E por falar em Paixão

E por falar em paixão, a palestra do dia 1 de julho foi um sucesso. Mais pela educação da plateia do que pela explanação do signatário que vos redige. E o que duraria uma hora e meia, foi pra mais de duas horas. Sobretudo depois que a palavra foi facultada. Aí, sim, abordamos desde o sexo dos anjos ao tedium vitae. Talvez, como tem gente reclamando que faltou divulgação, haja reprise.

Mas, por falar em paixão, lembro-me de um galanteio que confeccionei, por ocasião de haver conhecido uma determinada fulana num momento de crise de meus dias. Eu havia perdido um celular. A peça desaparecera com minha agenda. Meus parentes, meus amigos, anjos, demônios, tudo estava naquela maldita invenção. Aliás, não demonizemos a mercadoria, maldito era o ladrão. Só sei que, em minha desesperada busca, dei com uma menina fantástica. Sua postura era de quem tem fé, de quem prefere olhar a simplesmente ver, de quem escuta e não apenas ouve. Ninguém se dá conta de que é mais fácil conquistar dando atenção do que requerendo atenção. Terminei me dando conta de não haver perdido nada, em relação ao que ganhara. Uma amizade que me valeria mais do que cem celulares desaparecidos, mais durável que qualquer engenhoca cibernética, qualquer substância. E para resumir a dádiva, movido pela gratidão, ofertei-lhe minha oração: Minha filha, eu quero que você encontre um homem que faça por você o que eu faria se fosse este homem. Uma pitadinha de sua atenção é, para mim, uma refeição. Você me alimenta de esperança, e a esperança é o nutriente da paixão.

Encantado abraço!

Sosígenes Bittencourt