Wednesday, July 11, 2007

Confuso espancamento


Meninos que espancam doméstica, sob a alegação de confundirem com prostituta, e que queimam índio, pensando tratar-se de mendigo, têm algo em comum, são pouco conhecidos pelos pais. Tanto que um deles, que não sabia o que o filho fazia, ficou espantado quando o encontrou na delegacia. Duvido dizerem que não criavam seus filhos com muito amor, dando-lhes de tudo, com todo o carinho, sem nenhum carão. Esquecem que amar filho dá trabalho. Às vezes, é preciso ler um livro. Mas, não precisam ficar tão desesperados, pois os bad boys que queimaram o pataxó Galdino Jesus, lá em Brasília, já estão esgaravatando os dentes. À época, ao contrário de serem reconhecidos como violentos, os garotos foram considerados apáticos e melancólicos, com irresistível compulsão para se divertir. Baseada na suposta mera criancice dos adolescentes, a juíza Sandra de Sanctis Mello, caprichando pra santa, considerou que as “crioncinhas” não tiveram “animus necandi”, ou seja, “intenção de matar”, mas apenas de ferir o dorminhoco. Por Jesus! E nem adianta mais baixar bodurna e tacape no caso. Agora, a barra pesada vem da Barra da Tijuca e são novamente meninos de classe média, acabrunhados e doidos por emoção. Tomaram um birinaite em São Gonçalo e retornavam com o espírito de Zé Pelintra na matéria. Deram um puxavante na bolsa da doméstica Sirlei Dias, de madrugadinha, e chutaram-lhe o crânio como se confundissem com uma bola. Aliás, confusos por natureza, confudiram-na com uma prostituta. Quem deve estar puta da vida com essa história é Nanci Feijó, a meritosa presidenta da Associação Pernambucana das Profissionais do Sexo (APPS), já forçando a porta do Ministério Público, para enfiar documento contra a “fuleiragem music”, praticada pela banda Matruz com Leite, que jogou uma “Bomba no Cabaré”, acordando a galera do meretrício.
Sosígenes Bittencourt

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