Tuesday, April 15, 2008

Caso Isabella Nardoni



Não há quem não esteja nesse instante desejando que não tenham sido o pai e a madrasta da pequena Isabella Nardoni, os seus reais e desumanos assassinos, para que a face do crime não se torne mais carrancuda e torpe. Ademais, a frieza, levantada pela crítica em geral, de que a mãe não esboça nenhum desespero é outro detalhe que desafia a imaginação dos mais sinistros escritores e cineastas conhecidos. O que estará acontecendo com o nosso país, onde criança é arrastada pelas ruas pendurada em porta de automóvel, outra é torturada com as mãos atadas para o alto, e atira-se menina de edifício como se fora um brinquedo, algo sem vida, sem sonhos, inanimado? Ah! Foi-se o tempo em que todo adulto era pai de toda criança. Pai e protetor, em quem se podia confiar. Já não basta nossa cota de assassinatos ultrapassar anualmente o número de 48 mil, o que a ONU considera estado de guerra, ainda temos que catalogar crimes pérfidos, covardes, contra inocentes. Que qualidade de gente somos nós, que rumo tomamos, depois de tanto avanço tecnológico e científico, tanta ciência, sem sabedoria? A quantas anda nossa espiritualidade, nossa fé, nosso amor ao próximo, nossa misericórdia? Isabella Nardoni é filha de todos nós, de todos os indignados, todos que amam seus filhos e temem por suas vidas. Nosso clamor por Justiça parece um pesadelo, e os peritos criminais parecem encenar uma peça fantasmagórica à cata de monstros.
Sosigenes Bittencourt

5 comments:

Unknown said...

Nosso páis está de luto esperando o resultado final. Que haja justíça,a justiça de Deus tarta mais não falha.

Sosígenes Bittencourt said...

Talvez, Isabela tenha sido mais uma vítima de pais separados ou separação não resolvida, arrastada pelo vendaval das paixões. A paixão é um sentimento que merece cuidado. Não é em vão que o psiquiatra paulista Rubens Coura afirma: "Paixão é doença e merece tratamento".

Anonymous said...

Aparentemente, não existe outra explicação. A pequenina Isabela era o único laço que ainda existia entre o pai e a mãe biológica. A Ana Jatobá sentia necessidade de eliminar esse elo de ligação, a todo custo. Como fazê-lo, já estava sendo tramado pela mente doentia. A cada dia um pedaço de pensamento malevolente se juntava ao outro. A pressão nesse compartimento se tornou incontrolável. A pequenina Isabela se sentia rejeitada por ela. Com medo que sua mãe restringisse ou tentasse impedir que frequentasse a casa do pai, dissimulava ou encontrava desculpas para os pequenos machucados sofridos. No trágico dia, tentando fazer ou fazendo algo gentil para agradar sua potencial algoz, não conseguiu. Algo saiu errado. FOI O ESTOPIM! Todos aqueles pensamentos horrendos se materializaram em ação. O pior e mais chocante, foi não conseguir a defesa de quem ela tinha uma confiança incondicional, inabalável, ABSOLUTA: no pai. Tudo desmoronou na sua pequenina cabeça. Deve ter sido horrível e desolador o que a meiga Isabela sentiu. Foi uma dor inenarrável e profunda que, sozinha e criança, sofreu.
Estamos todos nós em profundo luto. Que Deus a tenha em bom lugar.
Fernando Verçosa

Unknown said...

O homem perverso não teme ao Senhor. Vejam o que diz a palavra de DEUS em Isaías 59.7(a e b):
"Os seus pés correm para o mal, e se apressam para derramarem o sangue inocente; os seus pensamentos são pensamentos de iniqüidade".

Que prevaleça a justiça divina. DEUS nunca erra...

Sosígenes Bittencourt said...

Os comentários do pediatra Fernando Verçosa são infalíveis e apontam para minha conclusão: o infanticídio foi passional. O que nos escandaliza é que a vítima não influenciava nas questões mal resolvidas das relações adultas. Havia no tripé passional, entre seus pais biológicos e sua madrasta, questões que não se resolveriam com o seu desaparecimento. Porém, no obituário dos infanticídios, adensa a relação de crianças sacrificadas pelos Herodes de nosso tempo.