Módulo: O Nada que é Tudo
Houve pontos importantes que fiz questão de frisar,
em minha palestra, para detentos no presídio de Vitória de Santo Antão. Dentre
outros, discursei sobre a IRA e sobre a LIBERDADE.
A Ira é um sentimento que deve ser resignificado,
ou seja, você deve trabalhar sua ira. Porque a ira tem função. Até Jesus, para
disciplinar os mercadores, na orla do templo, baixou-lhes o chicote. Naquele
instante, defendia a virtude, condenava o vício e preservava a casa de Deus.
Portanto, ensinava-lhes que a Ira tem de ser
pensada. O importante não é a ira que se sente, mas aquilo que fazemos com a
ira que sentimos. E a pergunta era a seguinte: O que vocês fizeram com a ira
que sentiram?
Em outro momento, discursei sobre a Liberdade, o
segundo maior bem da vida. Porque o primeiro maior bem da vida é a própria
vida. E provei que os seus corpos estavam presos, mas ninguém jamais poderia
aprisionar suas ideias. As ideias não são concretas, não têm substância. As
ideias são abstratas. Você pode estar preso, mas suas ideias, fora do presídio.
Baseado nesses argumentos, provei-lhes que a ideia de liberdade deve seguir as
regras para obtê-la, e o melhor caminho seria seguir as múltiplas alternativas
para conquistá-la. Que repensar a Ira e conviver harmoniosamente seriam as
melhores opções para amenizar a dor da prisão e ganhar a liberdade.
Ao final, citei o exemplo de Nelson Mandela, que
morou 30 anos na prisão e saiu com a ideia de acabar com a discriminação racial
na África do Sul, obtendo um êxito sonhado a vida inteira.
Sosígenes Bittencourt
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