Castigado abraço!
Sosígenes Bittencourt
Este é Dengo, de 11 anos, que mora no Zoológico de Niterói. Dengo foi separado de sua companheira, Elza, de 10 anos, por decisão judicial. O Ibama levou Elza para Brasília, porque desconfiou que a leoa estivesse com FIV, uma imunodeficiência felina, espécie de HIV de bicho. Segundo exames, Dengo já estaria contaminado. A separação deu-se em fevereiro e, de lá pra cá, é uma tristeza. Dengo não come direito e passa o dia todo como se estivesse pensando na morte da bezerra. Os veterinários mudaram o seu cardápio, mas ele não quer acordo, já perdendo 8 quilos nessa brincadeirinha. A presidente da Fundação Jardim Zoológico de Niterói, Giselda Candiotto, está indignada, dizendo que o casal vinha morando junto há 6 meses, direitinho, direitinho. Pensa que é malvadeza. É que o Ibama andou se metendo nas condições de moradia do casal. Diz que as jaulas são apertadas e tem até gato circulando pelo ambiente. Aconselha que gato é animal doméstico e leão é selvagem, faz mal. Como Dengo não entende de nada disso, fica com saudade de Elza, sem saber o que aconteceu. Tem jeito?
Alô, alô! É do ginecologista?
Há pessoas que olham, mas não veem; ouvem, mas não escutam. E aí, quem lhes aparece, não é visto; quem lhes fala, não é escutado. Porém, é preciso entender que assim como temos afetos e precisamos de carinho, as outras pessoas também têm afetos e precisam de nosso carinho. E muitas vezes, nossas sementes de amor não estão encontrando solo fértil para florescer, porque não estamos sabendo semeá-las. É preciso aperfeiçoar nossa semeadura. Devemos confiar na vida em constante transformação, como confiamos na primavera. Afinal, quem confia em receber carinho sem dar carinho, corre muito mais o risco de ficar sozinho.
Não se enche barriga de graça, mas a vida, sem graça, não tem graça. Dá a impressão de que a vida, sem graça - meu Deus me perdoe - é uma desgraça. Como as pessoas confundem meus defeitos com minhas virtudes, meu lado dionisíaco com meu lado apolíneo, minha sanidade com minha lucidez, e algumas até riem quando eu passo, penso que nasci para fazer graça e viver das graças. Ou seja, ganho minha vida com minhas graças e com as graças de Deus. Acho melhor fazer graça do que sofrer da Síndrome de Jeremias, cambalear, choramingando, entoando lamúrias, reclamações. Aos que confundem minhas graças com cinismo, oriento que é melhor uma pitada de cinismo do que descambar para a crueldade. Porque a vida vive nos neurotizando, nos ironizando, e se a gente engolir corda, termina descontando nos outros, considerando, como dizia Sartre, que o inferno são os outros. Ora, se o inferno são os outros, deduzo que o céu também. Tem gente que nos faz ver estrela. Até empregada doméstica, camareira, gente de pouco brilho. Senão astros de Hollywood, celebridades, presidentes de notável renome não andavam se desnudando para viajar nesses céus. Quem faz graça para os outros rirem não é palhaço, é terapeuta. Afinal, rir é o melhor remédio.
O escultor australiano Ron Mueck, residente em Londres, é tão detalhista em seus trabalhos que o inanimado parece viver. Essa cabeçorra dormindo, por exemplo, parece que vai acordar. Mueck já é considerado a figura mais notável do hiperrealismo contemporâneo.
Gente importante demais não pode fazer o que gente sem importância faz.
Um dia, Michel Foucault sentenciou: O mundo é um grande hospício. Kadafi é um dos diretores desse hospital de alienados. Se você usar os verbos considerados de ligação, obterá que sua loucura vem de longe e é ‘per secula seculorum’. Kadafi é, está, ficou e permanece doido. Mumificado no poder, perdeu a capacidade de olhar, apenas vê. Perdeu a capacidade de avaliar erros e consequências, encarapitado na arrogância, cultivando a própria desgraça. Enxerido, não reconhece sua fragilidade diante dos poderes do resto do mundo. Depois de mandar matar civis desarmados, dentro de seus lares, em praças públicas ou saindo de mesquistas onde oravam, enterra os pés e não quer ouvir um pio. Prendeu opositores e os torturou, pra fazer medo, e, agora, anda com medo de morrer. Cheio de pantim, Kadafi é um paradoxo fatal, suicida. Sua assombração deve ser a figura de Saddam Hussein, pendurado pelo pescoço, feito um Judas de pano. O seu juiz é deste mundo. Simplesmente, o promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional, Dr. Luis Moreno-Ocampo. Seu Ocampo pretende tirá-lo de cena, junto com sua comandita, já solicitando mandado de prisão para ele, seu menino e outro idiota, o chefe de Inteligência da Líbia. Depois de encarcerado e julgado, só os poderes de Alá. Como Alá não compactua com os seus crimes do lado de cá, ele vai terminar do lado de lá.
