Eu
sempre tive essa mania de escrever. Até que, em 1987, eu passei a escrever para
ser lido. Ou seja, antes, eu escrevia para não esquecer ou não ter que me
lembrar do que estava pensando. Na realidade, a gente escreve quando valoriza o
que pensa, quando não quer esquecer o pensamento. Mas, depois, eu achei que não
tinha graça eu escrever só para mim e resolvi escrever para todo mundo. Ninguém
deve negar sua arte ou suas verdades, suas descobertas, até para submetê-las à análise dos semelhantes. Talvez, seja
uma imprudência escrever para ser lido, mas talvez seja uma imprudência morrer
abraçado com suas verdades sem discuti-las. E, aí, quando começaram a me chamar
de maluco, fiquei entusiasmado. Era sinal de que eu estava vencendo o medo de
ser sincero e despertando curiosidade sobre minhas maluquices. Ninguém é imune
a maluquices. Ora, eu estava enlouquecendo da boa loucura. Há quem colecione
galo de briga e ninguém diz nada. Ademais, ninguém consegue se destacar sem uma
pitada de loucura. O que dizia o filósofo Aristóteles, trezentos anos antes de
Cristo ?
Sosígenes
Bittencourt
2 comments:
Loucuras que dão prazer e são, ao mesmo tempo, úteis, não devem ser curadas. Mesmo porque loucura é, muitas vezes, questão de interpretação, julgamento, sentimentos mesquinhos como o ciúme. Há quem, inexplicavelmente, fique indignado quando eu uso essa expressão: LOUCO DA BOA LOUCURA. O físico Albert Einstein vivia de cara pra cima, pastorando o Universo. Contudo, era, por acaso, um louco inútil, sem prazer em ser o lunático que era?
Dar-vos-ei a inesquecível explicação do filósofo e poeta alemão, que enlouqueceu do confronto interior das ideias, Friedrich Nietzsche (1844-1900): Há sempre alguma LOUCURA no amor. Mas há sempre um pouco de RAZÃO na loucura.
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