Tuesday, October 21, 2014

NOSSO SERIAL E O COTIDIANO NACIONAL



Na verdade, nada impressiona mais no caso Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, do que a performance de nossa Segurança Pública no rastreamento, identificação e captura de criminoso tão fácil de ser alcançado. Primeiro, porque o acusado é considerado um spree killer, cujas vítimas não tinham perfil e ele as assassinava aleatoriamente, sem planejamento, podendo ser homem, mulher, jovem ou adulto. Segundo, porque foram cerca de 39 assassinatos, numa mesma região, onde desempenhava a função de vigilante e convivia em sociedade, lidando com as pessoas no dia a dia. Não era um criminoso enclausurado, avesso à convivência social.
Diferente dos serial killer organizados, que arquitetam seus crimes na penumbra, cujas vítimas têm perfil, e não sentem emoções quanto aos crimes cometidos, nosso killer matava desorganizadamente, surpreendendo quem estivesse no lugar e na hora errada, e revelou sentir-se arrependido, apesar de confessar não ter controle sobre o ato criminoso.
Onde estará a dificuldade em identificar, caçar e encarcerar semelhante monstro? É, ou não é aterrorizante? Não há ficcionista de película de terror que consiga criar personagem mais pavoroso do que o nosso ator no teatro do cotidiano nacional.
Sosígenes Bittencourt

1 comment:

Sosígenes Bittencourt said...

O medo nos ronda, degradando nossa qualidade de vida. O nosso abutre de estimação atingiu o ápice de sua vaidade, produzindo uma via crucis de execuções e ganhando o podium da mídia às custas de nossa frágil Segurança Pública.