Passa o Dia
de Finados
tão rápido quanto fora a vida dos finados.
Ninguém
desejaria que os finados voltassem
ao mundo para findar outra vez.
Já nos basta morrer uma vez.
Porque só os finados estão livres da morte.
Sobretudo, do medo da morte.
Seria
suprema malvadeza do destino nos impor
mais de um fim, embora morra nossa infância,
nossa adolescência, nossa mocidade
e sigamos vivos, vivos até o fim derradeiro.
Passa o Dia
de Finados.
E perpassam os finados que conhecemos.
Parece até que os vemos.
De preferência, sorrindo. O mesmo jeito,
a mesma voz, os trejeitos, o figurino.
Nós é que ficamos tão diferentes.
Talvez, nem soubéssemos conversar com os finados,
como antigamente.
Sosígenes
Bittencourt
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