Saturday, September 29, 2012

A Democracia e você


No dia da eleição, preste atenção. Não vá com ânsia ao período de vacância. Das 8 às 17h, ninguém manda no poder, ninguém governa, quem ocupa o poder é você. Não espere que a Justiça julgue os políticos, julgue-o, você. 
O poder de absolver ou condenar um político foi concedido a você. O seu voto será martelo, será juiz. O seu voto fará justiça sem que ninguém possa julgar você. Não preserve político no poder, não o enrijeça, não o transforme em seu ditador. A alternância de poder é um pressuposto da Democracia, e quem poderá praticá-la é você. Quem educa político e postulante a cargo eletivo é você.
Sosígenes Bittencourt

Thursday, September 27, 2012

Marcação de consulta


Uma hora depois.
- Alô, bom dia. É do urologista?
- É, senhora, bom dia, diga.
- É que eu queria marcar uma consulta para o meu marido.
- Olhe, senhora, consulta só daqui a uma semana.
- Mas o caso é urgente, diz que é próstata, amiga.
- Olhe, nós só podemos marcar consulta daqui a uma semana, senhora.
- Mas eu ando muito preocupada, meu vizinho teve um problema na próstata, já não urinava, terminou falecendo.
- Olhe, daqui a uma semana a senhora liga para marcar, tá bom?
- Marcar o quê, amiga?
- Marcar a consulta, minha senhora.
- Mas, não é a consulta?
- Não, minha senhora, a consulta será marcada para 30 dias.
- Mas, e se for próstata?
- Olhe, quem vai dizer “o que é” é o urologista, senhora.
- E se ele morrer, minha amiga?
- Morrer, quem, minha senhora?
- O meu marido, idiota!
- Aí não é mais com o urologista, madame.
Sosígenes Bittencourt

Wednesday, September 26, 2012

Suely


Nunca mais eu vi Suely. Desde a década de 70 que eu não vejo Suely. Suely morava naquela rua ao lado da Praça Duque de Caxias – na calçada onde foi um banco e depois um supermercado.
Suely era bonitinha que era danada, tinha cheiro de mulher no rosto, no ombro, na cortina dos cabelos. Sei lá, talvez um cheiro de lençol, de quarto de dormir. Olhos semicerrados, lânguidos, pelos amarelinhos nos braços e duas pernas saudáveis.
Naqueles idos, quando tudo era proibido, rapaz não cheirava moça sem sentir sensação de amar. Sensorialmente, depois de olhar, o amor entrava pelo olfato, ia direto ao coração. Muitas vezes, vendo a tarde escorrer lentamente, ficava matutando... se eu casasse com Suely, ia ficar chamando, o tempo todo, pelo seu nome: Suely... Suely... nome adocicado, sibilante, feminino que só, parece um assovio.
Suely foi o meu primeiro estremecimento de amor. Eu não sei o que ela sentia. Eu ficava calado, só mancuricando, com medo de dizer besteira, gaizo. O difícil em conquistar uma mulher bonita é que o coração atrapalha o raciocínio.
Sosígenes Bittencourt

Tuesday, September 25, 2012

De trás de minha casa

De trás de minha casa, de um alpendre, eu vejo os telhados das casas vizinhas, a rua lá embaixo, a serra lá longe, o céu escampo.

À tarde, quando é verão, as nuvens relembram minha infância. Eu ficava vendo as nuvens formar carneirinhos, às vezes um monstro. Um dia, eu vi um bule direitinho.

De trás de minha casa, eu ouço o palavreado de minha cidade, o cheiro de pão francês, ruído de caminhão, latido de cachorro. Agora, deu pra passar helicóptero, besourando, com aquela cauda de gafanhoto. Quando é amarelo e preto, eu só penso que é a polícia catando vendedor de marijuana.

