Sunday, March 22, 2015

A BEIJOCA DAS MENINAS NA TELEVISÃO



A arte virou um álibi ou uma alternativa para a exibição daquilo que seria eticamente condenável. Aquilo que não pode ser mostrado às crianças no meio da rua, na televisão pode, porque é arte cênica, e a proibição seria uma medida ditatorial contra a liberdade de expressão. Vejam que babilônia.
Bata de porta em porta e você verá a reprovação em massa à beijoca protagonizada pelas meninas Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg na novela da Globo. Mande-as trocarem saliva numa estação de metrô ou dentro de um shopping e elas não terão coragem. Temeriam por uma pedrada na cabeça. Mas, na televisão, o máximo que pode acontecer é uma porrada no aparelho eletrônico.
O escritor norte-americano Roger Shattuck (1923-2005) discute, em sua obra CONHECIMENTO PROIBIDO, as fronteiras éticas da arte e da ciência. E aconselha: “Evitar que a pornografia chegue às crianças pela TV não é limitar a liberdade de expressão. É cuidar da saúde pública e da educação, que também são valores fundamentais.
Sosígenes Bittencourt

7 comments:

Sosígenes Bittencourt said...

Eu não sou puritano nem homofóbico, mas considero que o sexo ficou para a cama, e os segredos do amor, para o coração. Exibir intimidades é falta de educação. Você não pode fazer neném com sua mulher debaixo de um lençol na calçada de sua casa. Mas, no Big Brother, você pode "furunfar" sob o edredom e estampar para todos assistirem à claridade meridiana, com direito a mungangas e murmúrios.

Sosígenes Bittencourt said...

A televisão sexualiza a adolescência e escandaliza com a consequência. Ou seja, lucra quando sexualiza e lucra quando escandaliza. Antigamente, sexo era aprendido, hoje é ensinado. Ou seja, as crianças aprendiam na observação, hoje aprendem na explicação. A televisão é um espaço público que mostra e fala. Ao contrário da biblioteca que é um espaço público que não fala. Televisão é oferta, biblioteca é escolha. A televisão joga o osso e esconde o filé, transformando o público em matilha (coletivo de cão).

Sosígenes Bittencourt said...

A televisão não só DIVULGA como também INFLUENCIA. Quando ela mostra a cara da maldade, da pobreza e da falta de educação exibe um espelho diante da população, que se vê refletida. Ora, não só exibe mas também democratiza as misérias e a influencia. Por isso, não raro patricinhas escalam o morro e vão namorar traficantes, encantadas com a heroicização do fora da lei. Isto gera teleaudiência e, consequentemente, lucro. Porque a televisão, no Brasil, é uma concessão de serviço público, impunemente, entregue a empresas privadas. Compreende?

Jussara Neves Rezende said...

Compreendo bem. E concordo muito com o seu primeiro comentário. Também não sou puritana nem homofóbica, mas sempre achei que "exibir intimidades é falta de educação". Um ou outro beijo... vá lá, mas a quantidade de beijos exibidos nas novelas me enoja, mesmo os heterossexuais. Também por isso há muito tempo deixei de assistir novelas.
:)
Abraço, ótima semana nova pra você!

Sosígenes Bittencourt said...

Permita-me revelar minha gratidão: muito agradecido, Jussara Neves Rezende.
O escritor português Camilo Castelo Branco (1825-1890) estabeleceu uma diferença entre o pornográfico e o erótico: Como é belo o pecado quando o coração não confessa.

Sosígenes Bittencourt said...

Preferência sexual é questão pessoal, não precisa nem deve ir à via pública. A televisão é uma "via pública". Daí, a reprovação, por exemplo, às cenas de coito entre heterossexuais na Big Bobagem Brasil. Se todo mundo quer ter o direito de revelar suas idiossincrasias, daqui a pouco haverá desfile de ZOÓFILOS, aqueles carinhosos que namoram cães, galinhas, éguas e suínos, reivindicando o direito de não ser discriminado pelos ZOOFÓBICOS, os gordinhos, pelos GORDOFÓBICOS. Ora, quem persegue e mata homossexual, não é homofóbico, é ASSASSINO. Não existe Lei que regulamente o Direito de ser homossexual, existe Lei que pune quem ameaça e mata quem quer que seja. Compreende?

Jussara Neves Rezende said...

Sim :)