Nem
o Conde Drácula, que chupava sangue humano para sobreviver, deglutia papinha de
carne de defunto. Drácula era mais higiênico, menos seboso, chupava gente viva,
saboreava tudo fresquinho. O Vampiro da Transilvânia penteava os cabelos,
andava de paletó engomado.
Certa
vez, uma moradora de Olinda deglutiu um seio putrefato com xerém, que
encontrara num lixão, mas não sabia. Coitada, ficou cheia de nojo depois da
fuxicada.
Os
abutres de Garanhuns são diferentes. Contratam babá para tomar conta de uma
menina, abatem-na a cacete e faca peixeira, esquartejam, retalham, para fazer
rosbife e salgadinho. A menina, considerada uma deusa, também se alimenta da
suculenta carne de defunto.
Diz
que a Scotland Yard, a polícia metropolitana londrina, andou dando tiro de
cadaverina para repelir convulsão social, espalhar tumulto de rua. Acabou-se.
Nem os policiais aguentavam a fedentina.
Os
urubus de Garanhuns cortam a carne - nem sei se lavam, nem sabemos se cheiram –
vão logo preparando as refeições. Três cidadãos garanhunhenses, sentados na
praça, barrigudos, jogando dominó, comeram empadas e coxinhas, recheadas de
carne moída de cadáver. Cadáver quer dizer “carne dada aos vermes”. Os tapurus
eram eles. Que seboseira...
Como
se trata de um triângulo amoroso, seu Jorge, Bruna e dona Isabel devem ser
tarados. Misturam sexo com sangue coalhado, ritual de sacrifício e carne podre.
Como também preparam tira-gosto, são manicacas de Belzebu, cozinheiros do Diabo. Será que tomam banho, escovam os dentes, botam desodorante nas axilas.
Ou têm bafo de múmia, catinga de sovaco, intimidades fedorentas? Onde serão
encarcerados? Melhor sepultá-los juntos, para uma transa sensual, essa trupe de
papa-defuntos.
Sosígenes
Bittencourt
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