Conheci
padre Renato nos meus idos de menino. Havia meninos naquela época. Estudava na
Escola Paroquial, sob a batuta maestrina de profª Luzinete Macedo. Bonita e
asseada, educada e enérgica, explicativa, toda pedagógica. Foi lá que aprendi a
conjugar o verbo AMAR.
Padre
Renato era uma réstia de fé a deambular pela Igreja, uma espécie de souvenir de
Roma. Em nossa mente de criança, parecia ter visto Jesus e conversado com Deus
em oração. Sua figura nos remetia a reflexões sobre
coisas transcendentais. Figurativas ainda, mas invisíveis mesmo assim.
Como nos sentíamos protegidos naquela época... O
farfalhar dos coqueiros parecia uma conversa, e o coral dos grilos compunha a
sonoplastia das estrelas. Vinha dos ensinamentos religiosos, nosso hábito de
erguer a cabeça e ficar olhando para o céu. Não sei o que padre Renato
vislumbrou em Vitória, mas sei que temos a glória de tê-lo como personagem de
nossa história.
Requiescat in pace.
Sosígenes
Bittencourt
3 comments:
Padre Renato sempre me passou a impressão de ser um homem paciente. Um homem incompreendido tantas vezes, mas sabendo perdoar a quem o havia ofendido. Atravessou todas as intempéries políticas do município adotivo, sempre a orar pelos que se aninhavam sob a nave da Domus Dei. Sirvo-me do seu 'modus vivendi' para exemplificar uma de minhas convicções: A paciência é a maior das virtudes, pois não há virtude sem paciência.
Padre Renato sempre me passou a impressão de ser um homem paciente. Um homem incompreendido tantas vezes, mas sabendo perdoar a quem o havia ofendido. Atravessou todas as intempéries políticas do município adotivo, sempre a orar pelos que se aninhavam sob a nave da Domus Dei. Sirvo-me do seu 'modus vivendi' para exemplificar uma de minhas convicções: A paciência é a maior das virtudes, pois não há virtude sem paciência.
O sepultamento deu-se numa noite de domingo. O céu estava solene e chovia. Soltaram fogos. Uma menininha buscava abrigo no colo do seu pai. Tudo que ocorria emoldurava a via sacerdotal à derradeira morada. Fiéis cabisbaixos carregavam uma certa desconfiança com a vida. Ser-lhes-ia frágil, fugaz, volátil, um desafio à Fé. Requiescat in pace.
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