Friday, January 26, 2007

Louco para Matar












Desconfie daquele homem que, submetido a situações de alto stress, reage como se nada estivesse acontecendo. Ou daquele que é capaz de assistir a um atropelamento sem sofrer alteração nos batimentos cardíacos e na freqüência respiratória.


Além disso, ele não transpira nem fica ruborizado quando mente? Finge arrependimento quando pisa na bola ?


Redobre a atenção. A psiquiatra Hilda Morana, que há 20 anos elabora laudos sobre a personalidade de réus e condenados pela Justiça, não acredita que uma vítima só reconhece um psicopata minutos antes de ser morta - como diz a psiquiatria clássica. Para ela, o psicopata dá, sim, sinais de seu distúrbio.


O psicopata não é exatamente doente, mas portando uma deficiência que deve estar ligada à atividade metabólica dos neurônios. A hipótese que melhor explica isso refere-se à existência de um déficit no funcionamento do lobo frontal, parte do cérebro. Ali são mediados o julgamento, o autocontrole e o equilíbrio entre as necessidades básicas do indivíduo e as necessidades sociais.


A tese ganhou força nos anos 90, quando surgiu o aparelho de tomografia por emissão de pósitrons, que revela imagens cerebrais. O pesquisador americano Adrian Raine examinou 41 assassinos com o equipamento e constatou que todos apresentavam um nível rebaixado do funcionamento do lobo frontal. Em alguns infratores, o histórico de vida sugeria que recorrentes maus-tratos na infância e privações causadas pela pobreza haviam impedido o desenvolvimento dessa área, que passou a revelar déficits semelhantes aos que ocorrem nos psicopatas.


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2 comments:

Anonymous said...

A vida tem dessas coisas. Este tema envolve uma diversidade de fatores, e se pesquisarmos bem a fundo, podemos levar em consideração, também, o sistema governamental. O sistema não proporciona recursos para uma melhoria de vida, desse modo, o resultado muitas vezes é este.

Sosígenes Bittencourt said...

Li um artigo, faz anos, de Jonatas Ferreira, na época mestrando do curso de Sociologia da UFPE, onde dizia: "A ética é uma necessidade do modo de vida civilizado, mas a razão não é necessariamente ética. Se nenhuma perspectiva de felicidade está desde sempre garantida para o homem, é preciso que esse se levante e tome as rédeas do seu destino. É preciso refletir hoje sobre os valores éticos elementares sem os quais pensar a idéia de nação - da nossa Nação - é uma piada."