Pessoas telefonam, não telefonam, enjoadas, tontas e febris. Mesas vazias, namoros e negócios adiados.
Glorinha, insuportavelmente Glória!
LENGA-LENGA NO ORKUT SOBRE COMO MUDAR VITÓRIA
Antigamente, no tempo do Maracujá-açu e da Laranja-de-Umbigo, o molho de coentro e o limão vinham como presentinho do feirante ao freguês. Hoje, um limão está pelo preço de uma jaca, e você não leva um bago de presente. E sempre houve enchente, sempre houve dilúvio. É que o matuto de hoje quer andar de jeans e tênis de marca. Mas, tudo bem, é a evolução. Afinal, evoluíram em tudo, na bebedeira, na desonestidade, nas safadezas carnais e na violência. Antigamente, só se queria uma menina, para trabalhar de empregada doméstica, se fosse lá do sítio. E hoje?
Eu quero saber se o Sport vai passar o ano inteirinho apanhando do Santa Cruz. Parece até vontade dos deuses, capricho do destino. O Sport entra arrasador, dominando o jogo, com um elenco caríssimo, parecendo que vai exterminar o Santa Cruz. Nesse momento, a cobra só mancuricando, esperando a hora de instilar o seu veneno. De repente, numa mínima bobeira, a picada mortal de um animal chamado Gilberto, contra o qual o Sport não tem antídoto.
Mãe é uma invenção de Deus. Até quem não acredita num Ser Superior, fica desconfiado. Pode-se até analisar o caráter de um ser humano, pela maneira como trata sua mãe.
Hoje, é dia das mães.
Eu não sei se a sensação é de indignação, de medo, ou ambas simultaneamente. Mas, a estatística aponta, de 19 de setembro de 2010 até o dia 5 de maio de 2011, os números de assassinatos no mundo: Estados Unidos - 2.178, Brasil - 69.514. Registre-se que nos Estados Unidos não é proibido portar arma de fogo e sua população é estimada em mais de 300 milhões, enquanto nós andamos pela casa dos 190 milhões.
Por causa das fortes chuvas que provocaram enchente, de todo lugar se ouve o murmúrio do rio. Como um gemido da natureza. Parece estarmos em região de praia. O mundo cheira a terra remexida e cacarecos humanos arrastados pelo roldão das águas.*****
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Dilúvio de lama
Quem está danado com a morte de Osama é o Taleban. O grupo, aliado à Al-Qaeda, no terrorismo universal contra os Estados Unidos, fica brabo e quer se vingar da morte daquele que considera um herói da milícia islâmica. Um jovem que lutou durante 4 anos, no Afeganistão, chega a dizer que Osama era um pai para ele. O combate deve começar no ambiente onde Osama bin Lader foi assassinado, porque, na sua visão, os paquistaneses fizeram covardia, se metendo no homicídio. Com medo de briga, os americanos já fecharam suas embaixadas e consulados, dentro do Paquistão.
Os norte-americanos tanto botaram o cavalo atrás que terminaram matando Osama bin Laden. O serviço foi feito, sem muito trabalho, logo no dia 1º de Maio, quando o mundo comemorava o Dia do Trabalho. O povo ficou tão contente que saiu pulando para o meio da rua, principalmente no local onde os terroristas espatifaram o World Trade Center em 11 de setembro de 2001. Osama ainda trocou tiro com os seus caçadores, numa mansão lá no Paquistão, mas não teve jeito. Morreu com um tiro na cara, junto com mais 3 afoitos, inclusive um de seus meninos. Diz que até militares paquistaneses estavam no meio da matança. Uns canais de televisão andaram mostrando uma foto horrorosíssima do líder extremista assassinado, mas autoridades americanas disseram qua a assombração é uma montagem. Um funcionário dos EUA fuxicou que o corpo de Osama foi enrolado num lençol e sacudido no mar. Diz que ninguém iria correr o risco de sair desfilando com Osama, procurando um lugar para enterrar. Depois, podia juntar gente e dar confusão. Apesar de parecer um velho, Osama só tinha 54 primaveras. Meio doido, era líder da organização terrorista Al-Qaeda e responsabilizado pelo espalhafato que matou umas 3 mil pessoas nos EUA. Barack Obama, todo invocado, com pinta de mandante do crime, fica espalhando que "a Justiça foi feita". O mundo está com um olho no padre e outro na missa, porque Osama está morto, mas a Al-Qaeda, viva.