Havia uma fábrica que passava a vida funcionando. Faziam biscoito. O cheiro de morango, de chocolate e frutas cítricas era tão forte que a gente acordava, de madrugada, para beber água de quartinha. Hoje, só escombros, as lagartixas se despencam dos muros, frágeis de inanição.

De trás de minha casa, vemos homens que jogam dominó para esquecer o tempo, passar as horas. Como se fosse perigoso pensar na vida. Quem bota pra pensar na vida, geralmente pensa na morte. Melhor ser um gato, um peixe, um passarinho.

Sosígenes Bittencourt

Monday, September 24, 2012

Não ria se puder


Conversando com um matuto.

Eu: - O senhor assiste a novela, cidadão?

O Matuto: - Eu não gosto de mentira, não, professor, eu só gosto de verdade.

Sosígenes Bittencourt

Saturday, September 22, 2012

Seguro morreu de velho

Há um ditado antigo que diz: Seguro morreu de velho, desconfiado ainda vive.
Eu não sei se você já foi vítima de uns telefonemas meio macabros, cantarolados por uma moça muito delicada, com a vozinha meio açucarada, que diz assim: - Alô, é o senhor Fulano de Tal?
- É, sim. Diga!
- Olha, senhor, eu estou aqui com uma notícia do seu interesse e precisava do seu CPF, por favor?
- Para que a senhorita precisa do meu CPF, posso saber?
- Para saber se o senhor é o senhor Fulano de Tal mesmo.
Outro dia, perdi as estribeiras e terminei tirando uma brincadeirinha, acreditando que “é melhor ser absolutamente ridículo que absolutamente chato”, como aconselhava Marilyn Monroe.
- Bem, madame, eu já estou até tentando me esquecer do número do meu CPF, com receio de mim mesmo. No país do Mensalão, eu não confio mais nem na minha sombra.
Tem jeito?
Sosígenes Bittencourt

Friday, September 21, 2012

Quadro de Frases

O amor comeu minha paz e minha guerra.
Meu dia e minha noite.
Meu inverno e meu verão.
Comeu meu silêncio,
minha dor de cabeça,
meu medo da morte.
João Cabral de Melo Neto

Thursday, September 20, 2012

Repercussão de um seio


Um dia, eu vi um seio nuzinho pelo buraquinho da fechadura. Eu nunca tinha visto aquilo que só tinha o direito de imaginar. Às vezes, ficava revirando um corpete, escondido por trás da porta, os olhos encatitados, com medo de levar uma surra, medo de pecado, medo de castigo. Naquela época, criança não podia ver tudo que queria. Criança era temente a Deus. Havia infância naquela época. Foi no tempo em que menino brincava com caixinha de xarope, colecionava tampinha de garrafa. Imagine um seio, um seio nuzinho. Um seio alaranjado, recebendo uma réstia de sol pela brecha do telhado. Parecia um pudim de carne. Era uma dessas Marias criadas no meio do mato, matuta acanhada. Eu não sabia se ficava ou se corria, o medo me atrapalhava. Eu ia lá, vinha cá, o seio ali, nuzinho, servindo de vitrine à minha curiosidade. Um dia, mainha me pegou correndo pelo quintal, ofegante, todo espantado. Gaguejei tanto que levei uns tabefes para dizer o que estava fazendo. Não era nada, não era nada, era eu querendo ver o seio nu, doido para sentir aquela emoção de novo. Revelava-se o futuro cidadão morto de curiosidade. Já dizia o poeta inglês William Wordsworth: A criança é pai do homem.
Sosígenes Bittencourt

