No Dia da Criança

No Dia da Criança, não há enfoque mais pertinente do que a precoce erotização infanto-juvenil. Porque há pais, já sem paz, com a mão na cabeça com o assanhamento dos rebentos. Vasculhando alguns experts no assunto, encontrei uma interessante explanação sobre a estimulação precoce do prazer sexual na infância. Um exemplo era freudiano, porque o Pai da Psicanálise via manifestação sexual até nas pedras. Diz que tem babá que alisa os órgãos genitais do bebê, para que ele durma. Quando o menino bota pra se masturbar, com fervor, os genitores se espantam, sem saber o que fazer. O conselho é para que não haja influência sobre a aurora sexual, interferência dos adultos. Os jogos eróticos infantis não devem ser coibidos nem estimulados.
O mais difícil é livrar-se da erotização da mídia, que exibe beijos de desentupir pia e apalpadelas nas pudendas, em pobres horários nobres. As crianças ficam de olho encatitado, o coração sexalegre e cheio de desejo.
É bom salientar que a pedofilia não deve ser abordada como enxerimento de criança, mas como perversão adulta. Uma menor, perambulando pelas ruas, atrás de sexo e dinheiro, jamais estimulará um adulto que não sinta apetite por criança. Quer dizer, os adultos estimulam precocemente as crianças, e os pedófilos se aproveitam. Aliás, hoje, pelo andar da carruagem, por esse irresponsável liberalicídio, há muitas meninas de 14 anos que nem parecem. Inundadas de hormônios, seios protuberantes, coxas adjetivas e linguajar de seduzir uma estátua. Os marmanjos que se cuidem, pois o que condena não é o tope da garota, mas sua Certidão de Nascimento. A discussão já embanana os estudiosos da área jurídica, que abordam exaustivamente o desdobramento do assunto. Como encarcerar, por exemplo, um incauto pai de família que, iludido pelas dimensões de uma menor com cara de mulher, perdida desde as fraldas, enfia-se numa relação episódica, quando a suposta vítima retornará à prática sem arrependimento e sem medo?
Sosígenes Bittencourt