Bacharel Mário Bezerra da Silva
Isso foi no tempo de Coca-Cola à base de
noz de cola, acondicionada em garrafa de vidro. Hoje, toma-se xarope
gaseificado em ampola de alumínio.
Uma noite, eu presenciei a banda do Colégio 3 de Agosto executar
a "Marcha para a Cavalaria Ligeira", de Franz von Suppé, em frente à
Igreja do Rosário dos Pretos. Foi um verdadeiro espetáculo!
Mário Bezerra me deu uma aula, no primeiro
andar, sobre Análise Sintática, que nunca mais esqueci a diferença entre
Sujeito e Predicado. Não imito direitinho, com o livro de Português, de José
Brasileiro Vilanova, nas mãos, em respeito à alma do insigne diretor.
Vi, muitas vezes, o povo sair da calçada
para o bel. Mário Bezerra desfilar de queixo erguido, meio de bandinha, com os
sapatos rigorosamente engraxados. O paletó conhecia o caminho, da Rua Horácio
de Barros à Praça 3 de Agosto.
Mário era perfeccionista, gostava dos
pontos nos “ii”, por isso, chegado a uns histerismos quando desobedeciam suas
ordens. Contam que Mário só tinha um pulmão, mas quando dava um grito, as
colunas do colégio estremeciam.
Não obstante, foi o sujeito que botou moral
em colégio, no município. Depois dele, já soube de aluno que urinou, do
primeiro andar para o pátio, que nem um Dionísio desvairado, e menino que deu
rasteira e puxavante de cabelo em professora de Moral e Cívica.
Sosígenes Bittencourt
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