Tuesday, September 15, 2015

AYLAN KURDI, PÁTRIA, LIBERDADE E VERDADE



Aylan Kurdi era um menino como fomos todos nós, que podemos contemplar o náufrago atirado na orla marítima de Bodrum, na Grécia, e apanhado pelo policial turco Mehmet Ciplak, que disse lembrar-se do seu próprio filho e não ter palavras para descrever o que sentiu.
Aylan Kurdi tinha 3 anos, não podia decidir se ficava em seu país de origem, ou se se atirava no mar, na sofreguidão de seus pais pela liberdade. Era muito pequeno e nem tivera tempo de viver para avaliar quem tinha razão na guerra travada entre os homens.
Aylan Kurdi fui eu que sobrevivi, somos nós, serão os herdeiros de nossa incompreensão e falta de paz. O homem acha a paz chata, por isso vive em guerra, que lhe é mais emocionante; gosta mais da paixão do que do amor, por isso vive arengando entre quatro paredes.
Aylan Kurdi não podia se defender. Hipossuficiente, dependia dos homens, estava sob a proteção dos adultos que pensavam por ele, agiam por ele. O menino era dependente, mantido, de “manus tenere”, estava nas mãos dos seus mantenedores.
Aylan Kurdi não buscava “segurança”, seguia a reboque dos que buscavam “liberdade”. O homem arrisca a vida em nome da liberdade. Não busca segurança nem a Verdade. Cumpre a sentença PATRIA CARA, CARIOR LIBERTAS – a pátria é querida, mais a liberdade é mais querida. Esquece-se, dom divino, de que VERITAS CARISSIMA – a Verdade é mais cara. Porque a Verdade é o mais sagrado de todos os valores, pois que a pátria e a liberdade são da terra e do tempo dos homens, e a Verdade vem do que sobrevive a tudo que morre.
Sosígenes Bittencourt

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