Na
verdade, nada impressiona mais no caso Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, do que a performance de nossa
Segurança Pública no rastreamento, identificação e captura de criminoso tão
fácil de ser alcançado. Primeiro, porque o acusado é considerado um spree
killer, cujas vítimas não tinham perfil e ele as assassinava aleatoriamente, sem
planejamento, podendo ser homem, mulher, jovem ou adulto. Segundo, porque foram
cerca de 39 assassinatos, numa mesma região, onde desempenhava a função de
vigilante e convivia em sociedade, lidando com as pessoas no dia a dia. Não era
um criminoso enclausurado, avesso à convivência social.
Diferente
dos serial killer organizados, que arquitetam seus crimes na penumbra, cujas
vítimas têm perfil, e não sentem emoções quanto aos crimes cometidos, nosso
killer matava desorganizadamente, surpreendendo quem estivesse no lugar e na
hora errada, e revelou sentir-se arrependido, apesar de confessar não ter
controle sobre o ato criminoso.
Onde
estará a dificuldade em identificar, caçar e encarcerar semelhante monstro? É,
ou não é aterrorizante? Não há ficcionista de película de terror que consiga
criar personagem mais pavoroso do que o nosso ator no teatro do cotidiano
nacional.
Sosígenes
Bittencourt
1 comment:
O medo nos ronda, degradando nossa qualidade de vida. O nosso abutre de estimação atingiu o ápice de sua vaidade, produzindo uma via crucis de execuções e ganhando o podium da mídia às custas de nossa frágil Segurança Pública.
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