e Sorocaba. E quem danado sabia disso? Pelas regras da Organização da Aviação Civil Internacional, um controlador não pode espiar mais de 6 aeronaves na tela do radar. Porém, nos horários de pico, vigiam até 15. Não fosse a vigilância divina, esbarravam um no outro. Agora é que Ariano Suassuna não viaja num trambolho de ferro desses. Sua frase dá a dimensão do seu pavor: “Eu não fico impressionado quando um avião cai, eu fico impressionado como é que ele sobe.” Também recomenda-se uma distância de 5 milhas para que duas aeronaves não se abracem. No entanto - pasmem - em São Paulo, essa distância chega a 2 milhas. Dá até para se verem e apostar carreira no espaço. Foi preciso todo esse rebuliço, para que tomássemos conhecimento do conteúdo dessa verdadeira caixa-preta da aeronáutica nacional.

Sosígenes Bittencourt

3 comments:

Anonymous said...

Como foi mesmo aquela situação com a aeromoça no avião que você mim contou, que foi "obrigado" a chama-la de anjo?

Anonymous said...

A namorada de Paul Wolfowitz recebeu um aumento e foi cedida ao Departamento de Estado dos EUA. Como funcionários do Banco Mundial não pagam impostos, ela ganhava mais do que a secretária de Estado. Merece matéria no blog ou Fragmentos.

Sosígenes Bittencourt said...

Quando viajei a São Paulo, fui atendido por uma aeromoça tão linda que, no momento de sair do avião, fui obrigado a dizer-lhe: - Voar com você, acima das nuvens, é mesmo que estar no céu.