Mudança no Carnaval de Vitória

Penso que algumas pessoas, formadores de opinião e etc não gostaram da mudança do novo percurso do Carnaval de Vitória. Não sei por que só eu tenho coragem de falar, escrever, revelar minha impressão, fazendo uso daquele ditame basilar da democracia, que é a liberdade de expressão. Apesar de não ser contra mudanças, considero mudança sinônimo de adequação, aprimoramento, por isso não deve ser meramente uma transformação. Primeiro, não considero a rua do Colégio das Damas, historicamente apelidada de rua do Colégio das Freiras, lugar de bacanal e orgia. Trata-se de artéria penumbrosa, desértica, bafejada pelo recôndito sacerdotal de oração. Fazer desfilar trio elétrico, de madrugada, com meninas nuas saracoteando, pelotão de embriagados, letras pornográficas e decibéis acima do permitido, me parece, no mínimo, falta de respeito. Rua que sempre teve a ver com o Carnaval foi a Rua Imperial, conhecida popularmente como Rua do Meio, onde estão o Instituto Histórico e Geográfico e a Igreja do Rosário dos Pretos, com sua escadaria servindo de arquibancada aos foliões. Rua de calçadas largas e amplamente favoráveis ao séquito das alegorias. Outro detalhe seria: Qual o mais perigoso, trio subindo ladeira, ou trio descendo ladeira? Para mim, ambos. O que se deveria obrigatoriamente fazer era retirar os afoitos da saia e dos pneus do veículo. Fazer um cordão de isolamento em torno, para que o folião não corresse o risco de perder a vida na frente ou atrás do trio.
Sosígenes Bittencourt