O filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860)
resumiu o significado do "desapego" como alternativa lógica para os
desejos que não podem ser concretizados e causam sofrimento. Como libertar-se
da insatisfação, já que somos eternos insatisfeitos. E aponta, principalmente,
dois caminhos: O desapego e a arte. Desapegue-se! Sua conclusão filosófica é a
seguinte: O homem pode FAZER o que quer, mas não pode QUERER o que quer.
Eu posso dar amor ao meu vizinho, mas não
posso querer que ele me ame. Posso matar o meu vizinho, mas não posso querer
que a Justiça me absolva. Compreende?
Querer nunca foi poder, senão eu teria tudo
que quisesse. "Querer" move ação em busca do objeto desejado. Quem
obtém o que quer, mata o desejo. E sai em busca de outro objeto desejado. A
obtenção do objeto desejado é consequência, é resultado de ação, nunca
resultado de um desejo, nunca resultado de um querer.
Quem ama, não ama com o objetivo de ser
amado, ama simplesmente. O amor, como consequência, é resultado. Tanto que há
quem odeie sem o objetivo de ser odiado, odeie por odiar. Agora, quem semeia
amor, não gera expectativa de colher ódio, e quem semeia ódio, não gera expectativa
de colher amor. Quem espera carinho sem dar carinho, corre mais o risco de
ficar sozinho.
Sosígenes Bittencourt
1 comment:
Se você estiver sofrendo por amor, é possível que você esteja amando a pessoa errada. Contudo, é preciso saber como você está amando, como está a ação do seu amor em relação ao objeto do amor. Depois, há um conselho importante na distinção entre amor e paixão. A paixão é um encantamento solitário, é uma exagerada impressão do outro, enquanto o amor nasce junto. No amor, o protagonista da relação é a amizade. Na paixão, o protagonista da relação é o corpo. Não raro, o sexo domina as relações passionais. E, aí, há casais que entram num casamento para viver de 2 ou 3 relações sexuais, de 15 minutos, por semana, se suportam em nome dessa dependência carnal. No mais, são os pratos para lavar, as contas para pagar, etc, etc, etc...
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