Monday, September 17, 2012

De vendedor a sorveteiro


Eu adoro conversar no meio da rua. Ensinar e aprender. Tudo ensina. As estrelas ensinam, até um esmolambado, dormindo numa calçada, ensina.
Eu estava, outro dia, bebericando uma loirinha suada num restaurante antigo, no centro da cidade, e um cidadão se aproximou, pedindo atenção para uma história que queria me contar.
- Pois não, cidadão. Aprochegue-se.
- O senhor se lembra de mim?
- Lembro-me, mas não sei de onde. Desculpe.
- Eu sou aquele menino que vendia picolé lá no Alto do Reservatório na década de 60.
- Ah! Tudo bem. No tempo em que eu ia me enxerir para as meninas e dar pipoca aos macacos. – brinquei.
- O senhor tinha uma namorada branca, saia bordada e um diadema de margarida na cabeça.
Foi, foi, foi, perguntei-lhe o que era ou fazia hoje. Sabe o que me contou? Contou que só fez o primário e tudo que tinha na vida foi de trabalho e economia. Caiu no mundo cedo. Seus pais eram pobres, à época, e não tinham como lhe dar o sustento. E aí, deu uma aula de resiliência e organização. Resiliência é aquela palavra tomada emprestada à Física pela Psicologia. Significa reação positiva às adversidades da vida. Entendeu? Adicione-se a isto uma dosagem de organização. É fácil de entender. A primeira caixinha de picolé e a primeira remessa da guloseima foram-lhe confiadas pelo dono da sorveteria. Contou que era tão pequeno que o cocão não alcançava o balcão da sorveteria direito. De posse da mercadoria, escalou o Alto do Reservatório para vender a primeira ruma de picolé de sua vida. Era coisa pouca.
Para encurtar a conversa, com dois dias perambulando pelas ruas, já havia pago a caixa de picolé, estava comprando o produto a dinheiro e uma reserva escondida debaixo do colchão. Pois bem, sabe o que o cidadão é hoje? Simplesmente, dono de uma sorveteria, casado, os filhos estudando e 4 funcionárias trabalhando em seu negócio. Aliás, lá estavam elas lanchando, sorridentes, numa mesa ao lado. Todas fantasiadas com a roupa da sorveteria e a logomarca no horizonte da blusa.
Sabe o que é isso? Os pilares do progresso financeiro. Saber ganhar e saber gastar. Todo mundo sabe ganhar um dinheirinho, poucos sabem gastar. Tem uma aulinha de economia, simples, que diz: saber ganhar, saber gastar, saber investir e economizar. Penso que as duas últimas têm tudo a ver com as duas primeiras.
Em suma, fiquei felicíssimo com a felicidade confeccionada pelo cidadão que não estudou e tinha tanto o que ensinar.
Sosígenes Bittencourt

Sunday, September 16, 2012

Avenida Brasil ou espetáculo de cornura


A única personagem que ainda tinha uma moralzinha no espetáculo de cornura da (nó)vela Avenida Brasil era Tessália, ex-mulher de Leleco. Mas, o autor não tinha o que fazer, inventou de mandar Tessália convidar Darkson para beijá-la no meio do povo para afrontar o velho mais cínico do Divino.
Outro dia, papeando com um matuto, perguntei-lhe se assistia à novela Avenida Brasil. O jagunço me respondeu: - Eu não gosto de mentira, não, professor. Eu só gosto de verdade.
Pelo visto, o senhor João Emanuel Carneiro é impressionado com “galha”, ou acha fácil vender “chapéu de Viking” ao público.
Sosígenes Bittencourt

