Monday, June 04, 2012
Licor de Jenipapo
Acabei de ganhar uma garrafa de Licor de Jenipapo. Fazia tempo que eu não tomava um licor caseiro. Começo a prelibar, antegozar o momento de bebericá-lo, imaginando-lhe o gosto, pelo olfato. Não se pode destampar uma garrafa de licor, no vexame, sem o menor pudor, ou sem a inteligência de botar pra sonhar. É preciso ser feliz, usufruir desse momento, porque a felicidade não é um grande evento, ela é feita de pequenas felicidades. Eu também me senti muito feliz ao esbarrar no portão, de olhos pendurados numa mulher que estava desfilando em frente aqui de casa. A mulher era tão bonita, tão cheirosa, entonada numa jeans de marca, com um sapato branco e o decote fazendo sanefa no horizonte dos seios, que eu fiquei abestalhado. Deu a impressão de que o amor não é uma ideia, é o instinto. Não é possível ser infeliz, com tantas felicidades encangadinhas umas nas outras. Basta prestar a atenção.
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