A graça é morrer e seguir vivendo. Morreram quantos de nós
e seguimos vivendo? Morreu nossa infância, nada nos resta de nossa adolescência
e continuamos nossa existência. Dr. Freud (1856-1939), Pai da Psicanálise, já o
afirmava: O homem não acredita na própria morte. No inconsciente, não há
representação da morte.
Também não adianta olhar a vida por um retrovisor cruel,
concentrando-se em vazios e saudades. Eu sei que é impossível não lembrar os
mortos, mas ninguém desejaria que um morto voltasse ao mundo para morrer outra
vez.
Quem sabe se os mortos não estão tristes com o nosso
sofrimento?
Sosígenes Bittencourt
2 comments:
Eu não sou bom de tristeza. A tristeza é boa pra fazer literatura. Ela me inspira. Eu me lembro de La Rochefoucauld: A melancolia é a alegria de estar triste. / Já Carlos Heitor Cony teve a seguinte inspiração interpretativa: Nostalgia é saudade do que vivi, melancolia é saudade do que não vivi. / O que seria da alegria se não fosse a tristeza? Penso que um homem permanentemente alegre não passa de um farsante. O grande conselho para um DEPRIMIDO, que reputo como item de primeiros socorros é provar que DEPRESSÃO passa, relembrando quantas vezes estivemos deprimidos e recobramos a alegria de viver. Compreende?
Eu sinto poesia no Natal, na sua teatralização, suas músicas. É uma festa onde alegria e tristeza se enlaçam concomitantemente. O escritor, pensador e curioso alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) aconselhava, com base na experiência: FAZ DA TUA DOR UM POEMA, E ELA SERÁ SUAVIZADA.
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