Friday, September 14, 2012

A Chupeta do Satanás


O tabagismo é um vício condenado. Antigamente, 60 % da população adulta fumava. Queriam imitar o ator norte-americano Humphrey Bogart (pronuncie-se ‘ramfrêi bôgaaaaaar’). Eram um charme aquelas baforadas hollywoodiana protagonizadas pelo artista na película cinematográfica. O adolescente, para ser um hominho, saía do cinema todo invocado, pendurado no canudinho da morte. Havia uns cigarros fortíssimos, sem filtro, apelidados de lasca-peito. Lembro-me, por exemplo, de Astória, Eldorado e Continental. A garotada colecionava papel de cigarro para brincar de dinheiro. Tudo organizado para converter o desavisado em tabagista. Ninguém ouvia falar em câncer do pulmão, garganta, nicotina, e alcatrão era nome de conhaque. Só era proibido fumar na frente da genitora, senão levava tapa na boca. Havia uns cigarros americanos cheirosíssimos, tipo Half and Half, Malboro, Pall Mal, era arretado. Três décadas depois, começaram a aparecer as complicações cardíacas e pulmonares. Dispneia é uma desgraça. Tem uma, chamada Dispneia Paroxística Noturna, que o cara acorda sufocado e senta-se na cama, com os olhos esbugalhados, parecendo que vislumbrou a morte. Hoje, depois das propagandas sobre os malefícios do tabaco, cerca de apenas 20% vive pendurado na chupeta do Satanás. E, agora, depois que espalharam que quem convive com fumante, também fuma, danou-se. O viciado tem que sair do ambiente e ficar passeando na calçada, feito um expulso a bem da saúde e dos bons costumes. Tem mulher que não beija um fumante nem para salvar a alma. Uma senhora me contou que, depois que deixou de fumar, nunca mais beijou o marido. E ele trocou os seus carinhos pelo vício. Consequência: morreu asfixiado, com a boca amarga e sem os doces beijos da mulher amada. É muita amargura, o cara abandonar a boca da esposa, cheirosinha a pasta de dente, na luxúria matinal, para estar se envenenando lentamente e soltando gracinha. “Eu não tenho pressa para morrer.” Contam que o cigarro tem uma porrada de susbstância cancerígena à disposição da morte. O que se sabe, em resumo, é que a Nicotina amarra o fumante e o resto da química mata. O pulmão que o diga.          Sosígenes Bittencourt

Tuesday, September 11, 2012

Pitaco Esportivo


Brasil 8, China 0
Espelho meu, espelho meu, existe um povo mais abestalhado do que eu! – diria o Brasil perante o espelho.
Ontem, só porque o Brasil ganhou de 8 a 0 para os chineses, todo mundo já esqueceu que perdemos a Medalha de Ouro Olímpica para os Mexicanos, um dia desses, com direito a lágrimas de crocodilo, estendidos no chão.
A China não está nem aí para o resultado, segunda colocada em conquista de Medalha de Ouro nas Olimpíadas de Londres de 2012. A China conquistou 88 medalhas, e o Brasil, 17.
Dizer que o elenco da Seleção Brasileira não é bom, top de linha, é mentira. Só que não é um time, é um bando de jogadores. O jogo contra a China pode enganar os bestas, aos que conhecem um pouquinho de futebol: nan nan nin nan nan...
Sosígenes Bittencourt

Saturday, September 08, 2012

Doença de brasileiro é falta de dinheiro


Diz que doença de brasileiro é falta de dinheiro.  O sujeito está com uma dor na perna e não sabe a causa. Vai ao médico, faz exame e não tem nada. Joga no bicho, tira uma milhar, a dor passa.
- Fulano, tua dor na perna passou?
- Tirei uma milhar de Cavalo, fiquei bonzinho.
Outro dia, peguei o filósofo Olavo de Carvalho dizendo que o brasileiro é dinheirista por natureza. Não porque queira enricar, mas por medo de não ter dinheiro para fazer a feira. Eu acrescentaria outros medos: o de não poder dar uma boneca a sua filha, não poder comprar uma lambreta para o menino, pagar a escova no cabelo da madame.
O pior é que o brasileiro vive numa pindaíba desgraçada. O humorista e gozador José Simão disse que Tiradentes deveria ser o padroeiro do Brasil. Por quê? Porque está, todo mundo, com a corda no pescoço.
Mas, é bom salientar que o brasileiro é gastador. Herança ibérica da paixão pela abundância. Diferente dos japoneses, detentores da fama de maiores poupadores do mundo. No Japão, até cachorrinho tem dinheiro na poupança.
O brasileiro é amostrado com dinheiro. Comprou uma bicicleta, já dá “bom dia”, todo torto, aos vizinhos. Quando alisa, fica com a cara mexendo. Os professores de Economia aconselham fazer um colchão de segurança, para se socorrer no tempo das vacas magras.
Sosígenes Bittencourt

