Tuesday, February 18, 2014

Capiba no Céu


Lourenço da Fonseca Barbosa
* Surubim: 1904
+ Recife: 1997

Capiba chega ao céu.
Sorridente e de braços abertos, penetra sem kit
no bloco de Nelson Ferreira, Irmãos Valença e Felinho.
Ao som de Vassourinhas, de Matias da Rocha e Joana Batista,
os anjos danam-se a frev(o)ar e plumas caem.
Vem um ente traquinas e seringa cloreto de etila no ar.
O folguedo, alegre e saltitante, vai circulando um salão de nuvens
e volatiliza-se sob uma neblina de papéis picados.
Sosígenes Bittencourt

1 comment:

Sosígenes Bittencourt said...

Quando os olhos deixam de VER, os sentimentos produzem o OLHAR. Porque Capiba não VIA o Carnaval, Capiba OLHAVA o carnaval. VER é um perceber desatento, imediato, sem propósito. OLHAR é prestar atenção, internalizar, sentir. Quem vê, esquece. Quem olha, memoriza. Todo escritor é um memorialista, todo poeta, todo sonhador.