Thursday, June 21, 2012

A insustentável sustentabilidade

Quando o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, foi convidado a dar uma palavrinha, na Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a delegação de Israel deu o pira, escafedeu-se. Dois bicudos que não se beijam. Nem parecem da mesma origem, todos Semitas, descendentes de Sem, o menino de Noé, irmão de Cam e Jafé. Parece Caim, com um cutelo, correndo atrás de Abel.
José Saramago, escritor português, dizia que “os judeus não aprenderam com o próprio sofrimento, fazendo com os outros aquilo que fizeram com eles.”
Ora, como podem participar de reunião para tratar de sustentabilidade, povos de relacionamento tão insuportavelmente insustentável? Quer dizer, foram debater a salvação do planeta, ou foram arengar?
Para os judeus, Jesus foi um rabino, líder e mártir da revolta do próprio povo judeu, contra o domínio do Império Romano. Já, na cabeça dos islâmicos, Cristo foi um profeta do amor, que nem Maomé e Isaac. Quer dizer, o ninho dos profetas é o lugar, religiosamente, mais bagunçado do planeta, o mais materialista, porque essas brigas são pelo poder, e poder não tem nada a ver com bem-aventurança, não é caminho de Salvação. Já no Ocidente, é a mesma coisa. Não são os ateus que se estranham por causa de Jesus, são os cristãos.
Agora, quem acredita que a Rio+20 vai resolver a questão da destruição do planeta, se os megacapitalistas, os neoaristocratas vivem nadando na riqueza às custas da destruição do mundo?
Certo estava a escritora cearense Rachel de Queiroz quando disse que “o homem não é merecedor do Reino que Deus lhe deu.”
Sosígenes Bittencourt

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