Friday, September 07, 2012

Avenida Brasil - de João Emanuel Carneiro

O autor João Emanuel Carneiro está mais perdido do que cego em tiroteio. Por que Jorginho e Nina não falam sobre o seu antigo amor, para aliviar o sofrimento do pobre rico Tufão? Choram e se desesperam, porque o cidadão sofre, e temem revelar a verdade. Preferem que o bom otário sofra por uma ilusão, poupando-o de sofrer por uma verdade. O espectador mais bobinho sabe que, pelo amor que sente por Jorginho e Nina, Tufão ficaria muito mais aliviado. Já não basta a má elaboração do personagem que, fingindo amar Carminha, bancava uma fauna parasitária de sanguessugas.

Ora, João Emanuel, para com isso. Bota Tufão pra viver com Monalisa e tira aquele negão mal-amanhado do meio. Devolve Carminha pro lixão e manda Max ser flanelinha. Junta Cadinho com aquelas três imbecis e dá uma quitanda na beira da praia, para não morrerem de fome. Não deixa que repitam o refrão: A TV Globo faz você de bobo.

Sosígenes Bittencourt

Thursday, September 06, 2012

Tempo novo

O professor ANALÓGICO dava aula de frente para o aluno, o professor DIGITAL dá aula de costas para o aluno e passando filminho. Nada contra a tecnologia como recurso pedagógico e marca de um tempo novo. O pior é que distanciaram o aluno do professor. A impressão é de que querem impedir qualquer relação de natureza AFETIVA entre o professor e o aluno. Logo numa época em que o professor, de costas, corre o risco de levar uma pedrada na cabeça - a educação familiar ou pré-escolar, há muito tempo, sacrificada pela dissolução da família nuclear.

Sosígenes Bittencourt

Fragmentos

Novo Grito de Independência:

Educação ou Morte!

Sosígenes Bittencourt

Monday, September 03, 2012

Preconceito com a Delicadeza

Não tem preconceito mais plural do que você confundir um homem educado com um homossexual. Porque você discrimina o hetero e o homo pela delicadeza ou a educação. Isto é que é falta de delicadeza e falta de educação.

Chamar um homem delicado de homossexual é discriminar, primeiro, a delicadeza, depois o próprio homem. Por que um homem não pode ser delicado? Terá que ser um bárbaro para provar que é homem? Antigamente, a Afetividade e o Medo eram características femininas. Já a Sexualidade e a Agressividade eram características masculinas. Contudo, a Ciência já desmoralizou este preconceito.

Sosígenes Bittencourt

Sport 2, Santos 1

Essa minha impressora é cheia de resenha. Enquanto o Sport estava sem fazer gol, ela não tocava no nome do Leão da Ilha. Vê só. O Sport passou mais de 700 minutos sem fazer gol, e ela calada. Não dava um pio. Nada, nada, nada, nada. Mas, foi só o Sport conseguir ganhar do Santos, ela já está tagarelando. Só porque o Santos é o time do Rei Pelé, tem Neymar, aquela história toda. Eu boto ela para imprimir, e a camarada começa fazendo aquele barulhinho: O SPORT O SPORT O SPORT O SPORT... chega enche o saco. Até um colega andou me telefonando e perguntanto: - Como é que está a impressora, professor?

Agora mesmo, você não pode ouvir, mas ela está danada falando: O SPORT O SPORT O SPORT O SPORT...

Sosígenes Bittencourt

Sunday, September 02, 2012

Fragmentos

O coração que ri não dá asas ao sofrimento

porque palpita de esperança.

Sosígenes Bittencourt