Ontem, de madrugada, precisei ir até a garagem da casa. Moro no bairro do Cajá, em Vitória de Santo Antão (PE). Ao passar pelo portão, vi dois garotos na calçada, pela brecha da grade. Ambos de vara na mão. O maior portava uma vara maior, e o menor, uma vara menor. Pararam, me olharam, e o maior observou: “Ôxe, pensava que era minha véia.” Deve ter se lembrado de sua avó. Quase perguntava: “Onde está sua avó, meu filho?” Eram 4h da madruga.
O que fazem dois garotos, na sombra da noite, de vara na mão, desfilando pela cidade? De onde vinham e para onde iam? Olhei para o muro do terraço. O menor, encurvado, daria certinho um tamborete para o maior tentar escalar o muro. Imaginei-os invadindo a casa. Sabe por que só nos advêm pensamentos macabros, nesses instantes? Porque já estamos calejados de tanta violência. Antigamente, aos 13 anos, ainda se era menino. Temia-se a Deus, porque se acreditava em pecado. Hoje, menino pita ‘cannabis sativa’, porta arma de fogo e namora nu.
Espantado abraço!
Sosígenes Bittencourt
Espantado abraço!
Sosígenes Bittencourt
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